POV: RAIKER
Ele inclinou o pescoço lentamente, como se estivesse tentando controlar o próprio corpo. As garras dele se cravavam na terra congelada. Os músculos se contraíam, como se um animal gigante lutasse por dentro para sair.
— Você não vai... tocar... neles. — A voz dele arrastou como um trovão preso, mas carregada de fúria real.
Dessa vez não era apenas maldição.
Era ele.
Daimon.
O pai. O monstro. O Alfa.
E ele estava voltando.
— Mas como? — gaguejei, engolindo em seco ao sentir a força da pressão que saía dele. O chão vibrava, meu corpo inteiro recuava mesmo contra minha vontade. — Como você ainda consegue... pensar? Isso não é possível! Você já deveria ter enlouquecido!
Daimon não respondeu de imediato. Seus olhos estavam vidrados, o peito arfando com dificuldade. Os pelos estavam sujos de sangue, a pele rasgada em vários pontos. Mas ele estava de pé.
Tremendo. Mas de pé.
— São minha família... — ele murmurou, os lábios rachados e a voz rouca. — Muita dor... Alec... tão sozinh