Capítulo Quatro

— Que bom que você se divertiu também. Agora eu preciso ir dormir, porque estou cansada e amanhã a nossa viagem será longa.

— Nem me fale. Nós temos mesmo que voltar? Ir para a escola- ela faz uma careta- ainda bem que é o nosso último ano.

— Verdade. Mal vejo a hora de poder me formar e ter um pouco mais de liberdade.

— Eu nem comprei o meu material escolar e as aulas irão começar daqui alguns dias.

— Também não. Podemos fazer as compras juntas, o que acha?

— É uma ótima ideia. Amanhã conversamos mais sobre isso. Eu estou bem cansada, boa noite- ela vai para o seu quarto.

— Boa noite- respondo antes dela ir para a cama dela.

Coloco o meu pijama e me deito na cama, adormecendo em seguida.

***Algumas horas depois***

Acordo às 5 da manhã com o meu celular tocando. Olho na tela e vejo a palavra "Pai". Penso em ignorar, mas eu sei que isso apenas pioraria as coisas.

"Oi pai- respondo meio sonolenta."

"Bom dia, minha filha. Você acordou agora? Esqueceu que vocês virão para casa hoje? O vôo de vocês é às 9hs e por favor, não se atrasem."

"Bom dia pai. Tá bom. O Daniel irá conosco ou poderemos ter uma privacidade?"

"É claro que ele irá com vocês, mas disfarçadamente. Você se comportou durante a viagem?"

"É claro que sim, pai."

"Tá bem. Boa viagem para vocês e venham com cuidado."

Ele desliga a chamada e eu volto a dormir, colocando o celular para despertar às 6hs.

***

—Amiga, acorda- sinto alguém me saculejar. Obro os olhos lentamente e é a Melissa- nós precisamos ir embora. O nosso vôo é as 9hs.

— Eu sei. Até coloquei o celular para despertar às 6 horas- pego o meu celular e me espanto com a hora- já são 7hs? Eu coloquei para despertar.

— Eu coloquei para despertar- me levanto rapidamente.

— Tudo bem. As suas malas estão prontas?- pergunta ela, meio apreensiva- O Daniel vai passar daqui dez minutos e você precisará se apressar.

— Eu não tirei as coisas da mala, mas dez minutos é muito pouco para eu ficar pronta, mas vou procurar uma roupa confortável para usar.

Pego uma roupa em minha mala: Uma calça jeans escura e uma blusa preta com uma estampa de estrela. Calço o meu tênis e verifico se esqueci de colocar alguma roupa ou objeto dentro da mala ou da bolsa.

Faço a minha higiene pessoal e saio sem me maquiar.

— Estou pronta. Na primeira parada eu me maqueio.

— Tá bom, vamos- pegamos as nossas malas e encontramos com o Daniel no saguão.

Fazemos o Check-out e logo um táxi chega para nós levarem para o Aeroporto de Cancún.

Compramos algumas coisas para comermos na nossa viagem e entramos no avião às 8h40.

E como na ida, a nossa primeira parada foi em Nova York. Eu queria ter mandado mensagem para o Otávio, mas eu não posso arriscar ainda com o meu celular, correndo o risco de ser rastreado pelo o meu pai.

Então, pego o celular da Melissa e mando uma pequena mensagem para ele:

"Bom dia Otávio. Estou indo hoje para o Brasil. Já estou em Nova York. Quando eu chegar em casa, verei uma forma de falar com você, se ainda quiser- 11hs"

"Bom dia Miranda. Eu quero sim e espero que possamos nos ver mais vezes. Estarei no Rio de Janeiro no próximo mês e gostaria de poder te ver, se ainda quiser- 11h02."

"Pode ser. Vamos mantemos contato- 11h03."

Entrego o celular para a Melissa e passamos o tempo conversando, enquanto não chegava o nosso próximo vôo, aonde nos levará para São Paulo.

***

Chegando em São Paulo, troco de roupa, pois o clima esquentou e eu vi que a previsão do tempo para o Rio de Janeiro hoje é de sol e muito calor.

Ponho um vestido soltinho verde claro com uma pequena abertura nas costas e uma rasteirinha preta, mas coloco um sobretudo por cima, porque no avião o ar condicionado fica ligado e as vezes eu acabo sentindo frio.

— Amiga, você está animada com o fato de voltar a vê-lo?- pergunta Melissa, achando aquilo tudo muito romântico e engraçado.

— Sim, eu estou e com medo do meu pai descobrir também. Eu apenas preciso de uma forma de conversar com ele sem que o meu pai rastreie as minhas conversas.

— Conversa com ele pelo o Telegram, mas usa um chip novo. Se você quiser, podemos comprar um chip e colocar no meu celular e então você conecta com esse número e assim, ele não poderá rastreá-lo.

— Eu amei a ideia, mas isso não dará problemas para você?

— Claro que não. Ele não descobrirá, então, fique tranquila. Eu vou ali na loja comprar o chip, até cadastro no meu nome e coloco no meu celular e você instala o Telegram. Você cria duas contas: uma com esse chip novo e uma com o antigo, assim se ele descobrir, eu excluio o número novo e ele verá apenas um número conectado.

— Você poderia trabalhar para o FBI, isso sim- digo e lhe dou um abraço - você é a melhor amiga do mundo.

— Eu sei- responde ela convencida- agora, me espere que eu já volto.

Ela vai até a loja de operadoras e compra um chip. Depois, ela cadastra em seu celular no seu nome e eu instalo o aplicativo em meu celular.

Em poucos minutos a conta está criada e eu mando uma mensagem do celular da Melissa para o Otávio para lhe dar o recado.

Não demora muito para que eu receba uma nova mensagem no Telegram do Otávio:

"Otávio: Olá, fico feliz que agora possamos conversar melhor- 17hs."

"Eu também fico feliz. Quando eu puder, mando mensagem. Estarei entrando no avião agora e logo estarei em casa- 17h01."

"Otávio: Ok. Boa viagem para vocês- 17h02."

Entramos no avião às 17h05 e o mesmo saiu às 17h30. Chegamos no Rio de Janeiro às 19h46.

Pegamos as nossas bagagens na esteira e entramos em um táxi, juntamente com a Melissa e o Daniel- o meu segurança.

O táxi deixa a Melissa em sua casa e eu sigo para a minha com o Daniel.

Após quarenta minutos, o táxi nos deixam na porta da comunidade e seguimos a pé para o meu lar.

O meu pai estava em seu escritório e nem me viu entrar. Coloco as minhas malas em meu quarto e logo tomo um banho gelado, porque apesar de ser noite, o clima ainda está abafado.

Roger me ver finalmente e abre os braços, para que eu o abrace:

— Oi pai.

— Oi Miranda. Se divertiram na viagem?- pergunta ele.

— Sim pai, obrigada por me deixar ir. A Melissa ficou muito feliz com a viagem.

— Que bom. Amanhã te darei o dinheiro para comprar o seu material escolar e a sua festa de aniversário está toda planejada. Será um churrasco.

— Tá bom, pai. Obrigada. Eu irei descansar um pouco, porque estou cansada.

— Tá bem. Se quiser jantar, tem carne no forno. Sobrou do churrasco de ontem à noite e tem comida na geladeira.

— Tá bom- lhe dou um beijo na bochecha, um abraço e volto para o meu quarto.

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