— O que você faz aqui? — Pergunto.— Você me expulsou da sua casa, esqueceu?— Não é isso que eu te perguntei.— Eu vou trabalhar no restaurante como um funcionário e em troca, o senhor que vive aqui me deixa viver também aqui. — Você, trabalhando para alguém!? — Dou gargalhadas olhando-o.— Qual é a graça? - Aleksei pergunta.— Você é um egoísta que não gosta de receber ordens. Ele me olha por alguns minutos e depois direciona o olhar para Ethan e depois para a minha barriga.— Pelos meus filhos eu sou capaz de tudo.Logo que ele diz isso o sorriso em meu rosto some.— Boa sorte com isso. — Digo séria, pegando o braço de Ethan e guiando-o até o parque.Logo que chegamos ao parque, sentei-me em um dos bancos e o Ethan sentou ao meu lado.— Não quer ir brincar? — Pergunto— Não me apetece. Aquele senhor tem filhos? — Pergunta, me olhando com aqueles olhos fofos.— É complicado, Ethan.— Porquê?— São coisas passadas e de adultos, que não foram tão boas.— Mas a pergunta é simples.—
POV JACK: Horas antes — Senhor... — Digo entrando no escritório dele.— Jack, que bom te ver. por favor, sente-se.Me sento a sua frente pensando nas minhas próximas palavras.— Você tem feito um ótimo trabalho e o meus superiores estão muito satisfeitos com o seu desempenho. Diga-me, tem novas informações que possam nos ser úteis?— Eu quero saber se a mulher que o senhor disse para manter debaixo de olho é casada.Sua expressão rapidamente muda de uma expressão descontraída para uma expressão mais séria.— Porquê você quer saber disso. — ele pergunta.— Um homem apareceu no vilarejo, e alega ser o marido dela.— Como? — Ele diz, em choque se levantando. — Você tem alguma foto dele?— Não senhor, mas...— consiga a foto dele, onde ele está agora e até o que ele come. — Ele disse, irado com os punhos fechados sobre a mesa.Me levanto da cadeira querendo saber porquê ele ficou tão abalado com a nova informação que lhe relatei.— Eu posso saber o porquê? — pergunto.— Apenas cumpra as
POV NATASHA:O jantar tinha corrido lindamente. Jack já havia nos acompanhado até á casa, a Sofi e o Ethan dormiam dentro de minha casa. O Jack insistiu tanto em me acompanhar que acabei cedendo, mas só com a condição de que trouxesse a sofi. Eu não queria deixar ela sozinha.Depois que as crianças dormiram, ficamos sentados no sofá da sala.— Você vai dormir aqui? — Pergunto.— Eu acho que posso ficar, se você não se importa.— Amanhã você tem trabalho, se for de mais, melhor você voltar para a sua casa. Eu não tenho problemas em ficar com a Sofi.Ele me olha, estreitando um pouco os olhos.— Você não quer que eu fique aqui? — ele diz, num tom sério.— não foi isso que eu disse! Ele fica em silêncio por algum tempo, mas depois levanta-se e fica parado de costas para mim, suspira levemente levando uma das mãos ao rosto, parecendo estar tentando se controlar. Mas depois se virá para mim, com uma expressão mais séria. Eu nunca o tinha visto tão irritado quanto hoje.— Eu quero te faze
POV NATASHA:Sou acordada com um susto na cama e coloco a mão em meu peito, tentando regular a minha respiração.— Aleksei, seu maldito. Você esqueceu que eu estou grávida.— Estamos com problemas. — Ele diz, sério.— Que tipo de problemas?— Meu irmão...— Do que você está falando.— Você não sabe da minha história com ele? — ele pergunta, arqueando as sombrancelhas.— Você esqueceu que você me evitava? Eu mal sei sobre sua vida.Ele se senta na cama ainda olhando para mim.— Como eu era?— Você foi um monstro. Eu queria te ter por completo e não no papel, mas você sempre me humilhava e me fazia sofrer. No nosso casamento, você mal me tocou. Foi como se eu tivesse alguma doença. Ele me ouvia em silêncio enquanto eu falava.— Você lembra que você trouxe a sua amante para dentro da nossa casa? Você foi um maldito. Não me pergunte como você era. Por que você sabe muito bem as coisas que você fez. — continuo.— Eu perdi a memória! Eu só lembro de fragmentos.— Como você perdeu a memória
Já se passaram dois dias. Dois dias inteiros desde que Aleksei saiu por aquela porta e não mais voltou.As horas se arrastaram com a lentidão cruel de quem espera o improvável. A casa agora parecia um túmulo de incertezas, minha barriga já está grande e eu fico assustada pelas várias teorias que se formam em minha mente. Sozinha em uma casa que está isolada com uma criança de 6 anos e um bebê prestes a nascer. Cada estalo da madeira, cada assobio do vento por entre as frestas das janelas, fazia meu coração disparar.Ethan sempre me pergunta se vamos voltar a nossa casa, se ele vai voltar para a escola e o que nos fazemos aqui, mas eu não sei o que responder. Eu nem sei ao certo o porquê dessa guerra. As noites foram as piores. O frio invadia o quarto, mesmo com os cobertores. Meus pensamentos não me deixavam em paz. Minha mente desenhava cenas horríveis, mas meu coração ainda teimava em esperar pelo som do motor lá fora. Pela silhueta alta e confiante na porta. Pelo toque firme que,
POV ALEKSEI:Eu tive que fazer uma longa viagem para conseguir entrar na Rússia. Se eu quisesse ter meu império de volta, eu precisaria de ajuda. Por isso, tinha que ver meus velhos amigos. Sabia exatamente onde encontrá-los. Ainda que o tempo tivesse passado como um vendaval, varrendo memórias e destruindo alianças, alguns laços eram forjados com aço.O primeiro da lista era Viktor Malenkov, um estratega brilhante e mestre da diplomacia suja. Ele agora vivia escondido nos becos congelados de São Petersburgo, jogando xadrez com mafiosos e vendendo segredos para sobreviver. Se alguém poderia me ajudar a reconstruir a base do meu império, era ele.A noite estava densa quando bati à porta do velho armazém. Três toques, uma pausa, dois toques, o código antigo. Um olho espiou pelo ferrolho, depois a porta se abriu devagar, rangendo.— Você demorou… — disse Viktor, com um sorriso torto. — O império caiu, mas você ainda caminha como um czar.— E ainda penso como um — respondi. — Está pronto
POV ALEKSEI:— O que você faz na minha casa? Como entrou? — Ele diz, com a voz arrastada mas sóbrio o suficiente para ter uma conversa.— Para um policial, você é meio estúpido. Ele riu enquanto se jogava no sofá. — Para um mafioso de quinta categoria, é muita coragem sua vir na casa de um policial.— Não seja burro, a maior parte dos policiais são controlados por políticos. E quem você acha que controla os políticos?— O que você quer?— Eu preciso da sua ajuda. Levaram a minha esposa e os meus filhos. — E o que eu tenho a ver com isso?— Jack, você é um homem inteligente e sensato. Eu só preciso que você me ajude a entrar, o resto é comigo.— Você, que é mesmo burro. Agora eu entendo o porquê de ter perdido o seu posto de Dom. Eu fui contratado para manter eles debaixo de olho, o meu trabalho era apenas observar. Eu já fiz o meu trabalho. Agora saia da minha casa.Ele se espalha no sofá e fecha os seus olhos. É estúpido depender de um policial bêbado, mas eu não tenho como entrar
POV NATASHA:— Senhora, o Dom solicita a sua presença na sala. — diz a empregada, me olhando no canto da sala com um ar de desprezo.— Diga para esse maldito que eu não quero, eu só quero a minha filha. Eu quero a minha filha. — digo chorando por não ter a minha filha em meus braços. Por não saber como ela está, se está sendo amamentada ou não.Damon entra no quarto e a empregada inclina a cabeça em sinal de respeito.— Acho muito bom você diminuir seu tom, e se quer ver a sua filha, desça agora e se comporte. Se me irritar, nunca mais na sua vida verás sua filha. — disse Damon, fechando a porta depois de sair.Eu enxuguei as lágrimas, sentindo meu corpo tremer por um misto de raiva, dor e impotência. Ignorei o nó na minha garganta, respirei fundo e desci as escadas, sentindo a empregada me ver com o desprezo ainda estampado no rosto, mas eu não estava nem aí para isso. Eu quero a minha filha.A sala estava em total silêncio e a comida já tinha sido servida. Damon estava à cabeceira,