Diana soltou uma risada repentina:
— Então, por que ele não se casou com você?
O rosto de Maia endureceu:
— Diana, não pense que você venceu. Mesmo que ele se case com você, o coração dele sempre será meu.
Maia balançou deliberadamente o copo em sua mão.
Os olhos de Diana se estreitaram. Era o par de copos que ela mesma havia feito especialmente para o casamento com Ian. Mesmo que nunca fossem usados, eram dela, Diana.
— Me devolve isso. — Exigiu Diana.
Quando Diana estendeu a mão, Maia jogou o copo no chão. O som da porcelana se quebrando ecoou pelo ambiente, estilhaçando-se em pedaços.
— O que você está fazendo? — Gritou Ian.
Diana foi empurrada por Ian para o chão. Os cacos de porcelana se cravaram na palma de sua mão, causando uma dor aguda e insuportável.
— Ela quebrou meu copo, eu só... — Diana tentou explicar.
— É só um copo quebrado, Diana. Por que você tem que ser tão irracional? — Gritou Ian.
As palavras de Diana morreram em sua garganta. O sangue escorria por entre seus dedos, pingando no chão.
Nos braços de Ian, Maia soltou um gemido de dor. Ele hesitou por apenas dois segundos antes de pegá-la nos braços, carregando-a com pressa para fora.
— Não se preocupe, eu estou aqui. Vou te levar ao hospital. — Disse Ian, tentando tranquilizá-la.
A dor física fez os olhos de Diana se encherem de lágrimas. Ela abaixou o olhar para os pedaços do copo espalhados no chão. Ela havia amado Ian incondicionalmente por cinco anos, e no fim, não importava quem estava certo ou errado, tudo o que ela tinha sempre deveria ceder espaço para Maia.
Nesse momento, a raiva fervilhante dentro dela foi subitamente substituída por uma calma estranha. O problema não era ela. O problema era Ian. Ele não valia a pena.
Diana pegou o outro copo intacto e o jogou no lixo junto com os cacos. Sem hesitar, ela virou as costas e não olhou mais para eles.
Naquela noite, pela primeira vez em muito tempo, Diana dormiu tranquila.
Na manhã seguinte, Ian enviou uma mensagem pelo celular:
[Amor, me desculpa. A mãe da Maia e a minha são melhores amigas. Eu prometi que cuidaria dela. Fiquei preocupado que algo pudesse acontecer com ela e que minha mãe tivesse uma má impressão de você.]
[A Maia passou a noite chorando. Eu não podia deixá-la sozinha no hospital. Por isso não voltei para casa ontem. Não pense besteira.]
Ian tinha o talento de sempre justificar suas ações, como se tudo que fizesse fosse inevitável.
Diana leu a mensagem e, sem pensar duas vezes, jogou o celular para o lado, sem vontade de responder.
À tarde, Ian voltou para casa com Maia. Ele a acomodou no sofá da sala antes de bater na porta do quarto de Diana:
— Eu não sabia que você tinha se machucado tanto. Eu prometo, isso não vai acontecer de novo.
Ian segurou a mão de Diana com cuidado, como se tivesse medo de machucá-la.
O ferimento de Diana não era profundo, mas os arranhões e cortes deixavam marcas visíveis na pele, um lembrete doloroso daquela noite.
— Tudo bem. — Murmurou Diana, com indiferença.
Ela baixou os olhos para o calendário de contagem regressiva do casamento, que estava pendurado na parede. Com a caneta, ela riscou mais um dia.
Quando Diana havia feito aquele calendário, ela estava cheia de entusiasmo, contando os dias ansiosamente para a chegada do casamento. Agora, tudo o que ela esperava era o dia de sua partida.
— Diana, por que jogou o copo? — Perguntou Ian de repente, olhando para o lixo no canto do quarto.
Diana seguiu o olhar dele, mas permaneceu em silêncio.
Ian começou a ficar nervoso:
— Só sobrou um... Isso não traz sorte. Depois do casamento, eu prometo que vamos fazer um par novo, ainda melhor.
— Não vai haver um "depois".
— O quê?
Ian não entendeu o que ela disse, mas sua inquietação só aumentou:
— Se isso está te sobrecarregando, eu cuido de tudo. E, se você não gosta da Maia, tudo bem. Depois do nosso casamento, eu prometo que não vou mais vê-la. Está bem? Amor?
Ele segurou a mão de Diana novamente, mas ela apenas o olhou com um vazio que o fez estremecer.
— Sua mão está tão fria... Você está se sentindo mal? — Ian perguntou, com uma preocupação genuína no rosto.
— Vou buscar um cobertor para você.
Ian caminhou rapidamente até o guarda-roupa. Quando abriu a porta, viu que metade dele estava vazio. As coisas de Diana tinham desaparecido.
Ele se virou bruscamente, olhando ao redor do quarto. Só então ele percebeu que tudo que antes pertencia a Diana. Os objetos que preenchiam o espaço não estavam mais lá.
A voz de Ian tremeu:
— Onde estão as coisas que eu te dei? Diana, onde estão suas roupas?