Hunter Knoefel
Os pais de Léa já haviam falado, mas mesmo assim fui até o México para conferir. Era demasiadamente estranho que Norma tivesse sumido da mesma maneira que a madrinha de Maitê. O que estava acontecendo? O que havia por trás de tudo aquilo? Essas perguntas me martelavam a mente sem descanso.
Nos últimos três dias, precisei me segurar com todas as forças. Era uma tortura vê-la todos os dias e não poder estar perto, não poder falar, não poder sequer tocar sua mão. Eu precisava encontrar uma brecha, um momento da rotina dela em que pudesse entrar sem causar estranhamento.
Fiquei de campana na rua onde Maitê está morando. O homem de meia-idade que vi sair com ela algumas vezes… não havia dúvida: era o pai biológico dela. Os traços eram inconfundíveis, como um reflexo no espelho.
Dois dos três dias em que fiquei observando, mantive o carro com vidros escuros parado a certa distância, debaixo de uma árvore, enquanto o entardecer tingia o céu. Dois desses dias ela saiu, quase no