O Aqua Bar era conhecido como o covil de extravagâncias, o mais notório local de diversões noturnas. Homens e mulheres de todos os tipos frequentavam o local.
Mônica estava sentada no balcão, já havia bebido alguns copos de uísque, e um pensamento perigoso começava a crescer cada vez mais rápido em sua mente.
Ter um filho... Que diferença faria com quem fosse? Se encontrasse um homem bonito, o filho ainda seria mais bonito!
Com essa ideia em mente, seu olhar vagou pela pista de dança, até que de repente fixou-se em uma alta figura não muito distante.
Embora não conseguisse ver o rosto do homem, sua altura e postura destacavam-se na multidão. Ele estava praticamente cercado por várias pessoas, todas bem vestidas, e sua presença impunha respeito.
“É ele!” Decidida, Mônica respirou fundo, ajeitou o cabelo e, cambaleando em seus saltos altos, começou a caminhar em direção ao grupo.
— Ai, que tontura! — Na passagem, ela fingiu perder o equilíbrio e caiu direto nos braços do homem.
Uma mão forte e firme passou pela sua cintura, segurando-a com segurança. O cheiro masculino intenso, misturado ao toque firme, fez Mônica sentir a boca seca, enquanto sua racionalidade começava a se dissolver lentamente.
— Que perfume bom… — Murmurou ela, quase sem perceber.
As sobrancelhas do homem franziram imediatamente, enquanto seu assistente e os seguranças que estavam atrás dele ficaram completamente boquiabertos.
Que absurdo! Uma mulher sendo tão atrevida!
— Senhorita, por favor, mantenha a compostura. — A voz do homem era fria como um vento gelado de inverno, capaz de fazer qualquer um tremer.
Mônica ficou paralisada. Aquela voz... Tão familiar. Ela levantou a cabeça e, ao encarar os olhos do homem, sentiu seu coração parar. Aqueles olhos, frios como estrelas distantes, congelaram-na no lugar.
Por um momento, o tempo pareceu parar. Mônica arregalou os olhos, encarando o rosto impassível à sua frente. Depois de alguns segundos, sua boca se abriu lentamente em choque.
— Tio? — Sussurrou ela, incrédula.
Meu Deus, que pecado ela havia cometido para acabar nos braços de Rubem Pimentel, o famoso “tio” de Leopoldo!
Embora todos soubessem que Rubem era apenas o filho adotivo de Conrado Pimentel, como Conrado nunca teve filhos biológicos, ele enviou Rubem para estudar administração no exterior e, em seu aniversário de sessenta anos, entregou a ele o controle do Grupo Pimentel.
Rubem era o solteiro mais cobiçado da alta sociedade, um verdadeiro magnata, alguém inalcançável!
A sogra de Mônica, aliás, nunca escondeu seu desejo de se aproximar de Rubem, afirmando que a carreira de Leopoldo dependia muito da ajuda do “tio”. Mas, ao que parecia, Rubem mal dava atenção à família de Leopoldo.
Mônica mal teve chances de vê-lo pessoalmente ao longo dos anos, e agora, lá estava ela, em seu primeiro contato tão próximo com ele.
Ele tinha um semblante frio, traços bem marcados e um olhar penetrante, como se pudesse ver através de todas as suas intenções. Seu corpo esguio irradiava uma aura quase desumana, completamente indiferente.
— Tio Rubem... Desculpa.
Ao ouvir Mônica chamá-lo de “tio” pela segunda vez, Rubem finalmente pareceu reagir.
Franzindo ainda mais a testa, ele soltou Mônica sem a menor hesitação, pronto para seguir seu caminho. Mulheres que se jogavam em cima dele não o interessavam nem um pouco.
— Tio Rubem, espera!
Mônica mordeu o lábio. Se ela já estava ali, que mal teria aproveitar a oportunidade? Se conseguisse conquistar Rubem, seria uma verdadeira virada na vida dela!
— Eu... Estou muito mal hoje, bebi demais... Você vai mesmo me deixar sozinha aqui? Este lugar não é nada seguro. — Disse Mônica, tentando soar vulnerável, enquanto mordia o lábio de leve e fingia ser inofensiva.
Ela o observava de soslaio, mas Rubem mantinha a expressão inalterada. Decidida, ela fingiu sentir dor, curvou-se e passou a mão no tornozelo, gemendo com a voz trêmula:
— Além disso, eu torci o pé... Está doendo muito.
Se o rosto de Rubem estava impassível antes, agora um sutil sorriso irônico começou a se formar em seus lábios, enquanto seus olhos brilhavam com um toque de diversão.