Hanna
Oryan saiu de cima e o observei caminhar pelo quarto e pegar um conjunto de roupas na mala. Eu precisava arrumar nossas roupas no armário.
Sentei-me e ajeitei os cabelos, estavam mais curtos, um pouco abaixo dos ombros, ainda eram os mesmos cachos. Estiquei-me e acendi a luz do abajur e, sem me preocupar com minha nudez, levantei e arrastei as cortinas da grande janela de vidro, mais um pouco e seria uma porta.
A noite já estava bem estabelecida, não devia ser tão cedo assim. Olhei a floresta ao redor, era uma casa isolada, não havia vizinhos por quilômetros, era uma das nossas propriedades.
Um casal de humanos era nossa única companhia, eles que cuidavam da casa e do jardim, ficam até suas mortes, depois, outros vêm para seus lugares. É inevitável.
Felizmente, ainda temos muitos que nos servem e guardam esse segredo como se suas vidas dependessem disso. Às vezes, de fato, dependem.
Passávamos algumas temporadas aqui, eu morei em tantos lugares pelo mundo que já tinha perdido