Sage
A ala de cura tinha se tornado meu santuário nos últimos dias. Ali, entre ervas e ataduras, eu quase esquecia que era uma ômega sem loba no território do Rei Lycan. Quase esquecia a forma como minha pele formigava sempre que ele se aproximava.
A febre de Cain tinha cedido naquela manhã, as linhas negras finalmente recuando do ferimento. Eu separava ervas frescas quando um cheiro familiar de pinho e vento de inverno me envolveu, fazendo minhas mãos vacilarem.
— Como ele está?
A voz profunda de Alaric provocou um arrepio indesejado em minha espinha.
— Melhor. — Mantive os olhos nas ervas, fingindo estar fascinada pelas folhas de milefólio. — A cataplasma de folha de prata funcionou.
— Graças a você.
Algo no tom dele me fez olhar para cima. Péssima ideia. Os olhos cinza-aço dele capturaram os meus, e por um momento, esqueci como respirar. A cicatriz ao longo de sua mandíbula captava a luz da manhã, e meus dedos coçavam com a lembrança de tocar em minha cabana, quando eu achava que el