Algumas semanas após se apresentar às autoridades locais, Vivienne foi oficialmente proibida de deixar o país até a conclusão das investigações e do trâmite dos processos judiciais. Seu casamento com Dominic foi anulado e, para comprovar legalmente sua identidade como filha biológica da família Devereaux e solicitar a invalidação do atestado de óbito, ela deverá passar por um exame de DNA. A defesa de seus pais sustenta a tese de que Vivienne desapareceu após o acidente que resultou na declaração oficial de sua morte, alegando não compreender sua motivação para, supostamente, forjar uma nova identidade e criar uma narrativa tão complexa.Inicialmente, cogitaram a possibilidade de uma perda de memória como justificativa para seu reaparecimento, mas rapidamente descartaram essa hipótese. Em vez disso, passaram a argumentar que Vivienne estaria agindo deliberadamente para desestabilizar a reputação da família. A narrativa ganhou ainda mais força à medida que o caso se tornou um dos assu
O olhar de Hugo permanece fixo na tela do notebook, a perplexidade evidente em sua expressão. Em nenhum momento considerou essa possibilidade, não acreditava que Vivienne conseguisse criar uma jogada tão estratégica.— Max, chegou o momento de implementar meu plano. — Florence declara com firmeza, virando-se para ele com um olhar afiado, a determinação transbordando em cada palavra.Maximilian solta uma gargalhada baixa, carregada de ironia, enquanto cruza os braços sobre o peito, assumindo uma postura relaxada, mas deliberadamente desafiadora. Seu olhar percorre Florence com um misto de diversão e desdém, como se saboreasse antecipadamente o desenrolar da situação.— Interessante. — Maximilian murmura, um sorriso ladeando seus lábios. — Você realmente acredita que ainda tem controle sobre isso?— Senhor Von Falkenstein, o qu… — Cale a boca, Florence. — Ordena, sua voz firme e cortante, interrompendo-a sem qualquer hesitação. — Deixei claro desde o início que não queria me envolver n
Vivienne apoia a cabeça no ombro dele, absorvendo cada palavra como um bálsamo para sua alma. Um sorriso suave se forma em seus lábios quando sente um dos bebês se mexer, e, no mesmo instante, Dominic percebe o movimento também.Com um olhar terno, ele desliza a mão sobre a barriga dela, acariciando-a com carinho, como se, naquele toque, pudesse transmitir todo o amor e proteção que sente por ela e pelos filhos que estão por vir.— Me desculpa. — Vivienne murmura, a voz embargada pelo turbilhão de emoções. — Vou tentar não ser tão sensível e vulnerável.— Meu amor. — Dominic inicia, sua voz serena, enquanto desliza os dedos, suavemente, sobre a barriga dela, em um gesto repleto de carinho e conexão. — Você está gerando três vidas, Vivienne. Três pequenos que crescem dentro de você, dependendo de cada batida do seu coração. — Declara, a admiração evidente em cada palavra. — Não há nada de vulnerável nisso, muito pelo contrário. — Continua, com naturalidade, seus dedos encontram os cach
O peito de Maximilian sobe e desce em respirações irregulares, enquanto seus olhos percorrem a cena à sua frente, lutando para processar o que vê. O choque o mantém imóvel, cada fibra de seu corpo rígida, como se sua mente se recusasse a aceitar a realidade.Então, movido por um impulso irracional, ele avança para dentro da sala, ignorando a tensão que aperta seu peito. Seus dedos se fecham com força ao redor da boneca de pano pendurada pelo pescoço em uma corda, arrancando-a com um puxão brusco. A textura macia do tecido contrasta com o peso simbólico do objeto em suas mãos, e um arrepio gélido percorre sua espinha. — Isso não pode estar acontecendo. — Resmunga, a voz baixa e carregada de tensão, enquanto balança a cabeça, como se tentasse afastar as lembranças daquela noite.Por um instante, seu peito aperta, o peso do passado se sobrepondo à realidade diante dele. Mas ele fecha os olhos por um instante, obrigando-se a recuperar o controle.De repente, a porta se fecha com um estro
Elena percorre o olhar pelo ambiente, absorvendo cada detalhe com atenção aguçada. A atmosfera pesada não passa despercebida, e a tensão paira no ar como um véu espesso e sufocante.Ela sente os olhares fixos de Florence e Maximilian sobre si, mas não demonstra nenhum desconforto. Em vez disso, mantém a postura firme, ciente de que sua presença acaba de interromper algo que não deveria ter testemunhado.— Elena, minha querida. — Florence inicia, a voz envolta em uma falsa cordialidade, cada palavra carregada de um cinismo meticulosamente disfarçado. — Sem dúvida, você será a esposa exemplar, sempre pronta para servir ao seu marido. — Afirma, seu tom tingido de leve desdém, tornando a provocação ainda mais incisiva.Com a postura impecável de quem controla cada movimento no ambiente, Florence se volta para Maximilian, seus olhos afiados como lâminas. O olhar que lança sobre ele não é apenas intimidador, é um aviso silencioso, um lembrete de que, neste jogo, resistir pode custar caro.—
Na cidade de Luxemburgo, na sede da Muller Capital Partners, as portas do elevador privativo se abrem com um leve som metálico. Instintivamente, Noah e Margot se afastam, interrompendo as carícias que trocavam momentos antes. O gesto é sutil, mas carregado da necessidade de manter as aparências em um ambiente onde cada detalhe importa.— A que devo a sua visita, Dominic? — Noah questiona, mantendo a voz firme e controlada, enquanto desliza as mãos para os bolsos do paletó em um gesto discreto. Ao seu lado, Margot recompõe rapidamente a postura, tentando disfarçar qualquer vestígio do momento anterior.— Acabei de concluir uma série de compromissos, mas fiz questão de trazer pessoalmente os projetos que você solicitou. — Dominic responde, mantendo um tom formal e contido.Um leve brilho de percepção atravessa seu olhar ao notar a dinâmica entre o irmão e sua assistente pessoal, mas ele se limita a um discreto vestígio de sorriso antes de voltar sua atenção ao assunto principal.— Não e
Dominic se levanta abruptamente, a inquietação estampada em cada movimento. Seu corpo inteiro parece rejeitar a ideia de permanecer parado por mais um segundo. Passa os dedos pelos cabelos em um gesto automático, mas a simples ação faz com que uma onda de choques percorra suas mãos, ardendo insistentemente.— Caso precise de algo mais, me informe. — Dominic declara, o tom objetivo, porém sem perder a formalidade. — Vou te levar para casa. — Noah declara, a preocupação evidente em seu tom. Seu olhar analisa Dominic com atenção, ciente de que, mesmo sem admitir, o irmão precisa desse suporte agora.— Não é necessário, Noah. — Declara, encerrando qualquer possibilidade de discussão. — Leve a senhorita Hoffman para casa. Não é prudente deixar uma dama andando sozinha pelas ruas a essa hora. — Continua, um leve sorriso surge em seus lábios ao notar a sutil, porém nítida, tentativa de Noah de parecer indiferente ao ouvir o sobrenome dela. — Além disso, o senhor Rivera já está me aguardando
Dominic se levanta e a segue até o banheiro, onde a hidromassagem já está cheia, o vapor suave criando um ambiente acolhedor. Vivienne se aproxima com hesitação, os olhos carregados de preocupação e carinho. Então, com a delicadeza de quem sabe o quanto ele reluta em ser cuidado, desfaz o nó de sua gravata com todo o cuidado do mundo.Ele mantém os olhos fixos nela, e naquele olhar há algo que vai além do amor, há gratidão, uma emoção silenciosa que se reflete no brilho intenso de seus olhos. Seu peito aperta, não pelo cansaço, mas pela constatação de que ela está ali, com ele, escolhendo estar ao seu lado em seus dias mais difíceis.Com a mesma suavidade, Vivienne abre botão por botão do colete que ele veste, removendo-o com atenção, evitando qualquer toque que pudesse incomodá-lo. Repete o processo com a camisa branca, despindo-o lentamente, respeitando o espaço que ele precisa, mas deixando claro que ele não precisa suportar nada sozinho.Quando chega à calça, ela ergue os olhos e