O avião deslizou suavemente sobre a pista de Le Bourget, como um pássaro pousando graciosamente após um longo voo. A luz pálida da manhã atravessava as nuvens baixas, refletindo-se nas asas metálicas, enquanto Emma inclinava a cabeça para a janela. Lá estava ela novamente, Paris — uma cidade que parecia congelada no tempo, com seu charme eterno e uma promessa de mistérios escondidos nas esquinas sombreadas.
Emma apertou a alça da bolsa no colo, um hábito que ela nem percebia mais. Seus olhos capturavam a paisagem com uma mistura de familiaridade e inquietação. Paris sempre fora assim para ela: ao mesmo tempo um lar e um labirinto. As memórias vinham como flashes — passeios infantis pelas margens do Sena, o riso de sua mãe, Laura, ao som dos músicos de rua, e, claro, o olhar sempre atento do enigmático tio Jacob Countach.
Laura ajeitou o vestido creme, com um toque de nervosismo escondido atrás de sua postura elegante. Ela olhou para Emma e tentou um sorriso leve.
— Pronta para reencon