NARRADO POR ANTONELLA BELLINI
A noite mergulhou em completo silêncio após retirarem o corpo, Irina sair do quarto. — Tem certeza que não era ele. — Abri os olhos visando a escuridão em que somente o sapato dourado de Scarllet reluzia. — Tenho. — Respondi sentindo o meu corpo reclamar.
— E como tem? — A minha irmã insistiu.
— O conheço, sei cada linha daquele de cor, cada tatuagem, cada cicatriz, é como um mapa seja nas palmas da minha mão e na minha mente. — Respondi com a voz baixa, completamente dolorida.
O silencio ecoou, o nosso pai estava quieto. — Papai? — O chamei por medo.
— Estou aqui.
— Ele nunca me deixou toca-lo, eu tive dois anos para conquista-lo, como eu ia fazer isso, se ele nem me olhava.
— O Giovani perdeu uma irmã, como você, ele odeia pedófilos, pessoas que gostam de mulheres e crianças infantilizadas, nunca te tocaria, a menos se você amadurecesse.
— Esse casamento nunca daria certo, a Irina te transformou em tudo que o proprio filho não gosta. — Constatou