-Iara, filha, acorda.
Aos poucos desperto. O chão frio e duro são sentidos no meu corpo, acordei com ele bastante dolorido e gelado, com um calafrio por todo a carne.
-Porquê acordou aqui? Pode pegar um resfriado. Anda levante, passei um café e está quentinho te esperando.
Ponho a mão a cabeça. Dói muito, é como se eu tivesse levado uma porrada bem forte, uma pancada que não há remédio que alivie a dor.
Saio do chão. Minha mãe continua falando, não ouço uma palavra que sai de sua boca, minha única vontade ao momento, é morrer.
Arrasto meus pés até o banheiro. Olho a mulher sob o espelho, a cara inchada, os olhos fundos, não me reconheço. Eu lembro muito bem o que aconteceu ontem, e quem foi o causador dessas marcas a face.
O desespero atinge em cheio, meu choro volta com tudo. Eu o perdi. Soluços altos e glutinosos invadem todo o ambiente, como eco. Abraço meu corpo tentando confortar-me, como forma de proteção, como se isso pudesse amenizar um pouco a tristeza, impossível, a dor está