__ se continuar se mexendo desta maneira, vou acabar furando todo o seu corpo. __ aviso e Estela me mostra um sorriso triunfante.
__ me pergunto onde estava a minha cabeça quando aceitei fazer isso, Dio mio! __ reclamo. __ anda logo Bels, queria ir em um profissional, mas você sabe, que o papai surta só em pensar em mãos masculinas tocando esse belo corpo que tenho. __ diz deslizando a mão pela barriga e reviro os olhos. Ela é um exemplo de modéstia. __ eu não sou nenhuma profissional, fique quieta, porra! E segure o grito.__ alerto e antes que responda, furo o seu mamilo e deslizo a argola em formato de coração. A garota geme ofegante e fita os seios no espelho, ambos os mamilos com pequenas argolas os enfeitando. __ porra! Isso ficou lindo, você é incrível irmãzinha. __ comemora e suspiro. __ eu ainda não sei porque diabos eu fiz isso, se papai descobrir... __ ah não! Não começa a surtar, que a única pessoa que vai ver isso não vai contar ao nosso pai. __ comenta com os olhos brilhando. __ Estela Ferrari... o que está tramando? __ questiono enquanto me levanto indo ao lavabo, higienizar as minhas mãos. __ nada sorella, apenas uma fantasia que sonho sempre. __ disse e quando retorno ao quarto a loira já estava vestida, os seios fartos deixavam em evidência os piercings. __ merda! Você não vê que está dando para perceber? __ pergunto. __ relaxa, estou indo para o meu quarto, acho que vou tirar uma foto... e mais uma vez, obrigado maninha, as suas mãos são de uma fada. __ agradece e deixa um beijo em meu rosto, abrindo a porta do quarto e me deixando sozinha. Fecho os olhos e suspiro arrepiada, ao ter um galho do salgueiro-chorão, arranhando o vidro da minha janela, mas ignoro o tremor que meu corpo ameaça sentir. Entro no closet e abaixo as alças do vestido, fazendo com que a peça deslize pelo meu corpo, encaro meu reflexo no espelho e respiro fundo, mas uma batida alta no vidro me fez cobrir o corpo com as mãos, uma nos seios e a outra na minha intimidade. Me cubro com uma toalha, ignorando os arrepios que me cercavam, e olho para janela, porra! Não havia nada ali, ah não ser a porcaria do galho rangendo. __ cazzo! __ esbravejo, e estou prestes a me direcionar para o banheiro quando meus olhos focam em uma sacola de presente sobre a minha cama. Prevendo ser alguma brincadeira estúpida de um dos meus adoráveis irmãos, pego o saco, mas minhas mãos o jogam no chão assim que meus olhos avistam o que tem dentro. __ que porra é essa?__ questiono sozinha ao ver um rato morto com uma fina corrente prata, enrolada ao redor do seu corpo e ao lado dele um lírio-branco coberto de sangue ainda quente. Respiro com dificuldade, sentindo a bile subir. Que brincadeira de mal gosto! Alguns minutos após o choque, me abaixo pegando outra sacola dentro do closet e cubro minha mão, para colocar o bicho e a flor de volta ao pacote. Descarto a sacola que utilizei junto ao animal morto, não tenho tempo para banho, apenas abro a porta do meu quarto e sigo para onde provavelmente meus irmãos e amigos estejam, e assim que abro a porta, eles me encaram confusos. __ vai jogar sinuca seminua? Gostei!__ Noah sugere e respiro fundo. __ não tenho tempo para isso, quero saber quem foi o engraçadinho que deixou esse presente no meu quarto?__ pergunto levantando a sacola e não obtive nenhuma resposta, apenas reações de espanto. __ Bel, nós... não entramos no seu quarto, estamos aqui desde as sete, e a Estela chegou ainda a pouco. __ Isis explica. Engulo em seco e franzo o cenho. __ e como diabos isso veio parar no meu quarto, em cima da minha cama? Eu juro para vocês que se... __ ei, não fomos nós.__ Lorenzo corta, e se aproxima de mim, arrancando o pacote da minha mão e o abrindo logo em seguida. __ que porra!__ ralha levando a sacola para mostrar aos nossos irmãos e amigos. E todos tiveram a mesma reação. __ não fomos nós, mas se for algum segurança engraçadinho, vou enfiar esse rato na boca dele. __ Lorenzo fala e meu coração acelera. __ eu vou voltar para o meu quarto, odeio essa sensação. __ confesso. __ vai, a gente resolve isso. __ garante e assinto, sentindo as paredes da sala de jogos me sufocando. Quase no piloto automático, giro o corpo e volto para o meu quarto, pego a colcha e jogo dentro do cesto para que a empregada venha buscar mais tarde. Entro no banheiro e decido tomar uma ducha demorada, esperando que a água quente acalme meu coração disparado e querendo ou não, memórias que guardei por anos acabaram se dissolvendo junto as gotas. (...) “ __ o que você vê quando olha para o céu? __ a pergunta me deixou confusa. __ estrelas, o que mais seria? __ falo e ele sorri. __ vida, às vezes eu me imagino sendo um pontinho daqueles, que não precisa fazer nada além de brilhar e isso nos faz admirá-los sem muito esforço. __ são lindas mesmo. __ confesso, fitando os olhos azuis. __ duvido que sejam mais que você. __ bobo!__ brinco e ele sorri. __ gosto de estar contigo... é quando não me sinto estranho, e quando não sinto vontade de morrer. __ ei, não fale mais isso... vamos pensar em alguma coisa melhor. __ incito e ele acaricia meu rosto, fazendo as minhas bochechas corando. __ me diga, onde você queria estar agora ma belle? __ já estou onde queria estar, eu também gosto de ver você, agora me diz e você, onde queria estar? __ morto! __ você não pode ficar falando essas coisas. __ posso confessar algo?__ questiona e assinto com a cabeça. __ desde que meu pai morreu, as coisas não têm sido fáceis, ainda não sabemos quem o matou, mamãe está lutando para que eu vá logo para o treinamento, mas... eu não quero ir. __ então é só dizer não. __ as coisas não são fáceis dessa maneira ma belle, queria que fosse, talvez no futuro nos casaríamos. __ diz e gargalho. Ele é quatro anos mais velho que eu, e fala umas bobagens que sempre me fazem corar. __ eu não sei se quero casar. __ mas comigo você casaria, eu faria de tudo para tê-la comigo... mesmo o seu pai me odiando sem razão. __ ele não te odeia, só não gosta de ninguém perto de mim... ele tem medo que me sequestrem novamente. __ queria poder te proteger. __ eu mesma vou me proteger. __ afirmo e ele sorri, se levantando e me estende a mão, não ofereço resistência ao aceitar, confio nele. Gabriel me leva até o balanço e me sento, minutos depois ele começa e me embalar. __ segure nas correntes, ou vai cair. __ mas elas podem me ferir, estão enferrujadas demais.__ pondero. __ apenas segure, nada vai acontecer.__ garante e ainda receosa, agarro nas correntes, o metal frio me deu arrepios. __ seu pai sabe que está aqui? Ou a sua mãe? __ não, nenhum dos dois, eu te vi e decidi sair sem que me vissem, ainda bem que seu motorista parou o carro. __ eu não deixaria você vir andando, tão pouco andar sozinha por aí, e não saia mais de casa sem que seus pais saibam, isso é uma atitude idiota. __ fala e pigarreio. __ mas estou muito feliz de rever você. __ diz e abro um sorriso enorme, mas ele some assim que vejo meu pai descer do seu carro feito uma fera e soube que daquele dia em diante, minha amizade com meu amigo, estaria por um fio. ” (...) Abro os olhos desesperada, fechando o registro e me enrolando novamente na toalha, aquela corrente ao redor do rato me trouxe memórias que não queria relembrar. Depois que meu pai me proibiu de vê-lo, ele conseguiu entrar em meu quarto algumas vezes e por alguns meses, mas no ano seguinte sumiu, e me perguntei o motivo. Chegando a conclusão de que ele havia se cansado de escalar a minha janela e me ver como se fosse um ladrão.