LecoO G4 só pode ter surtado ao aceitar fazer a troca no Parque da Lapa. Qual foi? O cara tá de caô pra cima dele. Se ele quer ir pro privado, é só se entregar logo, não precisa dessa patifaria toda de ir até lá, não.Eu entendo que ele tá maluco com essa parada toda e quer trazer logo a mulher dele, mas vai estar cheio de fardas lá, papo reto. É lógico que o cara tá de armação.Por essas e outras que eu resolvo tudo na bala: é prático, rápido e eficiente, sem erros.Mas o G4, além de ser meu sangue, é meu mano de vida. Sou eu por ele e ele por mim, sempre, desde moleques. Então, mesmo não concordando com essa loucura, eu tô com ele até o fim. E o que eu puder fazer pra ajudar, eu faço.G4 tá transtornado e deu mais uma amassada na Bruna, um carinho nela sem massagem, se é que você me entende. E como a vadiä tá destruída, não precisou muito pra ela abrir o bico. Pouco sacode e já deu a informação. Uma informação quente, inclusive.Dois soldados que têm ficha limpa e podem circular na
ThaylaMeu coração acelera de uma maneira inimaginável ao ver o Gabriel na minha frente. E, ao mesmo tempo que as batidas pulsantes expressam felicidade, também indicam uma preocupação gigantesca. Afinal, este homem que me segura com brutalidade e aponta uma arma para minha cabeça é um louco, um psicopata capaz de tudo, e eu sinto que tudo isso pode acabar de forma desastrosa.Meu coração parece estar quase errando as batidas, mas posso sentir as do meu algoz também. Com minhas costas pressionadas em seu peito pela força absurda que ele usa, posso sentir seus batimentos desenfreados e sua respiração ofegante, exalando toda sua raiva e adrenalina.— JÁ FALEI PRA SOLTAR ELA! — Gabriel ordena outra vez para que o homem me liberte, deixando nítido seu jeito imponente que lhe é tão peculiar. Mesmo ele estando com a fisionomia exalando ódio e revolta, não posso deixar de observar o quanto ele está lindo. Usando uma jaqueta preta fechada até o pescoço, igual quando ele foi até a igreja no Es
G4Meu propósito era um só: meter uma bala bem no meio da cabeça daquele filho da putä. Mas eu precisava manter o sangue frio e esperar o momento certo, até porque acabar com tudo tão fácil assim é pouco. Ele precisa sofrer antes de chegar no inferno.Ele quer sair daqui com Thayla, achando que a Bruna o espera do lado de fora... vai vendo.Será que ele acha que eu sou tão burrö assim?Óbvio que a Bruna continua lá na Penha. Deixei tudo no esquema com o Leco. Ele se encarregou de fazer a Bruna dizer exatamente o que era para dizer, e ela fez certinho. Caso não fizesse, sofreria as consequências.Como um cara tão tapado assim, achou que podia executar um plano de vingança?Ele quer sair da minha mira, mas lá fora meus homens o aguardam com armamento muito mais pesado. Não tem chance pra ele. Só não posso dar bobeira porque ele pode disparar contra a Thayla. Só por isso ainda tô na calma, mas logo vai lombrar pro lado dele.Quando Sérgio passar por essa porta, vai saber que a Bruna não
G4O ar tá impregnado de tensão e a escuridão do início da noite, discretamente começa a tomar conta do pequeno cômodo, que antes era o cativeiro da Thayla e agora é o abatedouro do Sérgio. Os galhos das árvores balançavam lá fora e, por alguns momentos, batiam nas paredes de madeira, acompanhando os batimentos acelerados do meu coração, que pulsava na cadência do ódio e da adrenalina.Ele já apanhou muito, eu já bati, meu pai também. Mas ele precisa apanhar mais, embora já esteja destruído.Sérgio já tomou muitos socos, coronhadas, chutes, um tiro no pé, dado por mim, e outro na barriga, desferido pelo meu pai, e agora tá sangrando igual a um animal sendo abatido. Ele é torturado não só pelo sequestro da Thayla, o que já seria suficiente pra cada um dos machucados em sua pele agora, mas também por ser cúmplice do tal policial Barreto no passado e pela morte da mãe do Thierry.Porrä, o Thierry...Por ser bastante sagaz e estar na Penha no momento em que meu pai se preparava pra vir a
MilenaApós um bom tempo tentando reconfortar uma à outra, Thayla e eu sentamos nas cadeiras de assentos macios, revestidos de couro preto da sala de espera do hospital. Agora, ela estava inundada com um silêncio carregado de ansiedade. Eu olhava fixamente para um mural com recados hospitalares, sem prestar atenção alguma no que dizia neles, enquanto Thayla segurava minha mão trêmula, que eu tentava manter firme, mas os comandos do meu cérebro não eram obedecidos.Meu coração batia descompassado no peito, cada batida refletindo o medo que se instalara desde o momento em que recebi a ligação que, por ironia do destino — ou não —, era do Leco, me avisando o que havia acontecido com o Thierry.Minha mãe, que também viera quando soube, está agora sentada ao meu lado, me dando apoio, segurando um copo descartável de café em uma das mãos, numa tentativa falha de me fazer tomar um pouco. Ela olha para mim de um jeito compreensivo, enquanto sua mão livre e reconfortante acaricia meu ombro. Th
G4Eu me aproximei de casa com o coração batendo mais forte do que nunca. O momento em que a Thayla saiu do cativeiro ficou marcado na minha cabeça, pois o que era para ser apenas o resgate dela desmoronou quando Thierry foi atingido.Thayla, a mulher que conquistou meu coração e minha mente desde o momento em que a conheci, estava segura agora. Eu a havia salvado daquele maldito que ousou tocar nela. Mas o irmão dela lutava pela vida.Ao entrar, encontrei minha loira deitada no sofá e, ao se virar, seus olhos encontraram os meus, e neles pude ver o misto de emoções que passaram por eles. Raiva, medo, gratidão... Tantas coisas que eu não sabia como interpretar.Thayla tinha olheiras escuras abaixo dos olhos, mas ainda irradiava aquela beleza que sempre me deixava sem palavras. O medo de que ela não me quisesse mais por conta do que aconteceu ao irmão dela entrou na minha mente com mais um monte das minhas inseguranças mais profundas, transformando-se em um nó apertado no meu peito.—
AntonelaJá estávamos há um tempo ali na sala da casa da Thayla e do Gabriel, mas parecia impossível desgrudar os olhos do Alessandro. Eu, ela e minha mãe babávamos nele, completamente encantadas. Ele estava quietinho no meu colo, dormindo com aquela carinha serena, como se todo o caos dos últimos dias nunca tivesse existido. Graças a Deus, meu filho vivia imune à tragédia que quase aconteceu com Thayla, Thierry, Gabriel e meu pai. Aliás, meu irmão e o “senhor Carioca” fizeram minha mãe quase infartar quando ela soube do resgate da Thayla.Minha cunhada não conseguia parar de sorrir. Era a primeira vez que ela via o meu filho de perto, e eu podia sentir a emoção dela só de olhar.— Meu Deus, ele é perfeito... — ela murmurou, abaixando o rosto para ver Alessandro mais de pertinho, analisando cada pedacinho dele.Eu sorri, sentindo o peito se encher de um amor tão grande que parecia que ia transbordar. Depois de tudo o que a gente passou, ver minha amiga ali, bem, segura, e ainda encant
ThierryFoi tudo tão rápido naquele instante. Num minuto, estou saindo às pressas do carro do Carioca, indo em direção à minha irmã e, no outro, estou tomado por uma dor lancinante que irrompeu em meu corpo. Tudo ao meu redor se transformou em um borrão lento e arrastado e, enquanto eu lutava para manter os olhos abertos, tudo foi ficando distante, inclusive a voz da Thayla chamando pelo meu nome.A próxima coisa de que lembro é acordar em um quarto de hospital, sem saber quanto tempo depois, rodeado por aparelhos modernos zumbindo e luzes claras e fortes sob meus olhos, me causando certo incômodo. Minha mente estava confusa, minha visão um pouco turva e eu mal conseguia me mexer. Senti uma dor muito forte no abdômen. A sensação foi extremamente ruim.Minha visão focou gradualmente, e lá estavam elas, lado a lado. Minha irmã, com os olhos vermelhos, nitidamente de tanto chorar, e a minha gata, a Milena, segurando minha mão com força.A preocupação delas transparecia, e meu coração se