A Esposa Indesejada e Seus Gêmeos Secretos
A Esposa Indesejada e Seus Gêmeos Secretos
Por: Artemis Z.Y
Capítulo 1 Você Está Grávida
Ponto de vista de Mia

— Parabéns — disse a Dra. Ray com um sorriso gentil. — Você está grávida.

Pisquei rapidamente, tentando focar. Seu sorriso nunca vacilou enquanto ela guiava minha atenção para a tela, apontando para dois pontinhos minúsculos pulsando em sincronia.

— Gêmeos — acrescentou. — Você está esperando gêmeos.

Gêmeos? Eu nem conseguia compreender a realidade de estar grávida. Eu tinha sido tão cuidadosa, tão cautelosa. As pílulas que Kyle insistiu que eu tomasse todos os dias sem exceção deveriam prevenir isso. Nós tínhamos um contrato, um que proibia explicitamente uma gravidez. Esse era o acordo, afinal de contas.

— Eu... eu tenho tomado as pílulas — disse, minha voz mal passando de um sussurro. Minhas mãos tremiam, e as coloquei na beira da maca de exame, tentando me estabilizar.

A Dra. Ray me olhou com uma leve carranca.

— Se você tem tomado regularmente... Tem certeza de que tem sido constante?

Hesitei, insegura. Minha memória estava nebulosa. Houve momentos em que estive distraída.

— Eu... — minha voz falhou, e balancei a cabeça. — Não tenho certeza.

A expressão da Dra. Ray ficou mais séria.

— Bem, a gravidez pode acontecer mesmo com contracepção, mas... — ela interrompeu a frase, olhando para mim com preocupação. — Você não quer seu bebê?

— Não — murmurei. — Eu não achei que pudesse engravidar.

Ela me ajudou a limpar o gel frio da minha barriga.

— Bem, o que importa agora é garantir sua saúde e a saúde dos bebês. Mas devo avisá-la — sua expressão ficou séria — que a condição do seu útero requer atenção extra. Você vai precisar de nutrição adequada, descanso regular e exames frequentes.

Assenti mecanicamente, minha mão deslizando para minha barriga ainda lisa. Duas vidas. Dois seres minúsculos crescendo dentro de mim. Os filhos de Kyle. Nossos filhos.

Agradeci à Dra. Ray e saí do hospital. Entrei no carro, minhas mãos agarrando o volante enquanto tentava respirar. A viagem para casa foi um borrão. Continuei pensando nas palavras do contrato. Cláusula 6 — Contracepção regular obrigatória. Nenhuma gravidez permitida. Os termos do nosso casamento eram claros, clínicos, como tudo o mais sobre nosso relacionamento. Eu não deveria engravidar, já que minha vida inteira era construída em fingir ser sua esposa enquanto o mundo — e ele — me via apenas como uma secretária.

Estacionei na nossa entrada, desliguei o motor, mas permaneci no carro. O casamento deveria ser sobre amor, confiança e construir uma vida juntos. Mas quando seu marido vê isso apenas como um acordo de negócios, esses sonhos se tornam nada mais do que pensamentos ilusórios. Kyle deixou isso muito claro desde o início.

— Isso é um acordo — ele disse, deslizando o contrato pela sua mesa de mogno. — Espero que você não tenha nenhuma outra ideia.

Mas eu tinha outras ideias. Eu tinha amor, anos dele, um amor cuidadosamente escondido. Então assinei, me agarrando à esperança de que talvez, apenas talvez, o tempo o ajudasse a me ver de forma diferente.

Três anos depois, essa esperança se mostrou tão substancial quanto a névoa da manhã. Nosso relacionamento existia principalmente na escuridão do nosso quarto, mecânico e desprovido de emoção. Durante as horas do dia, eu era apenas mais uma funcionária na K.T. Enterprises, nosso casamento um segredo conhecido apenas por Linda, sua assistente pessoal.

Quando cheguei em casa, me movi mecanicamente, minhas mãos tremendo enquanto preparava uma refeição rápida. Talvez fossem apenas meus nervos, mas me senti com mais fome do que o normal. Permiti-me comer mais, sabendo que precisava manter minhas forças.

Depois de comer, tomei banho rapidamente. Em pé na frente do espelho, encarei meu reflexo. Meu corpo ainda não havia mudado, não visivelmente, pelo menos. Minha barriga ainda estava lisa, nenhum sinal da vida crescendo dentro de mim. Mas a realidade estava lá, e a ideia de dois pequenos seres crescendo dentro de mim fazia meu coração acelerar. Eles se pareceriam comigo? Teriam meus olhos verdes? Ou herdariam o olhar escuro e tempestuoso do pai?

Não pude deixar de me perguntar sobre eles. O que essa gravidez significaria para nosso futuro? Trariam esperança? Ou apenas mais decepção?

Quando terminei de me vestir, me acomodei no sofá, esperando Kyle retornar. Não tinha certeza de quanto tempo fiquei sentada ali. Minha mente disparava, ensaiando cada cenário possível no qual eu daria a notícia a ele. A noite se estendia interminavelmente. Minha mão continuava voltando para minha barriga, tentando forjar uma conexão com as pequenas vidas dentro de mim. Mas Kyle estava atrasado hoje. Os minutos se arrastavam, se estendendo por horas até que finalmente comecei a cochilar.

Acordei com mãos familiares na minha pele, e meu coração imediatamente disparou.

Quando acordo, já estava na cama, e Kyle já tirou minhas roupas.

— Kyle, você chegou — me senti nervosa, e meu baixo-ventre se contrai levemente.

— Você faltou ao trabalho hoje — ele murmurou contra meu pescoço, sua respiração quente. Seus lábios roçaram, um gesto rápido e possessivo, antes de me morder levemente. Ofeguei, meu corpo se tensionou. — Você não foi trabalhar hoje.

— Não me senti bem, então Linda e eu tiramos o dia de folga.

A língua de Kyle deslizou para dentro da minha boca. Percebi o que ele ia fazer, mas não hoje. Virei meu rosto para o lado.

— Kyle — olhei para seu rosto bonito. Ele tinha o tipo de maçãs do rosto que um escultor criaria, e sua linha do maxilar era impecável. Seus olhos eram do tom mais incrível de cinza, e no momento estavam cheios de luxúria.

— Abra suas pernas — ele disse. Sua parte dura já estava contra minha entrada.

— Não, Kyle. Hoje não.

Ele parou. Recuou, seus olhos cinzentos escurecendo.

— Por quê?

— Meu estômago está enjoado — disse, a verdade parcial amarga na minha língua.

O calor em sua expressão congelou instantaneamente. Ele se levantou, envolvendo seu roupão em volta de si enquanto se dirigia para o banheiro.

— Certifique-se de consultar o John sobre isso — ele disse por cima do ombro.

John era nosso médico particular. Eu não era estúpida o suficiente para ir até ele para fazer um teste de gravidez. Mordi meu lábio.

— Kyle, há algo que quero te dizer — comecei, mas minhas palavras foram abafadas pelo som da água correndo.

Sentei-me lentamente, decidindo esperar que ele terminasse o banho. Foi quando o telefone dele acendeu na mesa de cabeceira. Uma notificação de mensagem chamou minha atenção. Apesar de mim mesma, olhei.

O nome fez meu sangue gelar: Taylor.

"Estou com saudades, amor. Venha me ver na quinta-feira."

Eu estava familiarizada com o nome. Todos que trabalhavam na K.T. provavelmente estavam familiarizados com ele. Kyle Branson construiu a empresa mais lendária em dez anos. Esse homem aparentemente frio e racional nomeou seu negócio em homenagem a ele e à mulher que mais amava. Suas iniciais como K.T. Enterprises. Um lembrete constante da mulher que ele realmente amava, estampado em cada prédio, cada documento, cada contracheque.

Talvez eu conheça Taylor um pouco melhor do que os outros, porque ela é minha meia-irmã mais nova.

Então o telefone dele tocou novamente, uma ligação de Taylor.
Continue lendo este livro gratuitamente
Digitalize o código para baixar o App
capítulo anteriorpróximo capítulo
Explore e leia boas novelas gratuitamente
Acesso gratuito a um vasto número de boas novelas no aplicativo BueNovela. Baixe os livros que você gosta e leia em qualquer lugar e a qualquer hora.
Leia livros gratuitamente no aplicativo
Digitalize o código para ler no App