Capitulo 1: Hassel`s: Traição e sangue

         O exército acabara de ser derrotado, um traidor forneceu a localização e as manobras de guerra ao adversário, atacados por um exército superior durante a madrugada, não resistiram à investida inimiga, Constancius o Imperador foi decapitado em praça pública para mostrar ao povo o poder de seus conquistadores; Mais da metade do exército, ou estavam mortos ou gravemente feridos e sem condições de lutar nem de encontrarem o caminho de volta, pois foram surpreendidos quando se deslocavam nas fronteiras inimigas terras para a maior parte deles desconhecidas e distante da central de seu país Hillmond!

         Ykarus Hassel, filho de Constancius e futuro herdeiro do império fora ferido de morte pelas mãos de um integrante do exército rival, por sua vez vampiros de um clã que havia jurado destruir o império dos Hassel`s e dominar a nação Hillmond, um vampiro encontrando o herdeiro do trono agonizando decidiu sentenciá-lo a uma pena inusitada, antes de marcar para sempre o destino de Ykarus falou-lhe:

         --A morte que dei ao seu pai foi piedosa, você receberá algo a mais, meu legado!

         Em seguida cravou suas presas em seu pescoço depois o fez provar de seu sangue maldito, abandonou o jovem a própria sorte junto ao seu exercito dizimado!

         Não muito distante já com a outra parte do exército acampado no território inimigo Xavier estranhava a demora das tropas que aguardava para marcharem ao combate, não era do feitio de Constancius ou Ykarus se atrasarem nas manobras militares e já haviam se passado um dia desde que esperava a chegada deles, chamou Sarraquiel o comandante do regimento, e falou!

         --Pegarei um grupo de guerreiros e partirei ao encontro de meu pai, mantenha a tropa em posição devemos regressar até amanhã cedo ou talvez no começo da tarde!

         --General, o senhor suspeita que tenha acontecido algo com eles?

         --Não se preocupe amigo, provavelmente devem ter se perdido em uma das muitas rotas para Valion, só isto! Sairemos de imediato aguarde nosso retorno, mas mantenham-se atentos não podemos nos descuidar em território inimigo!

         Partiram quando o dia estava clareando cavalgaram por sete horas e estavam se aproximando da cidade de Pilfai situada na divisa entre Hillmond e Valion, Xavier avistou ao longe dois soldados com armaduras típicas dos Hassel`s um deles homem de meia idade e barbas já esbranquiçadas apoiado por um jovem guerreiro de cabelos negros e pele escura, o mais velho reconheceu Xavier e de longe começou a acenar desesperadamente quando se aproximaram ele então falou exasperado.

         --General! General rápido fomos emboscados!!!

         --Mas, O que?A maior parte do exército estavam com vocês, como tantos homens foram derrotados?

         --Depois de seguir viagem por seis dias o Imperador decidiu parar em Pilfai para dar descanso às tropas, mas fomos atacados durante a noite, não esperávamos os vampiros malditos descobriram nossa localização e atacaram de surpresa, as tropas estavam exaustas e muitos dormiam então não puderam resistir, os malditos eram rápidos e silenciosos, quando demos conta do ataque eles já tinham tomado toda a cidade!

         --Onde estão meu irmão e meu pai?

         --Sinto muito meu General, mas o Imperador pereceu nas mãos inimigas e não ouso falar-lhe qual seu destino!

         --Fale logo homem!

         O soldado baixou a cabeça e falou.

         --O general adversário decapitou Constancius em praça pública para mostrar poder ao povo! Nos só escapamos porque Ykarus nos ordenou que fossemos ao encontro de vocês enquanto ele e outros  soldados sobreviventes enfrentaram os vampiros, porém não acredito no sucesso deles, os Vampiros fecharam um cerco e os obrigaram a recuar para o centro da cidade onde ficaram cercados!

         Xavier optou por não pensar nas palavras que cortava fundo seu peito, não podia ser fraco agora, olhou para a tropa e ordenou a quatro de seus soldados.

         -- Vocês, levem estes homens feridos para Hilmond!

          Virou-se para outros dois guerreiros e ordenou:

         -- Vão ao acampamento em Valion e falem para o comandante vir com as tropas para Pilfai imediatamente!

Os soldados bateram uma continência montaram em seus cavalos e saíram em disparada para o acampamento.

         --O restante de vocês me sigam, vamos analisar a situação em Pilfai.

         Ao chegarem Xavier pode constatar que a situação era ainda pior, soldados mortos estavam espalhados por todos os lados, pedaços de corpos entupiam as calçadas e ruas da outrora tranqüila cidade. Grande parte das casas foram queimadas muitos dos habitantes também foram mortos na violenta investida dos vampiros somente sobreviverão os que fugiram do terrível massacre causado pelos inimigos de seu país. Xavier ouviu alguém chamá-lo olhou mais adiante e viu apoiado em uma bengala improvisada Marcius, um de seus capitães, ele havia perdido uma das mãos e usava tiras de pano sujas de sangue enroladas na cabeça por cima do olho esquerdo, Xavier desmontou e correu na direção do amigo apoiou-o e perguntou.

         --Qual a situação Marcius?

         --Meu General fomos dizimados, eles nos atacaram durante a noite, eram muitos mais da metade dos homens foram mortos, os que restaram estão mutilados ou a beira da morte! Os comandantes foram enforcados e o Imperador...

         Ele parou a narrativa abruptamente e baixou a cabeça pesarosa.

         --Acalme-se, me diga onde está Ykarus?

         --Está muito mal senhor, temo que não possamos fazer muito por ele!

         Xavier deu ordens aos soldados para recolherem os feridos.

         --Juntem o máximo possível de carroças e cavalos, primeiro ajudem os mais debilitados, retornaremos a fortaleza Hassel assim que os outros chegarem, infelizmente temos que deixar os mortos, não temos muito tempo e outro confronto seria fatal.

         --Xavier aproximou-se da tenda improvisada onde estava seu irmão, entrou e averiguou que sua situação era realmente grave já estava à beira da morte, recolheu seu corpo e colocou-o em uma carroça para transportá-lo a fortaleza, o capitão Marcius lhe falou:

         --General, a tropa está chegando vamos nos preparar para a partida!

         --Esperem apenas mais um momento! Saiu em direção à praça principal, galopava rápido e ia com um nó no peito, no caminho em que encontraria a cena que nunca sonhara ver, crescera sob a proteção de Constancius e tinha a impressão de que o velho imperador era indestrutível, podia ouvir as palavras da falecida Verônica repetirem-se em sua cabeça assim como sua imagem no leito de morte!

          --``Xavier, prometa que vai cuidar de nossa família, de meus pais e irmãos!´´

         Agora Constancius estava morto e Ykarus a beira do mesmo destino, por conta disto à promessa que fizera em um momento tão decisivo de sua vida agora parecia palavras vazias já que mesmo se esforçando ao Maximo e dedicando sua vida em prol do exercito nada pudera fazer para evitar esta tragédia, preferia não pensar como seria difícil ver o corpo de Constancius, porem era seu ultimo ato de respeito pelo homem que o avia criado como um filho, e lhe ensinou os valores da coragem, justiça, benevolência e honra. Leonel seu pai morreu quando ele era ainda muito novo não deixando quase nenhuma lembrança, e muito menos ele conheceu sua mãe que morrera em seu parto.

         Sentia novamente um gosto amargo pela perda, abolira os sentimentos de sua vida desde a morte de Verônica quando ele tinha dezoito anos, afundou todo tipo de fraqueza na esperança de que isto lhe tornaria forte e agora via o engano desta atitude! Chegou ao centro da cidade e de longe viu os quatro comandantes pendurados por forcas em um palanque no centro da praça principal, abaixo deles uma cena bizarra que o fez virar o rosto de lado, o corpo de seu pai estava estirado sem a cabeça que estava fincada em uma estaca a frente da praça, o ódio subiu em sua cabeça como nunca sentira, com força descomunal caminhou ao local e sem olhar para o rosto deformado de seu pai arrancou a estaca e tirou a cabeça de lá, pegou uma lona presa à cela do cavalo, enrolou o corpo e somente depois disto pode olhar para o que carregava nos braços, agora chorava silenciosamente, o ódio o corroia Por dentro como nunca sentira antes era algo quase palpável queria sangue e morte mas se controlou, mais do que nunca tinha que manter a calma, Ykarus precisava dele em sã consciência, e os soldados restantes também, alem do mais em ultima hipótese ele era a ultima liderança dos Hassel`s, afinal seu irmão mais novo ainda era muito jovem para assumir no lugar de Ykarus, e ele nunca confiaria no maldito conselheiro Amud, do qual tinha quase certeza ser o Mentor desta barbárie contra sua família! Podia ouvir Verônica dizer ao seu ouvido.

         --``Seja forte!´´

         Colocou o corpo de seu pai no cavalo, encontrou-se com a tropa e partirão de volta para casa, conseguiram retornar na metade do tempo, pois Xavier pagou alguns guias que os levaram por atalhos mais eficazes, ao adentrarem a cidade central de Hillmond, muitas mulheres, crianças, velhos e jovens vieram ao encontro deles para receber os soldados de volta, um principio de tumulto começou a se formar, pois ao receberem a noticia de que mais da metade do exercito perecera e nem ao menos lhes trouxeram os corpos para os rituais de cremação a população começou a ficar fora de controle, queriam respostas do general que comandara seus entes queridos à morte, mas Xavier no momento não podia ficar para dar as respostas de que eles tanto precisavam ,tinha que levar Ykarus aos médicos ou o Império perderia seu herdeiro e a situação poderia piorar, o povo revoltado começou a gritar palavras de ódio contra eles, tentaram barrar a passagem e os soldados tiveram que intervir afastando-os o que somente piorou a situação, um homem jogou uma pedra que Acertou Xavier na cabeça um capitão agarrou-o pela gola da roupa e o puxou para frente de seu cavalo Xavier segurou seu braço antes que ele acertasse um soco no agressor, então falou ao seu soldado.

         --Acalme-se eles tem todo o direito de reclamar seus mortos!

         --Mas não com agressões senhor!

         --E você seria diferente no lugar deles? Deixe-os extravasar depois explicaremos a situação, agora somente precisamos passar por eles e cuidar do novo Imperador!

Os soldados com muita dificuldade conseguirão afastar a população e então a armada conseguiu entrar na fortaleza sob os gritos de maldiçoes de uma turbe de pessoas furiosas!

         Xavier desmontou em frente ao hospital onde os feridos estavam sendo levados aos montes, estavam acostumados as recentes guerras mas mesmo as enormes enfermarias este dia superlotaram e a demanda de médicos não foi suficiente para evitar um numero crescente de óbitos! Xavier levou Ykarus para suas acomodações, repousou o corpo inerte em seu leito de súbito apareceu na porta uma mulher aparentando ter cinqüenta anos, cabelos negros pouco grisalhos, olhos castanhos claros, trajando um vestido longo cinza claro, entrou correndo no cômodo no momento em que Xavier começava a tratar dos ferimentos de seu irmão sobressaltada ela soltou um grito abafado.

         --Meu filho, o que ouve com ele?

         --Ele foi muito ferido mãe, preciso que seja forte pois há ainda algo pior, meu pai, não voltará, eu queria ter como dizer isto de outra forma mas Constancius foi assassinado!

         Ela levou as mãos à boca e soltou uma exclamação em voz baixa seguida de muitas lagrimas.

         --Ah deuses, não!!!

         --Onde esta meu irmão Xavier?

         Um outro um rapaz de uns dezesseis anos entrou no quarto, era Arthur Irmão de Ykarus, este tinha também cabelos negros, olhos da mesma cor do de sua mãe e trajava roupas escuras, era na verdade idêntico ao seu irmão de sangue era somente mais baixo e de pele um pouco mais clara.

         --Acalme-se Arthur, nosso irmão esta muito ferido, talvez não consiga se salvar!

         --E nosso pai?

         --Não tenho boas noticias meu Irmão, você é quase um homem agora terá que ser forte para cuidar de nossa mãe, Arthur nosso pai faleceu em batalha!

         Ao som das palavras de Xavier Arthur deu dois passos para traz como se tentasse absorver as palavras do irmão, em um minuto a noticia trágica gravou-se em sua mente então começou a chorar e lançar maldições contra os agressores de sua família. Madline o abraçou na esperança de acalmá-lo.

         --Já fiz tudo o que podia ser feito por ele, mas os ferimentos estão muito graves, principalmente os do pescoço, será um milagre se sobreviver!

         --Tem certeza de que não há mais nada a ser feito?

         --Infelizmente sim, se houvesse já o teria feito, agora apenas podemos rezar e esperar a vontade dos deuses! Com licença!

         Ele ajoelhou sob a perna esquerda e beijou a mão de sua imperatriz e mãe adotiva, ela então falou.

         --Aonde vai, você também esta ferido tem que se cuidar agora!

         Ela falou isto passando a mão em sua cabeça de onde escorria um filete de sangue do local onde a pedra atingira.

         --Não há tempo agora, onde esta o conselheiro Amud?

         --Por que quer saber filho?

         --Fomos traídos e suspeito que ele saiba mais do que aparenta!

         --Eu nunca confiei naquele homem, mas seu pai...

         --Providenciarei o funeral do Imperador, cuide de Ykarus e Arthur, vou falar com o maldito!

         --Tome cautela com aquela víbora filho!

         --Não se preocupe, meu pai me ensinou como tratar víboras como ele! Mas eu preciso de sua ordem majestade, envie-me para destruir nosso inimigos!

         Mesmo sabendo que neste momento estavam em desvantagem Madleine tambem sabia que este era o momento para mostrar mais força do que nunca, então deu a ordem não para seu filho adotivo, mas para o general do exerito:

         --General, o império e a casa dos Hassel`s esta em perigo, busque e destrua nossos inimigos!

         --Sim majestade!

         Xavier saiu do aposento, dirigiu-se as acomodações de Amud e entrou quase derrubando a porta, o conselheiro estava sentado lendo, levantou o olhar em sua direção e perguntou cinicamente.

         --O que ouve meu jovem?

         Xavier por sua vez gritou colérico.

         --MEU PAI ESTA MORTO, meu irmão morrendo, eu lhe aconselho a falar o que sabe enquanto tem uma cabeça em cima dos ombros!

         --Como eu poderia saber filho?

         Xavier agarrou-o pelo colarinho e o fez levantar apontou a espada na direção de seu olho e falou com ódio aparente.

         --Nunca mais me chame de filho! Meu honrado pai esta morto se quer conservar sua pele imunda eu sugiro que pense, refresque sua memória e me conte a verdade!

         --Não me venha com ameaças moleque! Como conselheiro eu também tenho poderes entre os nobres de Hillmond e eles jamais ficariam ao lado de um fedelho mimado como você só porque o Imperador lhe deu uma armadura.

         --Pense bem verme se Ykarus morrer eu serei o único no poder até Arthur completar a idade ideal para assumir o trono, você ficaria em minhas mãos!

         --Então já sabemos quem teria interesse na morte deles.

         Mal Amud terminou de falar isto e o guerreiro acertou um soco no seu estomago e outro em seu rosto que o jogou ao chão desacordado, virou as costas e saiu sem mais nada falar ou olhar para traz.

         Aquela foi à pior noite de que Ykarus se lembrava nunca sentira tanta dor, era como se mil facas arrancassem a carne de seu corpo lentamente, suas entranhas pareciam serem rasgadas como se houvesse um demônio dentro delas pronto para estourar seu abdômen para sair. De fato havia um demônio lutando para sair de dentro dele seu corpo estava passando por uma brusca transformação e junto com a mudança vinha esta dor enorme, sentiu que o dia chegara e com a luz do sol que tomava o quarto chegando a sua cama uma fraqueza maior tomou conta dele, lentamente abriu os olhos tentou levantar, mas seu corpo não agüentava o próprio peso, deitou-se de novo e forçou a mente para recapitular os acontecimentos na emboscada e o que o deixara naquele estado. Neste momento sua mãe entrou no quarto e ao velo consciente abriu um largo sorriso e se atirou em seu pescoço dizendo.

         --Filho, você esta bem? È um milagre como eu rezei por isto!

         --O que aconteceu?

         --Você foi ferido na batalha Xavier o trouxe de volta, mas ele estava sem esperanças disse que seria um milagre se sobrevivesse, mas...

         A mulher parou e o estudou por um momento.

         --Onde estão suas feridas?

         --Que feridas?

         --Você estava muito ferido ontem agora...

         Ela o estudou mais uma vez procurando alguma marca ou sinal dos ferimentos, mas para seu espanto não encontrou nenhum arranhão.

         --Como é possível?

         --Eu não sei, mas me sinto muito fraco preciso descansar!

         Ela tirou de uma cesta uma garrafa de vinho e alguns pedaços de carne assada.

         --Coma, você precisa se alimentar!

         O cheiro do alimento o deu náuseas seu estomago revirou e de súbito não pode conter um grito.

         --NÂO!

         Seu grito acabou por assustar a mulher que se afastou ligeiramente dele por um segundo parecia não reconhecê-lo, perguntou meio surpresa.

         --O que foi?

         --Desculpe só estou meio abalado, perdão mãe!

         --O que posso fazer por você?

         --Por favor, chame Xavier preciso falar com ele.

         A mulher saiu deixando-o sozinho no quarto por sua vez ele ficou pensando no que poderia estar acontecendo, derrepente Arthur entrou no quarto acompanhado de Xavier.

         --Você esta bem? Perguntou o rapaz com um largo sorriso no rosto.

         --Estou caro irmão, você poderia me deixar falar com Xavier a sós!

         --Claro irmão, volto depois!

         --Eu te espero!

         O jovem saiu agora bem mais aliviado,Ykarus olhou para Xavier e perguntou.

         --O que esta acontecendo comigo Xavier?

         --Eu è quem pergunto, onde estão seus ferimentos ainda ontem estava quase morto quando o encontrei! O que aconteceu na batalha? Ykarus pense lembre-se de nossa família e pense na segurança dela!

         A esta altura Xavier não podia conter um certo tom de desconfiança na voz, afinal estava na frente do novo imperador e seus instintos diziam que o pior poderia ter acontecido, isto não era bom presságio afinal como ficaria a guerra contra os vampiros se o líder do clã se transformar em um.

         --Eu não me lembro do que ouve depois de ser atingido no abdômen por um dos vampiros, tentamos ganhar tempo recuando para o centro mas eram muitos e nossa resistência foi em vão! Como estão os homens?

         --A condição do exercito não é das melhores mas deixe isto comigo é melhor que durma um pouco vai te fazer bem!

         --E meu pai meu amigo?

         --Descanse, falaremos amanhã!

         Naquela tarde sua mãe lhe trouxe laranjas, ela sentou-se ao lado da cama e começou a descascá-las por um descuido cortou o dedo automaticamente ele sentiu o cheiro do sangue e logo foi tomado por uma sede enlouquecedora que o impulsionava a atacar, uma fome como nunca sentira antes, sentiu ímpetos de se alimentar porem percebeu o que estava preste a fazer lutou contra a sede como um verdadeiro Hassel, controlou-se com muito custo olhou para sua mãe que distraída não notara a batalha de seu filho contra ele mesmo, precisava de sangue e não sabia porque no fundo sabia mas não aceitava. Porem algo ele não podia evitar, esta sede que o consumia não sabia mais quanto tempo iria suportar.

         Esta noite foi mais dolorosa que a anterior, a sede aumentava gradativamente e estava consumindo sua sanidade o privando até do sono, precisava desesperadamente de sangue, mas a idéia de atacar qualquer pessoa doía ainda mais que a sede afinal ele era agora o Imperador deste país e sua obrigação era defender este povo assim como seu pai fizera, a idéia de atacar uma pessoa, de sugar seu sangue era no mínimo como a pior maldição que um Hassel poderia conceber, como ele o herdeiro do império filho do grande Constancius poderia tornar-se um dos seus inimigos.

         Os dias se passarão e as noites tornavam-se cada vez mais dolorosas e intermináveis assim como difíceis de suportar; Em uma noite de total desespero dois dias após o ritual de cremação de Constancius o qual ele só pode assistir da janela de seu quarto distante dos demais, Arthur entra em seus aposentos para vê-lo.

         --Ykarus você esta bem?

         Ele olhou para seu jovem irmão e sentiu o cheiro do seu sangue quente também sentiu suas presas crescerem lentamente preparando-se para o ataque, podia sentir o sangue correndo nas veias de seu irmão foi tomado por um impulso que jamais sentira em sua vida, observava a vitima cada vez mais perto e o cheiro do sangue que se tornava cada vez mais forte aumentando o impulso para atacar, aquele era o momento a vitima estava a sua mercê e totalmente indefesa, mas no instante decisivo puxou o ultimo fio de consciência que lhe restava e conseguiu se controlar na hora do ataque, ficou horrorizado ao ter noção do que estava preste a fazer, quase atacara seu irmão e isto seria horrendo, gritou.

         --NÃO CHEGUE PERTO DE MIM!

         --O que esta acontecendo?

         --Não se aproxime, fuja logo!

         --Mas...

         --AGORA!

         Neste momento Xavier entrou no aposento e falou.

         --O que esta havendo? Escutei os gritos de longe!

         O extinto Vampiro dizia a Ykarus que agora havia mais uma vitima sua sede seria saciada, mas antes de atacar voltou á razão novamente levantando da cama falou com dificuldade.

         --Xavier tire Arthur daqui, vão para longe rápido!

         --Não sem saber o que esta acontecendo!

         --Vai... Ah... Agora!

         Mais uma vez a dor tomou sua razão com um movimento rápido e as cegas golpeou Arthur no peito, este caiu no chão desacordado, Xavier tentou segurá-lo, mas foi arremessado a distancia na mesma investida pulou pela janela e desapareceu floresta adentro na intenção de se afastar dos seus.

         --Xavier o que foi isto? Que ouve com ele?

         --Eu temia isto Arthur nosso irmão tornou-se um deles!

         Ykarus correu pela noite a fora não podia mais voltar teria que ficar para sempre na floresta o mais longe possível das pessoas. Faziam três dias que fora ferido na batalha de Pilfai e agora vira o quanto este dia fatídico modificara sua vida para sempre por este motivo pensava não poder se aproximar de mais ninguém estava disposto a morrer ali na floresta desde que não representa-se perigo aos seus próximos. Vagou pela escuridão da noite até achar uma caverna onde se escondeu na idéia de permanecer lá e esperar os dias passarem deixaria seu corpo perecer então morreria e encontraria a paz.

         Na cidade fortaleza de Hillmond Xavier selava seu cavalo e preparava-se para iniciar uma busca ao seu irmão, não descansaria pois a promessa feita a Verônica não o abandonava em momento algum, Arthur e Wereck se aproximaram dele Wereck falou.

         --Não faça isto Xavier ele não é mais humano esta louco pela sede, vai matá-lo!

         --O exercito precisa de você! Deixe que uma equipe de busca faça isto! Falou Arthur com medo de perder o outro irmão que se tornara irredutível na idéia dele mesmo ir a traz de Ykarus.

         --Ele é nosso irmão! Não vou deixá-lo em um momento como este eu cobrei dele respostas e nem notei que ele estava precisando era de ajuda, agora eu vou trazê-lo de volta e encontrar uma forma de reverter esta maldição dos demônios!

         --Então vou junto!

         --Não Arthur você fica para cuidar de nossa mãe, precisa estar ao lado dela sempre estamos cercados pelo cobiça e traição, tem que defendê-la!

         --General não vá, estou dizendo ele não vai reconhecê-lo nós já enfrentamos estes monstros antes você sabe do que estou falando!

         De nada adiantou os protestos, Xavier estava desesperado por conta da morte de Constancius e se torturava com a promessa feita a Verônica respondeu sem olhar para os dois:

         --Este monstro em questão é meu irmão e nada vai me impedir de encontrá-lo eu o conheço desde pequeno sei o que estou fazendo!

         Terminou de selar o cavalo e partiu para a floresta ao por do sol, pois sabia que seu irmão não sairia antes da noite chegar.

          A floresta estava escura muito mais que o normal para o horário porém não seria as trevas daquela fatídica noite que quebraria a vontade férrea de Xavier general da Hassel.

          Havia sido um dia difícil Ykarus precisava se alimentar nem que fosse do sangue de um animal qualquer, decidiu sair atrás de algo que aplacasse sua sede de sangue.

         Ao mesmo tempo Xavier dava procedimento a sua busca incessante a adrenalina fazia seu sangue ferver atraindo um predador que iniciara uma caçada cega para se alimentar. O cheiro do sangue quente de Xavier atiçava a sede do novo vampiro atraindo-o como o mel atrai a abelha, agora apenas seu lado vampiro estava no comando seu último fio de razão já havia se apagado fora deixado para traz quando atacou seus irmãos para fugir e não matá-los agora este fio de razão não existia mais e sua única vontade era saciar esta sede maldita.

         Usando sua experiência em rastreio na floresta o qual adquirira por anos caçando os inimigos de seu país em seu território, Xavier conseguiu seguir facilmente os rastros deixados por Ykarus,

         A poucos metros dali Ykarus já avistara seu alvo esgueirou-se furtivo pelas trevas da noite até alcançar distancia mínima do alvo, agora se posicionará em uma arvore acima do alvo apenas um pulo e sua sede seria saciada avia chegado o momento á presa estava distraída, tinha que atacar antes que outro predador o fizesse, com um pulo rápido saltou sobre a vitima jogando-a ao chão antes que essa pudesse se recuperar cravou suas presas na jugular, bebeu seu sangue era uma bebida quente e revigorante sentiu como se seu corpo se incendiasse de energia e vigor, estava saciado, parou e olhou para a vitima então gritou estarrecido.

         --NÃO!PELOS DEUSES NÃO!

         -- Ykarus, finalmente te encontrei, ARG...

         --Xavier, eu não queria, não sei o que me deu...

         --Tudo bem...Não deixe se controlar por este monstro...

         --Você não vai morrer não vou deixar! Falando isto cortou o pulso e fez Xavier beber seu sangue.

         --Não fale mais nada, apenas fique quieto e beba, eu cuidarei de você!

         Ykarus tomou seu irmão nos braços e levou-o para a caverna, cuidou dele durante a fase de transformação depois que o dia chega-se ao fim e a noite reinasse novamente dela receberiam poderes com os quais nunca sonharam ter.

         Xavier estava febril e delirava sob o efeito da transformação tinha pesadelos e em um deles viu seu pai Constancius que lhe dizia.

         -- Xavier não prove da loucura, a maldição é a herança do primeiro dragão, quando o dragão de sangue se unir ao dragão negro os deuses volverão seus olhos para nós e então dia e noite serão um só, os dois subjugarão o primeiro então saberão quem vocês realmente são! Depois de falar estas palavras, desapareceu em meio a uma neblina escura, logo depois uma silhueta foi ficando mais visível aos poucos, logo pode vela por completo a jovem a sua frente se vestia de preto tinha a pele muito branca e o rosto carregava feições suaves, olhos negros e cabelos na altura dos ombros ondulados da mesma cor, ao reconhecê-la ele falou como se estivesse falando para si mesmo.

         --Verônica, então eu morr?

Ela aproximou-se passou a mão pelo seu rosto e falou.

         -- Xavier, pare de se culpar sei que deu o melhor de si pela nossa família, sei que deu sua vida!

         --Mas não foi o suficiente!

         --Isto é o começo de tudo Xavier, a muito mais que este mundo ou esta vida!

         --Mas agora que o Império esta a beira da ruína parece que todo o sentido em lutar morreu meu espírito guerreiro parece estar preso a grilhões pois o sentido de toda esta força era a promessa!

         --Então me prometa novamente, prometa-me com seu coração como o fez da ultima vez! Você deve se curar e estar preparado, pois algo grandioso esta por vir, e você tem que ser forte como nunca pois estas mudanças que estão te acontecendo não é nada comparado a terrível batalha que virá! Prometa!

         --SIM!

         De súbito a imagem dela começou a se desfazer e ele pode apenas ouvir suas ultimas palavras!

         --Eu o amo Xavier, e sempre estarei com você!

         A imagem dela sumiu em meio à neblina por um instante ele pode ver a silhueta de outra criatura, era enorme sua pele tinha um tom esverdeado como a de um lagarto, estava ereto sobre duas pernas curvadas, tinha braços longos e um enorme par de asas esta imagem se desfez antes de revelar o rosto da criatura então ele acordou.

         Olhou ao redor a caverna onde Ykarus o deixara era fria e úmida as paredes de rocha maciça davam um tom sinistro ao local e a escuridão abrigava muitos morcegos pendurados no teto, pensou no sonho e no que poderia significar as palavras de Constancius e em quem poderia ser a monstruosa criatura com asas só podia estar delirando nunca havia escutado falar de monstros como aquele, mas se existiam vampiros e lycans, seria possível haver outras criaturas em Aaron? Estava pensando nisto quando a realidade lhe voltou á mente como um raio, levou a mão direita ao pescoço as feridas estavam quase se fechando, mas ainda podia senti-las provando-lhe o que ele se recusava a acreditar, agora era uma criatura das trevas!

         Ykarus entrou na caverna carregando um carneiro recém abatido olhou para o deslocado Xavier e falou.

         --Isto pode ser sinistro para você, mas agora precisamos nos alimentar de sangue, descobri que podemos usar o sangue de outros animais que servem de alimento para os humanos eu trouxe este para aplacar nossa sede e nos curar, a sede é terrível pode nos enlouquecer até perdermos a razão nos tornando em um perigo para qualquer humano!

         --Há quanto tempo estou desacordado?

         --Desde o começo da noite de ontem.

         --O sol já esta se pondo, então é um dia!

       

         Na Hassel Amud acabara de receber a noticia do ocorrido, dispensou o jovem soldado que o informara colocando no rosto uma expressão hipócrita de tristeza, ao fechar as portas começou a rir de satisfação finalmente conseguiria realizar uma de suas maiores ambições teve sucesso em eliminar Constancius, Ykarus e aquele moleque insolente Xavier o general só de pensar que Constancius entregara o exercito nas mãos daquele fedelho o ódio o corroia.

         Mas agora não teria empecilhos para dominar Hillmond só sobrara o mais novo não seria difícil livrar-se dele também, pensou na melhor forma para levar seu plano à frente então à cobiça o fez ver a melhor saída, sim esta era a solução para tornar sua vitória completa afinal não tinha interesse apenas em Hillmond, pois desde que vira a imperatriz pela primeira vez apaixonou-se doentiamente cobiçava-a e invejava Constancius, ardilosamente planejou traiçoeiro por anos conquistou a amizade de Constancius que apesar de ser bastante inteligente tinha um defeito que o traiu, era bom e generoso e acabava acolhendo muitos oportunistas ao seu redor assim Amud acabou por conquistar a amizade dele e mais se tornou o conselheiro tendo muita influencia entre os nobres do Império; Assim esperou pacientemente perdeu muitas oportunidades por causa daquele moleque intrometido que tomou nas mãos o controle do exercito não o deixando obter informações que pudesse aproveitar, lembrou-se com grade ódio do dia em que o procurara a fim de exigir que as estratégias de guerra passassem por suas mãos, pois como o conselheiro ele  deveria ter informações em primeiro lugar sobre o fronte de batalha e tudo o mais que lhe interessasse, o arrogante respondeu-lhe secamente sem ao menos olhar para ele.

         --Vá engordar com seus subalternos ou adular seus nobres sangues sugas e deixe os assuntos de defesa e guerra com guerreiros, se eu precisasse de um velho ambicioso como você xeretando no exercito eu não seria o general!

         Falou isto sem mostrar o menor respeito por ele que por sua vez foi reclamar a atitude para Constancius, o velho imperador riu e falou.

         --Há, há, há! Não se irrite Amud, com certeza Xavier não falou isto com tanta maldade afinal estes tempos de guerras constantes esta mexendo com os nervos de nós todos principalmente com os dele que vive na linha de frente dos campos de batalha, pense um pouco no lado do rapaz ele age assim porque foi o que a vida o ensinou, o garoto pode ser durão, mas no fundo tem bom coração!

         Olha, eu já estou velho e tenho que preparar Ykarus para assumir meu lugar no trono apesar de meu filho ser um guerreiro tão forte quanto Xavier ele tem que aprender outros assuntos administrativos o que limitaria ele muito aos campos de batalhas e as estratégias, eu nomeei Xavier  general  não porque ele também é meu filho mas porque ele fez por merecer dedicou toda sua vida a isto e se mostrou mais que eficiente talvez já tivéssemos perdido muitas batalhas se não fosse pela prontidão dele! Mas se você se sentiu ofendido pela falta de tato do rapaz eu falarei com ele e posso te assegurar que isto não se repetirá, esta bem? Estamos ficando velhos amigo temos que deixar os jovens assumirem o lugar deles certo!

         --É verdade, os jovens são impulsivos mesmo, tenho que entender este comportamento, acho que você esta certo estamos ficando velhos é melhor deixar os jovens continuarem!

         Amud falou isto escondendo o ódio e descontentamento, pois sabia que Constancius não puniria o filho adotivo o amava como a seus filhos, achou melhor esperar e agora dera o golpe certo que de tão perfeito matou o imperador e fez os dois jovens guerreiro se matarem, agora tinha convicção de seu próximo passo usaria o ultimo herdeiro dos Hassel`s para forçar a imperatriz a casar com ele, assim que o matrimonio fosse consumado o titulo automaticamente pertenceria a ele assim como Hillmond ela não arriscaria perder seu ultimo filho; Esperou o sinal que logo se fez claro dos quatro cantos de Hillmond Chamas foram acesas desde as florestas ao sul até as montanhas ao norte, os campos a leste e o porto oeste, podia-se ver o brilho do fogo sinal de que nesta noite sombria seus aliados já aviam conquistado os quatro pontos do império e marchavam para a capital, a Fortaleza Hassel!

       

         A noticia de que Xavier e Ykarus haviam se matado veio da tropa de busca que o jovem Arthur mandara para encontrá-los, os soldados os seguiram até o ponto onde Ykarus atacou Xavier virão os sinais de luta e o sangue, como sabiam da nova condição de Ykarus já imaginarão o que avia acontecido, no mínimo ele matara o general e depois de se livrar do corpo (que não procurarão)  fugiu para se juntar aos seus semelhantes, na verdade acharam por melhor não ter um monstro entre eles, então decidirão que era mais prudente cessar as buscas e deixar o vampiro partir para sua nova vida, então foi esta noticia que deram a Arthur o jovem guerreiro já abalado nem contestou os soldados sobre a veracidade dos fatos.

         Entrou apressado nos aposentos de sua mãe ela estava sentado a um canto da cama e antes que ele pudesse falar algo ela falou denotando um certo tom de cansaço.

         --Diga-me que eles os encontrarão e que os trouxeram de volta!

Sem poder falar nada Arthur se aproximou e a abraçou, ela entendeu a triste noticia e começou a chorar compulsivamente; Mas não tiveram tempo para lamentar a triste tragédia de seus mortos, neste momento Amud entrou no quarto e olhando para os dois com expressão de superioridade falou sem demoras.

         --Imperatriz tem que tomar uma atitude, o império esta sem comando e presumo que o jovem Arthur não possa controlar a situação!

         Arthur Hassel sacou de sua espada e falou.

         --Posso mais do que você imagina!

         Amud riu e falou indiferente.

         --Duvido menino!

         Ao falar isto uma grande quantidade de soldados vampiros aparecerão ao seu lado, tinham tomado a fortaleza tão rápido que eles ao menos puderam ser avisados da invasão, Amud à frente dos vampiros entrou no cômodo sorrindo maliciosamente e falou com desdém a imperatriz.

         --Olhe só Madeleine, veja como um homem de visão modifica os velhos impérios agora eu terei o país de Hillmond e você!

         --Nunca! Seu verme asqueroso, prefiro morrer com meu marido a agüentar um porco como você e esta sua barba cheia de restos de comida, você não passa de um usurpador barato, uma víbora traiçoeira que picaria a própria mãe por não ser homem o suficiente para segurar uma espada e conseguir suas próprias conquistas!

         Mal Madeleine terminou de falar e Arthur pulou na frente dela com a espada em punho, desferiu um golpe que fez um grande corte no rosto de Amud descendo pelo alto de sua testa passando por cima do olho direito sem cegá-lo terminando por rasgar os lábios e quebrando os ossos frontais do rosto e maxilar, o rapaz gritou.

         --NÂO toque em minha mãe BASTARDO!

         Amud recuou e os vampiros atacarão, Arthur apesar da pouca idade avia aprendida a arte da espada com Ykarus e Xavier os maiores guerreiros de Hillmond depois de Constancius, arrancou a perna do primeiro vampiro que se aproximou desviou da espada do próximo com maestria bloqueou em seguida o ataque de outro inimigo e o enfrentou na espada se mostrando superior, desviou os golpes do inimigo e aproveitando uma falha enterrou sua espada no peito dele até o cabo, a investida acabou prejudicando-o também, pois a espada acabou ficando presa e não teve tempo de recuperá-la antes de ser dominado pela grande quantidade de inimigos que o forçarão a ajoelhar-se diante de Amud, que olhou para ele e para o espanto de Arthur e Madeleine a ferida que carregava no rosto a pouco avia sumido sem ao menos deixar sinal. Amud olhou-o com ódio e disse.

         --Você é muito insolente tanto quanto aquele seu irmão bastardo eu vou te ensinar a respeitar seu superior fedelho vai aprender a ficar no seu lugar!

         Arthur debateu-se furiosamente quase escapando dos vampiros, mas outros foram ajudar a segurar o jovem guerreiro.

         --Prendam-no a correntes e coloquem em uma jaula móvel, vamos levá-lo conosco para o acampamento ainda há uma batalhão dos Hassel`s que não regressou das fronteiras na zona oeste de Valion, e portanto não sabem o que esta acontecendo; Eles estão sob o comando de Wereck ele é o braço direito de Xavier que o treinou para cuidar do quarto, quinto e sexto regimento que inclui arqueiros, cavalaria e lanceiros, eles são bons e dedicados, mas quando aparecermos com o ultimo herdeiro dos Hassel`s eles se dobrarão como umas mocinhas, agora vão comemorar a vitória, os cidadãos de Hillmond são seus facão o que quiserem com eles bebam e transem muito amigos pois amanhã reconstruiremos este império em nosso nome, agora vão e me deixem a sós com Madeleine quero desfrutar de meu troféu antes de consumar nossa vitória!

         Os soldados vampiros se retirarão sorrindo cruelmente aos gritos de maldições do agora indefeso Arthur; Madeleine estava sentada a um canto do quarto totalmente em choque, os últimos eventos foram demais para sua mente e ver seu ultimo filho ser arrastado de seus braços assim foi a ultima gota para lhe tirar a razão, tinha os olhos distantes e balbuciava palavras sem nexo, Amud aproximou-se e tentou beijá-la a reação foi violenta, assim  que ele aproximou sua boca da dela ela mordeu seu lábio inferior arrancando um pedaço, ele gritou de dor e logo apareceu dois guardas vampiros que guardavam a porta do quarto, pediu á adaga que estava com um deles e mandou  saírem; Sozinho com a mulher que agora se encolhia no canto do quarto com a boca manchada do sangue do traidor ele falou para ela.

         --Pois bem, você quer assim meretriz, como pode me rejeitar e agredir? Como pode preferir o tolo Constancius que a mim? Você o achava inteligente? Veja o que eu fiz com o império dele! Constancius era fraco e você é ingrata, eu cuido do seu ultimo filho, permito que ele viva apesar de se opor a mim e como você agradece a minha generosidade? Atacando-me? Você não merece compaixão porem não matarei você, mas como o único vivo que tem poder sobre as leis dos Hassel`s darei ordens para que executem Arthur pela manhã se colocarmos um capuz no rapaz ninguém saberá que é o príncipe!

         --NÃO! Por favor eu faço o que você quiser mas deixe meu filho em paz!

         --Pois bem, eu sou generoso, esta noite dormirei aqui com você amanhã anunciara para o que restou do povo que me escolheu como seu novo marido e marcaremos nosso matrimonio para o final do dia então, me concedera o titulo de imperador definitivamente! Vê como sou mais articulado que Constancius!

         Ela baixou a cabeça e começou a chorar silenciosa, ele riu chamou os guardas e deu ordens para manterem Arthur vivo ,neste momento de distração não notou que ela escondeu a adaga debaixo do travesseiro.

         Amud fechou a porta e dirigiu-se a Madeleine tirou a armadura e ordenou para que ela deita-se na cama ela atendeu e deitou-se estava a sua mercê o que o excitava, aproximando da cama deitou-se ao seu lado e começou a beijá-la ela permaneceu como um vegetal, ele alucinado tentava rasgar seu vestido de súbito sentiu uma estocada nas costas, uma dor alucinante preencheu seu corpo virou-se saindo de cima dela, Madeleine rolou na cama e correu para a porta sua cabeça não raciocinava mais só pensava em fugir e libertar seu filho, os pensamentos corriam loucos por sua cabeça já abalada, mas sua tentativa desesperada não foi o suficiente, ao abrir a porta foi pega pelos dois guardas que faziam a ronda e ouvirão os gritos, esperneou, se debateu mas não pode se livrar e foi arrastada de volta para o quarto onde um outro soldado removia o punhal das costas de Amud, ele louco de raiva ordenou.

         --Tragam esta meretriz aqui!

         Os soldados jogarão a mulher na frente dele que por sua vez falou aos gritos.

         --INFELIZ você jogou fora sua única chance de sobrevivência, eu te dei a chance de salvar o restante dos seus soldados, se me concedesse o titulo através do conjugue não haveria motivos para matar o restante do seu exercito, mas você é igual à Constancius cega, pois saiba que vai morrer aqui morra sabendo que farei as piores barbaridades possíveis ao seu ultimo filho fale isto para Constancius no inferno!

         Ao terminar de falar isto o traidor agarrou-a pelo cabelo e puxou sua cabeça para traz no momento em que o aço da adaga tocou a pele da garganta de Madeleine ela não sentiu medo, mas sim uma certeza de que sua morte não seria em vão, sentiu inexplicavelmente que seus dois filhos tão  diferentes e ao mesmo tempo tão iguais haveriam de fazer o traidor provar a vingança dos Hassel`s e libertar seu povo,  assim que a adaga de Amud fez seu sangue sujar o piso do quarto onde vivera com Constancius por anos ela adormeceu, sem se entregar ao inimigo ou implorar por sua vida livre como sempre fora e agora com a certeza de que seus filhos estavam voltando para casa para liberar a fúria da justiça e reconquistar o que era deles por direito!

         Amud cortou o pescoço da mulher sem hesitar e largou-a em meio a uma poça de sangue, chamou os soldados e mandou reunir as tropas era hora de se prepararem para partir a emboscada ao batalhão dos Hassel`s que estavam em missão ao comando de Wereck, a esta altura ele contava com a presença de seu aliado, que por sua vez dificilmente se revelava aos outros, o misterioso líder do clã vampiro que Amud agora comandava revelar-se-ia somente no momento de tomar seu lugar na posse do país conquistado!

         Partiriam ao amanhecer, mas deixariam uma tropa para conter o restante da população o que seria fácil pois já tinham tomado a guarda assim como todos os outros órgãos do império.

               

         Iniciavam-se as primeiras horas da noite Ykarus e Xavier decidirão abandonar a caverna que lhes serviu de abrigo e encontrar um outro lugar mais distante, inexplicavelmente a transformação de Xavier aconteceu muito mais rápido que o normal e os dois já estavam se acostumando com sua nova condição, como não queriam representar perigo ao seu povo decidiram partir e recomeçar em outro lugar distante, suas vidas antigas agora era passado, sentiam uma sede enorme e temiam não poderem controlá-la era melhor não arriscar, a saída era obvia iriam para longe de seu povo para não feri-los. Apesar da transformação de Xavier estar bem acelerada ainda não tinha se recuperado totalmente do ataque de Ykarus, este enlouquecido pela sede atacou seu irmão com tal ferocidade que o tinha ferido mortalmente.

         Xavier estava sentado calçando as botas da armadura quando Ykarus aproximou-se e perguntou.

         --Esta se sentindo melhor?

         --Um pouco, não se preocupe posso continuar!

         --Ótimo então vamos em frente quanto mais nos afastarmos melhor.

         Ykarus recuperara o cavalo de Xavier que assustado havia fugido depois do ataque como eram dois decidirão usar o animal somente em caso de precisão por este motivo nele colocaram apenas as poucas providencias que Xavier trouxera, caso fosse preciso o animal estaria descansado, seguirão a leste, pois sabiam que avia um povoado onde poderiam comprar outro cavalo e o que mais precisassem.

         O vilarejo era pequeno havia apenas um ferreiro, mas pelos comentários das escassas pessoas que encontraram devia ser muito bom, Minaun não era um local militar pelo contrario era um vilarejo onde os soldados ao retornarem de alguma batalham misturavam-se com outros tipos de guerreiros, mercenários, caçadores de recompensa e ladrões em busca de um único objetivo em comum encontrar diversão, jogos, bebedeiras e mulheres nas tabernas que era o que o povoado mais podia oferecer, ali eles podiam relaxar após as batalhas que se tornavam mais freqüentes nos últimos meses, também tinha um hospital onde havia alguns guerreiros feridos ou na maioria quase mortos.

         Os dois passarão por varias tabernas na rua principal do vilarejo pararam em frente a uma que ficava ao lado de uma pensão, acabaram escolhendo esta que parecia a mais vazia, o que eles menos precisavam era de barulho e multidão, entraram na taberna e dirigiram-se ao balcão, queriam saber se podiam beber pois a comida revirava seus estômagos como Ykarus pode comprovar, mas o rum e qualquer outro tipo de bebidas estranhamente não os fazia mal algum, e o vinho lhes parecia particularmente mais saboroso. Ao lado deles um pequeno grupo de homens conversavam sobre um assunto que lhes chamou a atenção.

         --Estamos perdidos! As noticias que chegaram são que os Hassel`s cairão!

         --E sem Constancius eles ficaram vulneráveis e com o sumiço do herdeiro seguido do general eles não teriam mesmo como resistir!

         --Agora estamos a própria sorte!

         Ykarus de um salto correu em direção do grupo e perguntou.

         --Desculpem, mas o que aconteceu aos Hassel`s?

         --Foram tomados durante a noite uma armada de vampiros os atacaram no momento mais frágil não puderam resistir!

         --Como foi isto?

         Xavier perguntou repentinamente.

         --Foram atacados por todos os lados sem o herdeiro de Constancius e o general que dizem terem se matado os Hassel`s não tiveram a menor chance. Ykarus perguntou:

         --Ouve sobreviventes?

         --Bem, dizem que eles mantém o ultimo herdeiro e a imperatriz aprisionados, não sabemos exatamente o motivo desta atitude, mas não creio que os mantenham vivos por muito tempo, afinal pelo que se sabe sobre os Hassel`s são guerreiros desde o berço mesmo uma mulher ou um menino da linhagem deles representa perigo aos inimigos!

         Outro homem que estava no grupo acrescentou.

         --O povo na cidade capital não podem nem entrar nem sair estão sendo vigiados em cárcere privado qualquer um que sair de casa vira alimento para os vampiros, o destino das mulheres é talvez pior, pois antes de alimento virão diversão para os soldados inimigos, o problema é que depois de anos sob a proteção dos Hassel`s amoleceu o povo sem eles estamos perdidos logos os vampiros tomarão os povoados ao redor da cidade capital, eu tenho mulher e três filhas tenho medo por elas, há pouco soubemos que eles planejam uma ultima manobra contra o restante do exercito depois desta manobra virão  a nós!

         --E vocês imaginam em que direção os soldados deles foram?

         --Pelo que sabemos a leste daqui a investida que eles tencionam fazer é contra o ultimo batalhão dos Hassel`s que retornam de uma manobra militar, eles são nossa ultima esperança, mas é muito difícil que resistam estão preparando uma emboscada para eles e vão se aproveitar do elemento surpresa, pois eles nada sabem a cerca do ocorrido!

         Outro homem se aproximou do grupo e perguntou.

         --Mas se os Hassel`s são tão fortes quem teria o poder para desafiá-los em sua própria casa?

         --Pelas armaduras só podem ser guerreiros dos Prizeus!

         --PRIZEUS! É o clã vampiro que estava nos atacando! Falou Xavier soltando chispas de ódio no olhar.

         O homem voltou a falar sem reconhecer o general e o herdeiro do império.

         --Mesmo sem seus lideres os Hassel`s eram muito fortes para serem conquistados tão facilmente! Isto esta me cheirando a traição! Se quiserem saber posso apostar que alguém de dentro revelou os pontos fracos da fortaleza e também a estratégia de defesa e ataque do exercito, com estas informações qualquer general que tenha cabeça saberia como desestabilizar um exercito!

         Sem se conter Xavier acabou se delatando e dando um soco no balcão que destruiu metade dele gritou.

         --Amud!

         Os homens olharão para ele sobressaltados e desconfiados, Ykarus surpreso também falou.

         --Amud o conselheiro?

         --Sim eu já estava desconfiado do maldito, mas não tinha provas suficientes para acusá-lo ante o conselho!

         --Mas Xavier nosso pai confiava nele não pode ser!

         --Pode sim, um dos motivos de não podê-lo desmascarar era exatamente a fé cega de nosso pai, mas aquela víbora é esperta e usou a bondade dele para traí-lo na verdade aquele miserável venderia a própria mãe por umas moedas de ouro!

         --Maldição, senhor onde podemos comprar um cavalo?

         Perguntou Ykarus para o dono da estalagem.

         --Vá ao hospital, poderá pegar o animal de algum guerreiro que tenha morrido!

         Xavier jogou algumas moedas de ouro no balcão para pagar as bebidas e os estragos e saiu correndo atrás de Ykarus que sairá em disparada para o hospital. Os homens que conversavam apenas observarão a reação dos dois estranhos quanto ao assunto, de súbito o homem que relatara o ocorrido e que levantou a suspeita de traição voltou a falar aos outros.

         --Parece que as coisas não terminam por ai, acho que acabamos de ver sair por aquela porta à verdadeira esperança de Hillmond, e pelo que sei sobre os guerreiros dos Hassel`s esta noite a terra provará sangue vampiro!

         Xavier alcançou Ykarus já chegando ao Hospital.

         --Espere Ykarus o que você vai fazer?

         --Vou ao acampamento dos Prizeus e matar Amud!

         --Você deve estar ficando louco!

         --Eles não são grande coisa!

         --Mas estão em maior numero o que significa mais armas!

         Ykarus nem sequer perguntou se algum guerreiro havia morrido, apenas selou um cavalo negro que estava mais acessível pegou uma das duas espadas que Xavier carregava e colocou na bainha presa ao cinto,

         Xavier observou-o por um momento então perguntou.

         --Você pelo menos imagina onde eles estão acampados?

         --Isto não deve ser difícil de imaginar afinal eu tenho ao meu dispor um general que conhece cada entrada e saída favorável a um ataque ou contra ataque em Hillmond!

         --Esta certo, bem me deixa pensar, mandei Wereck seguir a leste daqui devem retornar pelo bosque se eles querem fazer uma cilada não devem estar longe pois a batalha contra nosso exercito na cidade capital deve ter privado eles de muitos homens assim como de veículos que normalmente se perdem nas batalhas, também é certo que em más condições eles não vão querer se afastar muito da fortaleza que no momento é seu depósito de alimento, também não vão deixar a cidade sozinha o que vai privá-los de um certo numero de soldados, contando com tudo isto o melhor lugar para emboscá-los seria o riu miragem e já imagino em qual trecho, se eles querem encurralá-los então o melhor lugar seria o desfiladeiro!

         --Que lugar! O desfiladeiro onde Constancius e seu pai Lionel derrotarão as tropas de Salazar o Sanguinário quando ele tentava tomar Hillmond a trinta e cinco anos atrás, parece até que a história esta se repetindo!

         --Não Ykarus, Salazar mesmo carregando sua alcunha de sanguinário e até sendo um homem brutal tinha um espírito guerreiro e um mínimo de honra a sua maneira, nossos adversários são diferentes, eles não tem escrúpulos não são guerreiros de verdade eles não tem honra e usam suas espadas unicamente para fins egoístas são somente parasitas!

         --Isto é bom por um lado, não terei que me conter se são parasitas seremos exterminadores!

         --Então vamos ao extermínio! Mas primeiro vamos voltar a cidade capital, vamos livrar nosso povo e talvez lá teremos mais informações e também poderemos organizar uma tropa mesmo que pequena!

         --De acordo!

         Os dois guerreiros montarão em seus cavalos e partirão em direção ao coração do império em pouco tempo chegarão aos arredores e pararão em um local alto onde poderiam ter uma visão periférica da cidade capital cercada por suas grandes muralhas observarão que os grandes portões estavam sendo vigiados por dois vampiros com armaduras metálicas, descerão o morro e se esgueiraram pela lateral da muralha a fim de surpreender os vigias, o mais provável era que não haveria muitos guerreiros por conta das baixas na batalha anterior, então era certo que seu maior contingente teria se destacado para a cilada afinal Amud conhecia o poder dos soldados treinados por Xavier e não iria arriscar.

         Eles aguardarão pacientemente os dois soldados se juntarem então atacaram ao mesmo tempo, Ykarus agarrou o braço de um deles por traz torceu-o e enfiou a espada no flanco esquerdo dele matando-o rapidamente, Xavier agarrou o elmo do outro pela fenda dos olhos puxou sua cabeça para trás e cortou o pescoço do vampiro fazendo o sangue esguichar longe, arrastarão os corpos e esconderão no mato depois de roubarem suas armaduras, os elmos eram mais que perfeitos pois eram fechados e deixava avista apenas os olhos através de fendas quadradas, esperaram a troca de turno e adentraram a cidade.

         O interior da fortaleza estava deserto a não ser por tropas que de vez em quando apareciam amiúde entre um beco ou outro, as pessoas se trancaram dentro das suas casas com medo de represálias, o horror se espalhava nas ruas da cidade capital apesar de já terem retirado a maior parte dos corpos dos soldados mortos na batalha ainda haviam muitos jogados pelas calçadas, tinham também muitos corpos de cidadãos que por infortúnio estavam nas ruas na hora do ataque e acabarão sendo assassinados também; Amud ordenara que deixa-se muitos corpos ali a céu aberto para aterrorizar a população, os corpos estavam mutilados, alguns irreconhecíveis, eviscerados tamanha violência do ataque, não foram poupados nem crianças, mulheres ou velhos!

         Na praça central da cidade fortaleza Ykarus foi o primeiro a avistar uma imagem que ele jamais sonharia em ver nem em seus piores pesadelos, o corpo de uma mulher pendurada pelos braços em praça publica, de imediato ele não a reconheceu, pois estava muito suja de sangue e barro, parecia ter sido arrastado no chão até a praça, ele se aproximou da cena bizarra e a cada passo que dava uma certeza crescia em seu coração não queria acreditar até chegar perto o suficiente para reconhecer o rosto da mulher, levantou sua cabeça devagar tirou o elmo e o deixou escorregar da mão languidamente, fitou a mulher, um calafrio percorreu sua espinha na hora em que reconheceu sua mãe, pulou em cima do palanque e cortou as cordas presas aos pulsos dela abrasou o corpo e gritou.

         --XAVIER! Venha aqui depressa!

         Agarrado ao corpo de sua mãe Ykarus sentiu as lagrimas correrem pelo rosto!

         --PELOS DEUSES, MÃE! Urrou Xavier ao ver o corpo de Madeleine nos braços de Ykarus.

         --VOU MATAR AQUELES MALDITOS! TODOS ELES; Jurou o jovem general dos Hassel`s.

Ao ouvir os gritos uma das sentinelas que estava ocupada com uma aldeã soou o alarme, e saiu gritando.

         --INTRUSOS!

         Uma tropa que estava mais perto formada por seis soldados vampiros correu na direção deles, sem pensar Xavier que estava mais próximo dos inimigos correu de encontro a eles, interceptou os dois primeiros com brutalidade os inimigos caíram com seus abdomens abertos de onde suas tripas saltarão depois de um furioso golpe lateral que rasgou suas armaduras, Xavier agora rosnava como um tigre furioso e na seqüência do golpe fez a cabeça do próximo saltar e rolar no chão, girou e desceu a espada com tanta fúria que partiu ao meio a cabeça do seguinte, a espada ficou presa ao que restou do crânio do adversário, enquanto Xavier tentava soltar a lamina o outro tentou aproveitar para atacá-lo, mas Xavier em um movimento rápido escapou da investida agarrou o braço armado do vampiro e girando o corpo colocou-se atrás dele, torceu o braço do inimigo depois desferiu um chute atrás dos joelhos que o fez cair, encaixando o pé no ombro dele  arrancou seu braço com um tranco e em seguida começou a espancar o inimigo com o próprio membro, o ultimo se horrorizou com a cena e tentou correr, mas foi atingido na coluna por um punhal arremessado por Ykarus; Outra tropa vinha na direção oposta Ykarus pulou no meio do grupo curvou-se girou a espada arrancando três pernas e na mesma ação levantou a lamina abrindo de baixo para cima o peito de outro adversário, sem parar o movimento estourou o crânio do próximo com a lamina e esfacelou a fronte de outro com a ponta do cabo da espada, agora estava costas a costas com Xavier mais soldados iam chegando para tentar conte-los e mais corpos iam se amontoando na praça.

         Os barulhos da batalha ecoaram nas ruas, gritos de dor e fúria misturaram-se na noite e acabou por acordar a população que vencendo o medo levantarão simultaneamente e foram a suas janelas ver o que estava acontecendo, os mais próximos da praça reconheceram de imediato o herdeiro do império e o general que estavam quase sendo cercados, mas lutavam como feras, automaticamente todos os cidadãos levantaram-se ao mesmo tempo.

         Xavier que não se recuperara totalmente começava a mostrar sinais de cansaço, os soldados os fizeram recuar até um muro onde ficaram cercados a distancia por muitas lanças longas que não os deixava alcançar os inimigos, estavam sem defesa e já pensavam no sacrifício, um deles teria que enfrentar as mortais lanças para servir de escudo humano dando chance para o outro escapar do cerco, antes que eles pudessem tomar esta atitude o comandante da tropa inimiga adiantou-se e pediu um momento para os seus soldados, então falou em tom de zombaria:

         --Quem diria, vocês dois ainda estão vivos, serei promovido quando entregar as suas cabeças, vocês podem se despedir, não terão como escapar das nossas lanças!

         Deu a ordem para o ataque, Xavier se adiantou, mas antes que os soldados pudessem atacar varias pedras foram arremessadas contra eles, olharão para traz e viram o povo em massa, armados com enxadas, foices, pedras, pedaços de madeiras e algumas espadas dos soldados mortos, pessoas de varias idades e sexo, jovens, velhos, adolescentes, a coragem de Ykarus e Xavier acabara por inspirar a coragem nos corações deles, estavam dispostos a lutar pela sua cidade mesmo que seus inimigos fossem muito mais fortes e que as chances de morrer estivessem contra eles, marcharam contra o inimigo e gritaram em uníssono.

         --Deixem nossos lideres em paz, saiam de nossa cidade ou sofram as conseqüências!

A atitude do povo deu nova força aos dois guerreiros, os cidadãos agora os apoiavam sem medo de enfrentar a morte, gritaram e as pessoas responderam com gritos semelhantes, avançaram contra o inimigo que agora estava acuado, a batalha foi violenta, muitos dos cidadãos pereceram, mas subjugaram o inimigo e dominaram novamente a cidade que lhes pertencia por direito.

         Ykarus e Xavier estavam na frente dos sobreviventes, ergueram suas espadas cruzadas e gritaram, o grito mais parecia o rugido feros de um leão celebrando a vitória, o povo respondeu gritando todos juntos e levantando suas armas.

         Organizaram-se, recolheram os corpos espalhados pela cidade separando os seus bravos dos vampiros, piras de cremação foram armadas e seus compatriotas foram devidamente cremados como mandava os rituais deles; Improvisaram hospitais para tratar dos feridos já que os três que existiam ali haviam sido destruídos pelos vampiros, as mulheres receberam a missão de cuidar dos muitos feridos ajudando dois médicos sobreviventes, os homens, e algumas outras mulheres em condições participavam de uma reunião organizada pelo general Xavier com o intuito de preparar o pequeno grupo para ir em apoio a tropa que iria ser emboscada!

         Ykarus não participava desta reunião, pois foi resolver um problema pessoal, fora chamado urgentemente pelas mulheres que cuidava dos feridos para ver uma jovem que estava agonizando e em seus delírios só falava no seu nome, a jovem em questão chamava-se Integra, e era a grande paixão de Ykarus, conheceram-se ainda crianças, pois o pai de Integra era um sacerdote do templo de Azrael o Deus Guerreiro que era adorado pelos Hassel`s, ela foi levada para o grande templo quando tinha onze anos para tornar-se sacerdotisa e voltou para Hillmond sete anos depois quando Verônica morreu, ela e a princesa eram amigas de infância então ela voltou para prestar suas homenagens na cerimônia de cremação da princesa, quando Ykarus a viu mal reconheceu a menina antes magrinha de cabelos loiros quase brancos e olhos azuis claros com a qual brincava sete anos atrás, agora uma bela mulher, apaixonaram-se e viveram um romance firme até a atual tragédia. Ao contrario de Xavier que se fechou para os sentimentos após a morte de Verônica, Ykarus teve muitas amantes antes do retorno de Integra, porem desde que ela voltara não queria mais ninguém, já tinham marcado a união dos dois no matrimonio quando ela tornar-se-ia a futura imperatriz e era realmente a mais apropriada pela sabedoria e compaixão que adquirira no templo de Azrael, que apesar de ser conhecido como o Deus Guerreiro abominava a violência desnecessária, a covardia contra o mais fraco e as injustiças em geral, por outro lado defendia que a espada de um guerreiro tinha que ser usada com honra e a favor da justiça, assim eram as leis de Azrael o juiz justo!

         Agora Ykarus olhava para o grande amor de sua vida que Elijahizava a sua frente, fora atacada na noite em que os inimigos tomara a cidade, depois de torturá-la um dos vampiros a mordeu e somente não terminou de matá-la porque um dos soldados que tentaram resistir a salvou pelo preço de sua vida, enfrentando o vampiro ele ainda foi ferido no abdômen mas conseguiu salvar a sacerdotisa, o soldado morreu depois deste ato, mas escondeu a desacordada Integra nas margens de um riu, ela acabou sendo encontrada por algumas lavadeiras que a transportaram para uma humilde casa onde fora tratada, agora que a situação estava controlada as mesmas lavadeiras levaram-na para o hospital na capital, mas agora Ykarus sabia de sua sina, ela precisaria de sangue vampirizado e como já havia tempo que fora mordida teria que ser rápido ou não resistiria, ele aproximou-se do leito e observou que a aparência dela era horrível, estava pronta para morrer a qualquer momento se ele não agisse logo, tirou o bracelete da armadora e arregaçou a malha de aço, rasgou o pulso com as próprias presas, ergueu a cabeça dela que acordou com o movimento e falou febrilmente.

         --Ykarus, eu morri e encontrei você?

         --Não fale! Beba meu sangue, você vai ficar bem, eu prometo!

         Sabia que não era uma promessa verdadeira, pois para salvá-la precisaria passar-lhe a maldição do vampiro, mas não conseguia se  imaginar sem ela ao seu lado e somente a idéia de perdê-la o deixava desesperado, neste momento conseguiu compreender Xavier se a perdesse não poderia colocar mais ninguém no seu lugar, ela bebeu o suficiente e voltou a dormir, agora passaria pela transformação que uniria os dois por muito mais tempo do que poderiam imaginar, Ykarus recolocou o bracelete da armadura e depois explicou os fatos as mulheres que cuidavam dos feridos fez suas recomendações para transferi-la ao seu quarto e como tratá-la em sua atual condição depois saiu de encontro a Xavier que já havia organizado um pequeno pelotão com os cidadãos que tinham condições de lutar, mas antes de qualquer atitude pediu aos presentes um momento para os rituais de cremação da Imperatriz, todos estavam reunidos, na praça principal e no mesmo local onde Ykarus encontrou Madeleine seu corpo descansava em uma grande pira de madeira e palha, estava vestida com um grande vestido branco com detalhes dourados nas bordas e seu rosto era coberto por um véu transparente, seu corpo estava semi coberto por flores colhidas nos campos ao redor da cidade capital, local que ela tanto gostava!

         Xavier estava se preparando para o ritual de cremação ao mesmo tempo que Ykarus, inconscientemente os dois abrirão um compartimento em suas acomodações e olharão por um tempo para suas novas vestimentas, Xavier deparou-se com a armadura negra que Constancius lhe dera quando ele tornara-se general, esta ele nunca usara, pois não queria danificá-la somente usaria em ocasiões especiais, Ykarus contemplou a armadura prateada de Constancius, a armadura do Imperador que ele somente usaria no dia em que se tornaria o Grande líder, a armadura brilhava e resplandecia altivez e gloria, vestirão nas sem pressa quase que ao mesmo tempo, e logo pareciam outros guerreiros, saíram e se encontraram  no corredor, cumprimentaram-se sem muita cerimônia e caminharam lado a lado para a praça, Ykarus acendeu a pira e parou ao lado de Xavier para assistir as ultimas homenagens a sua mãe, em certo momento ele olhou para Xavier que impassível não tirava os olhos das chamas, então Ykarus falou para ele.

         --Agora eu entendo algo que não entendia, você sempre gostou do fogo enquanto eu não via nada de incomum nas chamas, mas vendo as cinzas do que sobrou de nossa cidade e as chamas que guardam o corpo de nossa mãe, entendo que o fogo destrói o que é velho para dar lugar ao novo, é como se ele purificasse tudo para renovar novamente!

         Xavier permanecia quieto como se sua mente estivesse agora em outro mundo, Ykarus ficou quieto um tempo ao lado dele depois voltou a falar.

         --Sabe Xavier, quero te pedir algo, lembra-se quando estávamos cercados pelas lanças ontem!

         Xavier olhou para ele mostrando que prestava atenção as suas palavras, então Ykarus voltou a falar.

         --Eu notei que você ia enfrentá-los quando eu é quem deveria fazer isto, eu sou o Imperador agora Xavier, e todos aqui são minha responsabilidade, você tem que parar de querer ser meu pai, não sou mais aquele adolescente inconseqüente de anos atrás, então pare de me tratar como se eu precisa-se ser protegido, certo!

         Xavier virou-se devagar voltou a contemplar a pira que agora já estava se apagando e virando cinzas, então começou a falar sem olhar para ele.

         --Sabe Ykarus você se parece mais com Constancius do que eu imaginava, e se você se parece com seu progenitor então eu penso em no que eu me pareço? Veja só, a pouco tempo eu me lembro de você, mesmo inconseqüente falando ao velho imperador que ele não deveria confiar em todos os que perecessem amigos dele, sabias palavras, mas vindas de uma pessoa de reputação e seriedade duvidosa, namorador, freqüentador de festas, etc... Constancius com certeza achou bonita e até poética a atitude de seu filho, mas não deu a devida atenção, pois achou que o filho estava sendo exagerado como qualquer adolescente é, então ele confiou em alguém que lhe pareceu amigo, bondoso, sensato e que estava sempre ao seu lado, alguém que de certa forma ele achava compreender sua angustia com tanta responsabilidade e a idade avançando, bem nos dois sabemos como isto acabou, mas imagine se tudo tivesse sido diferente, imagine se ele em vez de se enganar com promessas de amigos de momento ele notasse que independente dos defeitos ou da inconveniência dos conselhos dos seus próximos, ele percebesse que quem verdadeiramente nos quer bem é exatamente quem nos fala o que não queremos ouvir, aqueles que falam somente o que queremos ouvir procura apenas interesses próprios que por ventura compactuam com os seus de certa forma, mas que no final só vai ser conveniente para ele, quem realmente te ama é exatamente aquele que tem coragem de te falar a verdade mesmo arriscando perder sua amizade pelo seu bem estar! Pense nisto imperador e saiba que eu não quero nem pretendo ser seu pai, mas eu estou no campo de batalha há muitos anos, eu sei o que é a morte, estes mesmos campos de batalha você terá que entrar agora e quer você queira ou não a minha missão é ajudá-lo a viver nele mesmo que você me odeie eu tenho que correr o risco, pois não quero cremar mais um ente querido!

         Xavier não esperou resposta, apenas colocou o elmo que carregava debaixo do braço e saiu andando, Ykarus pensativo levantou a cabeça e perguntou para Xavier.

         --E se minha irmã não tivesse morrido Xavier? Você se entregaria com tanto amor ao exercito ou com tanta fúria as batalhas?

         De costas para seu irmão ele, depois de pensar por um breve tempo respondeu.

--Não consigo imaginar como seria uma vida na corte casado e com filhos, bem acho que o futuro pertence aos Deuses, acho que Verônica teve sua missão e eu tenho a minha! Vamos temos uma batalha para vencer e homens que confiam em nós para comandar!

         Saiu andando sem falar mais nada, mas Ykarus sabia a verdade.

         Encontraram-se poucos momentos depois há frente de um grupo formado por umas cento e cinqüenta pessoas, estes atenderam com orgulho ao chamado para a batalha, queriam voltar a viver sob a proteção dos Hassel`s, eles sempre protegeram seu povo, mas por isto amealharam muitos inimigos e acabaram na atual situação, o povo compreendia isto e estavam dispostos a lutar pelo seu país, mesmo que isto representasse a morte. Xavier falou a todos.

         --Vamos para o desfiladeiro lutar não por nos! Vamos para a batalha lutar em honra dos nossos mortos, Vamos pelas nossas esposas, pais, filhos e filhas e todos os nossos entes queridos e principalmente pela nossa pátria! Vamos lá mostrar para estes vermes que querem tomar o que é nosso, que vão pagar com sangue esta ousadia, vamos vingar nossos mortos e nossas mulheres mostrando o poder do povo Hillmondiano, e que fique claro para eles e qualquer outro que tentarem desrespeitar nosso território novamente, Terão o troco no fio da espada e só receberão humilhação como mérito! Vamos mostrar nossa força e coragem para que nunca mais esta covardia que aconteceu se repita!

         Terminando de falar isto ergueu a espada e gritou tão forte quanto seu pulmão agüentou, foi imitado pelo povo que estavam revoltados e queriam vingança contra as atrocidades que foram cometidas contra eles. Ykarus neste momento encostou do lado de Xavier estendeu a mão para ele e falou.

         --Vamos caminhar juntos para a batalha, eu protejo suas costas e você as minhas certo?

         --Não poderia haver melhor acordo entre nós! Vamos eu quero ter uma conversa com o Amud! Uma conversa de morte!

         Apertou a mão estendida de Ykarus e os dois saíram lado a lado liderando cento e cinqüenta pessoas comuns sedentas por vingança para uma caçada de sangue como nenhuma outra que tivessem participado, marchavam em direção ao inimigo pensando na certeza de um único resultado, a vitória, a fúria os consumia de uma forma que até suas feições haviam mudado, o ódio em seus suas faces fariam um lycan assustador fugir como um cãozinho amedrontado, seus olhos estavam vermelhos sangue e suas presas saRainetes prontas para se alimentar do sangue inimigo, esta noite eles finalmente saciariam sua sede em definitivo, iriam beber sangue vampiro o que os tornaria muito mais fortes.

         Seguiram o riu em uma marcha rápida, logo podiam avistar o desfiladeiro, uma montanha rochosa que em certo trecho havia uma trilha mais estreita para passar com as montarias e carroças, de um lado um enorme paredão íngreme de rocha lisa, de outro um precipício gigantesco sendo a única rota para sair ou entrar em Hillmond pelo leste!

         Marcharam mais um tempo e encontraram o que queriam o acampamento dos inimigos, pararam afastados da trilha que levava ao desfiladeiro como eles já podiam imaginar, assim como sabiam que eles estavam debilitados e aviam perdido muitos soldados na batalha em Hillmond!

         Ykarus e Xavier se aproximaram com o grupo rapidamente, quanto mais perto chegavam mais sentiam um ódio mortal pelos prizeus, pararão nos arredores do acampamento distancia suficiente par terem uma visão periférica do local e para não deixar o barulho dos cavalos denunciá-los. Então falaram aos soldados.

         --Queremos que cerquem o acampamento em silencio, como nos agüentamos mais que vocês vamos invadir o acampamento e distraí-los, formem um circulo e o fechem devagar, esperem começarmos a batalha e ataquem de surpresa, estaremos no meio deles com o ataque de vocês nos os confundiremos e então a vantagem será nossa, começamos agora, vão!

         Os soldados se esgueirarão a pé, Ykarus e Xavier cavalgaram até o acampamento e o invadiram com a montaria avistaram dois vampiros se alimentando de um homem já desfalecido, empunhando sua espada Ykarus pulou do cavalo em movimento e ficou um tempo parado olhando a cena bizarra os vampiros o olharam espantados e ao mesmo tempo Xavier aterrissou ao seu lado portando uma espada em cada mão.

         --Onde esta o meu irmão? Perguntou Ykarus em voz alta carregada de ódio, um dos vampiros correu dando o alerta, o outro ficou parado sem saber ao certo o que fazer, rapidamente os outro vampiros correrão ao local e neste momento Amud saia de uma barraca para saber o motivo da algazarra, levantou as vistas e viu Ykarus e Xavier, não podia acreditar em seus olhos, foi tomado por um medo terrível que o paralisou por alguns segundos no mesmo lugar com os olhos arregalados, seus pensamentos corriam a mil ele conhecia os jovens e agora tinha certeza de que pelo menos Ykarus era um vampiro, eles antes já eram os maiores guerreiros dos Hassel`s, agora com este poder imaginou o que poderiam fazer, lutou contra a paralisia e falou gaguejando no começo.

         --Ve, vejo que se transformou em um vampiro Ykarus! Constancius ia adorar isto! Se já não estivesse morto isto certamente o mataria!

         --Cale-se, meu pai não me negaria, mesmo depois de um vampiro imundo me transformar em um monstro!

         --Onde esta Arthur? E não banque o engraçadinho conosco ou enfiarei esta espada na sua garganta a baixo! Xavier falou isto mostrando suas presas.

         --Você também é um vampiro?

         Amaldiçoou Xavier interiormente, no seu orgulho ainda sentia o soco que tomara dele como humano, imaginou como seria outro agora, os vampiros começarão a formar um circulo ao redor deles como eles já imaginavam que ia acontecer, Ykarus falou ao traidor quase adivinhando o que ele pensava.

         --Lembra-se dos socos que Xavier lhe deu? Não foi nada perto do que eu estou preste a fazer com você!

         --Não seja ridículo moleque, olhem ao redor de vocês são muitos soldados o que poderiam fazer a mim?

         Xavier respondeu apontando a espada para ele.

         --Você sabe verme, você sabe! Amud realmente sabia e sentiu tanto desespero quanto Madeleine em suas mãos, porem um medo muito maior que estava se tornando pânico, virou-se para outra barraca e começou a chamar pelo líder dos prizeus.

         --VALECK, Venha aqui Valeck!

         Ouviram uma voz responder.

         --Cale a boca covarde! Não sou surdo!

         Os vingadores viram uma figura sair de uma barraca bem maior e mais adornada que as outras, era alto de pele bem branca, tinha um enorme cabelo negro muito liso, usava uma armadura negra com detalhes em branco muito elegante parecendo com a vestimenta de guerreiros da alta corte de algum país muito rico, botas longas de couro grosso tingido de preto adornadas com fivelas de ouro e pedras preciosas e uma longa capa negra com o colarinho auto dobrado para os lados, seus olhos destilavam maldade e ganância e carregava uma expressão hipócrita e cruel no rosto, dirigiu-se vagarosamente para o centro da roda enquanto Amud correu para dentro da barraca, Valeck se encaminhou para os dois guerreiros e falou.

         --Ora, vejam só, o herdeiro Ykarus e o jovem general Xavier, Perdoem-me pela recepção estamos todos nervosos com esta guerra terrível, é um prazer conhecê-los, venham as minhas acomodações e bebam uma taça de vinho comigo!

Era a primeira vez que viam o líder dos prizeus pessoalmente, pois ele nunca ia ao campo de batalha, Xavier falou.

         --A única coisa que vamos beber aqui é o seu sangue!

         --Há sim, Xavier, dizem que alem de um ótimo estrategista você é também um exímio espadachim, você destruiu muitos dos meus soldados e me causou muitos inconvenientes! Diga-me, seria capaz de me enfrentar face a face? Sua espada teria a mesma estirpe da minha?

         --A você e seu exercito de vermes!

         --Bem me falaram que você é arrogante e impertinente também!

         --Cale a boca cão, falou Ykarus. Vou perguntar mais uma vez, Onde esta meu irmão?

         Neste momento Amud apareceu com Arthur inconsciente nos braços, olhando sarcasticamente para os dois irmãos falou.

         --Acho que ele não vai sobreviver, a culpa é toda sua Xavier, você quem deu um mau exemplo para ele, ele só saiu ferido por ter aprendido a agir com a sua impertinência!

         O traidor tentava abalá-los pelo psicológico, pois já temia não ser possível na força, lambeu o sangue no rosto do rapaz e voltou a falar.

         --Acho que vou fazer com ele o mesmo que fiz com você Ykarus!

         --Foi você que fez isto comigo desgraçado, eu vou esfolá-lo aos poucos! Ykarus correu na direção do traidor, com um empurrão derrubou três soldados que entrarão na frente, mas antes de alcançar Amud, Valeck fez um gesto com a mão e gritou aos seus soldados.

         --Matem-nos!

         Os soldados partiram para cima dos dois fechando o circulo, de espada em punho e tirando o alcance tanto de Valeck quanto de Amud. Xavier estava preparado, desviou-se do ataque que veio pelas costas, se esquivou e girou o corpo para baixo desceu as duas espadas contra dois inimigos estourando o peito de um e afundando a outra arma no pescoço do outro, girou de novo a arma da mão direita e arrancou o antebraço do próximo, ergueu a outra espada e estourou o maxilar de mais um com a ponta da arma aproveitou o embalo dos golpes e no mesmo movimento cortou pela lateral a cabeça de mais um com uma lamina e estocou o peito de outro com a arma da mão esquerda, saiu girando suas duas espadas enquanto os inimigos iam indo por terra.

         Ykarus escapou por pouco da investida dos vampiros a sua frente, pulou por cima do mais apressado e enterrou a espada nas costas dele em um ângulo que perfurou seu o pulmão e o coração, terminou o pulo com um chute no peito de outro que foi arremessado a distancia considerável, outro inimigo o atacou, mas girando a espada ele abriu sua caixa torácica arrancando os órgãos internos, mais um tentou e teve a perna arrancada com um golpe circular; Os inimigos foram fechando cada vez mais o circulo, de repente ouviu-se gritos de guerra ameaçadores, flechas foram atiradas do meio da escuridão sem que pudessem ver os atiradores, as primeiras fileiras dos vampiros foram caindo atingidas, os primeiros arqueiros atiraram, os segundos atiraram em seguida enquanto seus aliados recarregava as bestas, as primeiras fileiras dos vampiros caíram assim como a segunda e a terceira, os vampiros ficaram perdidos e confusos então de todos os lados do acampamento apareceram soldados dos Hassel`s, furiosos jogavam-se correndo aos gritos sem hesitação, o choque inicial foi violento para ambos os lados , Xavier e Ykarus começaram a matança no meio deles enquanto os humanos ao redor mantinham um forte ataque, os vampiros eram muito mais fortes, mas o desespero e o ódio deram uma força incomum aos humanos e afinal, o instinto de guerra nascera com eles.

        Xavier arrancava braços e pernas sem parar um minuto, sempre gostava de incapacitar antes de matar, Ykarus ao seu lado acabava de arrancar a cabeça de outro inimigo, agarrou o braço do próximo que tentou espetá-lo girou rapidamente por trás dele torcendo o braço que ficou estirado, arrancou o membro do adversário com um golpe na altura do bíceps fazendo o vampiro cair de joelhos gritando, então Ykarus estraçalhou sua cabeça, os vampiros não podiam se concentrar totalmente neles, os humanos agiam como feras atacando furiosa e incessantemente, a canção da guerra encheu a noite com barulhos de aço cortando carne e esmigalhando ossos e os gritos dos feridos acompanhados pelos gritos de fúria!

         Por um momento Ykarus pode ver Amud tentando fugir com Arthur nos braços, arrancou a cabeça do inimigo que estava enfrentando deixou Xavier lutando contra os outros e de passagem atravessou um deles de lado a lado com uma estocada no abdômen, saiu abrindo passagem aos empurrões entre o aglomerado de guerreiros que lutavam disputando o espaço.

         Xavier empunhando suas duas espadas abatia os inimigos que agora estavam tão confusos que não sabiam ao certo com quem lutar, um inimigo o agarrou pelas costas tentando quebrar sua coluna, ele desferiu uma cotovelada não esperada no estômago do inimigo que afrouxou a imobilização, aproveitando Xavier abaixou-se escapando da gravata levantou girando as duas espadas com fúria acertando as laminas no peito do inimigo, os golpes foram tão fortes que destruiu a armadura dele fazendo dois rasgos arrancou junto alguns pedaços das costelas e rasgou seus dois pulmões, ele parou um segundo e ouviu uma voz conhecida.

         --Tenho que admitir, você tem classe para alguém tão novo, esta na hora general Xavier, mas não se engane eu aprendi a arte da espada na corte de Valion a qual conquistei o trono com minha própria maestria quando desafiei e derrotei meu antecessor o rei Beleck, eu já era guerreiro muito antes de sua mãe limpar suas fraldas!

         --Isto já faz muito tempo, eu sou guerreiro agora!

         Os outros pararam e abriram espaço para a luta entre o general dos Hassel`s e o líder dos Prizeus, os dois agora andavam devagar em círculos um encarando o outro, olhavam-se nos olhos e tudo o que viam era ódio, então Valeck quebrou o silencio falando!

         --Então fedelho, você acha que conhece o ódio que alimenta uma batalha? O sentimento que faz um guerreiro ser superior?

         --Eu apenas reconheço uma vitima neste momento, alguém para aplacar a sede de vingança da minha lamina, o verme que vai pagar caro pelo que fez a minha família e meu povo!

         --Pois bem guerreiro, já que sua sede é tão grande quero acrescentar um pouco mais de ódio para ver se tenho um desafio de verdade, saiba que eu pessoalmente decapitei Constancius, e com muito prazer!

         Ao ouvir estas palavras o mundo parou por alguns segundos que mais parecerão longos minutos para Xavier, era claro que Valeck queria desconcentrá-lo porem o golpe saiu ao contrario, Xavier sem avisos jogou uma de suas espadas em direção a Valeck que ia se desviar, mas a arma não foi para ele e sim para outro vampiro que estava ao seu lado, à arma transpassou o peito dele e o impacto foi tão forte que levantou o soldado a certa altura do chão o jogando a distancia considerável, em seguida atirou-se com tudo para cima de Valeck, este ergueu suas duas espadas para bloquear o golpe, com o impacto uma delas se partiu e ficou inutilizada, a força do choque fez Valeck sair tropeçando para trás, estava pagando por subestimar o inimigo, Xavier precipitou-se para a frente e desferiu um golpe mirando a cabeça do inimigo que mesmo recuando agilmente foi atingido no ombro esquerdo, recebendo um ferimento que quase arrancou seu braço, Valeck recuou para ganhar espaço e atacou com força, não admitiria perder para inimigo tão novo, as espadas se chocaram com um estridente clangor de metal e na fúria do golpe pode se ver faíscas saltarem das lâminas, com as espadas emparelhadas os guerreiros mediram forças Valeck empurrou Xavier para traz e com um giro da sua arma fez um corte em seu peito rasgando a armadura, Xavier que deu dois paços para traz e caiu após tropeçar em um corpo, Valeck aproveitando-se do descuido mirou a cabeça dele e desceu sua espada para o golpe final mas Xavier foi mais rápido e rolou para o lado desviando do golpe que acertou o chão, chutou a perna dele na altura do joelho que o fez cambalear para a frente,  aproveitando o desequilíbrio de Valeck  desferiu um golpe que decepou seu braço armado,Valeck deu dois paços para traz agora incapacitado, Xavier levantou e caminhou vagarosamente na direção dele que caminhava debilmente para traz agora com uma expressão de medo na face! Xavier então falou.

         --Muito bem, sabe, você até que é um bom professor, ódio, era esta a sua força, vamos ver como você se sai contra seu próprio veneno! Então foi você quem matou meu pai em praça publica?

         Antes que Valeck tivesse chance de falar algo ele arrancou sua perna esquerda, o inimigo caiu e gritou, Xavier continuou a saborear sua vingança.

         --Então foi você que se achou capaz de tomar nossa nação, torturou e matou meu povo?

         Valeck levantou o braço ferido para Xavier abrindo a mão na sua direção em um pedido inútil de clemência, mas Xavier arrancou fora também seu braço esquerdo.

         --Você não teve coragem para erguer sua própria espada contra nós então usou uma víbora e a espada da traição para fazer seu trabalho sujo!

Arrancou a sua perna esquerda na altura do joelho o deixando incapacitado de vez. Falou:

         --Você se julgou melhor que eu, pois bem, eu tinha te falado, a única coisa que irei beber aqui é o seu sangue!

         Segurou-o pelo cabelo e cravou suas presas na jugular, bebeu até sentir que o orgulhoso e traiçoeiro Valeck estava eliminado, um outro vampiro tentou atacá-lo, mas Xavier agora desarmado escapou do golpe da espada inimiga, agarrou um punhal que estava no cinturão de Valeck e o enterrou na garganta do inimigo de baixo para cima ,neste exato momento a tropa que ia ser emboscada pelos Prizeus chegou ao seu destino, notaram de longe a batalha e correram ao auxilio dos seus, isto foi o fim para o clã dos Prizeus que agora depois de ver seu líder ser morto optavam por fugir antes de serem eliminados.

         Ykarus perseguiu Amud pelo campo de batalha, quando se aproximou o suficiente atirou sua espada na perna direita dele na altura da coxa, a arma transpassou o membro e o alvo caiu derrubando Arthur no chão, o que acrescentou mais alguns arranhões aos muitos ferimentos que ele já carregava pelo corpo, Ykarus se aproximou de Amud fitou-o por um momento e falou.

         --Eu nunca em toda a minha vida senti tanto ódio por uma criatura como sinto por você verme infeliz! Mas sabe, nem todo o meu ódio ou o ódio do mundo inteiro equivale ao nojo que sinto desta sua carcaça imunda, eu vou te matar maldito, mas duvido que o próprio inferno tenha um lugar para você!

         Ia falando isto e ao mesmo tempo empurrando vagarosamente o cabo da espada com o pé, Amud evitava olhar diretamente em seus olhos, mas ele podia ver no rosto do traidor um semblante de dor e medo, começou a derramar lagrimas, o que só serviu para aumentar o ódio de Ykarus deixando-o ainda mais furioso, ele levantou o traidor pelo pescoço com uma mão e com a outra agarrou sua perna, ergueu-o no ar acima da cabeça e chocou sua coluna contra o joelho quase o dobrando e o fazendo urrar de dor, jogou mais a frente e novamente partiu para cima dele e começou a espancá-lo, primeiro vagarosamente depois como um alucinado, pegou sua cabeça por trás e arrastou-a pelo chão até não sobrar mais nada alem de carne esfacelada irreconhecível onde podia se ver partes dos ossos do crânio, torceu seu braço esquerdo para traz até quebrá-lo fazendo os ossos rasgar a pele e saltar para fora depois começou a bater deliberadamente.

         Xavier procurava-os no campo de batalha, depois de um tempo achou-os mais adiante de onde estava Ykarus começou a chutar o infeliz que agora nem gritava mais apenas soluçava sem forças para se levantar, já farto de bater no traidor e ao mesmo tempo com nojo, Ykarus pegou sua espada ergueu a cabeça dele e ia degolá-lo como ele havia feito com Madeleine, mas antes que pudesse desferir o golpe Xavier segurou seu punho e falou.

         --Ykarus espere, Não o mate!

         A reação dele foi surpreendente, puxou seu punho com força fazendo Xavier largá-lo, parecia não reconhecer o irmão e com os olhos vermelhos se colocou em guarda e falou.

         --Que diabos você esta fazendo Xavier? Porque impede minha espada? Este maldito levou nosso povo à ruína, não pode defendê-lo! E nossos pais...

         --Acalme-se Ykarus!

         --Eu já estou cheio de ser calmo, e estou cheio de você me falando o que fazer. Me deixe vingar meus pais ou lutarei com você por este direito!

         Xavier olhou nos olhos de seu irmão surpreso, não era o mesmo Ykarus que ele conhecia, seu irmão era de natureza calma e às vezes até brincalhão, sabia julgar com a mente limpa sem deixar o ódio cegar seus atos, qualidades que herdara de Constancius, Olhou para ele Jogou sua espada de lado e falou!

         --Acalme-se Ykarus tudo já acabou, Valeck foi destruído, os Prizeus derrotados, Amud não é mais nada sem eles, você já bateu bastante nele, mas se matá-lo ele vai partir sem espiar sua culpa, não suje sua espada com sangue indigno, e tão pouco lute comigo, lembre-se porque lutamos! Nossos pais não merecem ter em honra deles o sangue deste traidor e sim que levantemos nossa nação novamente, deixe o ódio de lado você é o imperador e nosso povo depende da sua mente limpa, deixe o ódio para mim que escolhi matar nos campos de batalha, não precisamos de dois senhores da guerra, não lutarei com você, seu pior adversário é a escolha que te dou agora, juntos podemos reconstruir, divididos encontraremos a verdadeira ruína então Valeck e os Prizeus terão vencido, a decisão é sua!

         Ykarus olhou para o corpo do infeliz aos seus pés, depois virou o rosto de lado com escárnio, olhou para Xavier e agora seus olhos estavam no tom castanho claro normal, então falou para seu irmão.

         --Droga! Odeio quando você tem razão Xavier! Mas esta certo, seria uma infâmia vingar os nossos com a morte deste verme!

         Falou isto e saiu andando até Arthur, pegou seu irmão mais novo e averiguou que ele já estava pálido pela perda de sangue, foi quando viu as marcas em seu pescoço, olhou para Amud e perguntou.

         --Quando foi que você o mordeu?

         --Ontem a noite senhor, ele precisa ser vampirizado logo ou ira virar um zumbi!

         Xavier aproximou-se e já estava tirando a manopla da armadura mas Ykarus falou.

         --Espere Xavier, me deixe fazer isto, afinal eu devo esta para ele, eu tentei atacá-lo me deixe redimir meus atos!

         Xavier afastou-se e Ykarus cortou seu punho novamente fez Arthur beber seu sangue, depois olhou para Amud, se aproximou dele e ofereceu o punho, este surpreso perguntou.

         --O que esta fazendo?

         --Beba maldito ou vai morrer com a perda de sangue, alem do mais ao salvá-lo com meu sangue você estará preso a mim não como meu criador, mas como meu servo, esta é a condição para salvar sua pele imunda!

         Amud bebeu e tentou agradecer, mas rapidamente Ykarus afastou sua mão dele e falou.

         --Não precisa o esforço, agradeça a Xavier!

         Amud arrastou-se na direção de Xavier e tentou agarrar sua bota falando.

         --Obrigado Xavier sabia que você era um bom homem!

         Mas o guerreiro tirou seu pé com indiferença antes que ele o alcança-se e falou:

         --Não toque em mim verme e não me agradeça, pois se poupamos sua pele imunda é para que pague, e acredite eu não vou deixar isto ser fácil para você!  Então se aproximou de Ykarus que neste momento pegava Arthur no colo para levá-lo até um transporte e voltarem a cidade capital.

         --E agora imperador, o que quer fazer!

         --Vamos retornar a fortaleza, começaremos tudo de novo!

         --E os sobreviventes dos Prizeus?

         --Vamos deixá-los partir, para que digam aos demais que os Hassel`s estão prontos para qualquer um que ultrapassar nosso território!

         Ykarus saiu carregando Arthur nos braços, Xavier pegou Amud pela perna esquerda e saiu arrastando, um soldado trouxe uma carroça e eles colocaram os dois nela, iam apenas esperar os demais recolherem os mortos e feridos para voltarem a cidade, Wereck aproximou-se de  Xavier e o saldou batendo a mão no peito falou:

         --Senhor, já fomos informados do ocorrido, sinto muito por seus pais, Constancius e nossa imperatriz Madline!

         --O brigado bom amigo, agora vamos erguer a cabeça e levantar novamente nosso império!

         Neste momento Ykarus se aproximou e Wereck o saldou curvando o corpo e falando.

         --Salve imperador Ykarus Filho de Constancius e quinto imperador Hassel! Continuou curvado, Ykarus se aproximou e falou.

        --Levante-se amigo, apenas os inimigos devem se curvar a mim, os amigos devem apenas brindar as vitórias, agora me diga, há muitos sobreviventes dos prizeus?

        --Alguns poucos a maioria fugiram ou estão mortos, esperamos ordens suas ou do General!

         --Deixe-me falar com eles!

         Ykarus, Xavier e Wereck dirigiram se ao local onde vários guerreiros dos prizeus estavam sentados no meio de um circulo formado por inúmeros soldados dos Hassel`s que os vigiavam, eram em torno de sessenta e alguns estavam muito feridos, Ykarus falou aos seus soldados.

         --Meus bravos guerreiros, peço-lhes que baixem suas armas, pois não tenciono derramar mais sangue no dia de hoje, quanto a vocês guerreiros dos Prizeus, aceitem a derrota e partam das nossas terras para nunca mais voltar, pensem bem pois estou lhes oferecendo uma boa chance de recomeçar sem a ganância de Valeck, não tomarei o pais de vocês e terão todo o tempo que necessitarem para retirar os corpos dos seus de nossas terras agora vão e lembrem-se deste dia!

         O comandante da tropa dos inimigos falou!

         --Imperador Ykarus como podemos agradecer sua generosidade e clemência, não acho que a merecemos!

         --Eu também não acho, mas é hora de recomeçar, acho que não ganharíamos em nada tomando suas terras, mas se querem agradecer, respeitem seu povo e cuidem deles com dignidade, não sejam tiranos e encontrem outra forma para aplacar a sede, sabemos que o sangue dos bovinos é tão adocicado quanto o dos humanos que se alimentam deles!

         O comandante se ajoelhou prestou uma reverencia depois reuniu seus soldados e começaram a prepararem-se para partir.

Arthur foi colocado em uma carroça e Amud em outra, depois de recolherem os corpos dos seus partiram de volta a cidade capital para de lá reerguerem o império.

       

         Dois meses depois a normalidade voltava devagar a Hillmond, depois de dois anos de guerra contra os prizeus apenas às casas ainda destruídas e a saudade dos que morreram na batalha lembravam o episódio do ataque ao país, depois de três dias que se sucederam ao luto em nome do imperador Constancius e da imperatriz Madeleine assim como dos soldados e cidadãos, Ykarus recebeu o titulo que pertencia ao seu pai em uma noite de muita festa e comemoração, neste mesmo dia fizeram o tratado de sangue, foi decidido por unanimidade que eles deveriam usar o poder vampiro para a segurança do império, então de livre arbítrio os que quisessem fazer parte do exercito especial da alta guarda do império seria transformado em um vampiro tendo treinamento especial para usar seus poderes, assim nasceu o clã dos Hassel`s; Alem deles também havia o exercito humano para que o povo não se sentisse como em uma ditadura da parte dos vampiros e para provar aos outros países que as duas espécies podiam viver pacificamente, e para garantir que esta união desse certo, Ykarus instituiu varias leis para punir qualquer um que atacasse um cidadão ou qualquer outro de espécie diferente.

         Ykarus, Integra, Arthur e Xavier estavam parados em frente a tumba que guardava as cinzas de Constancius e Madeleine, Amud estava logo atrás deles de cabeça baixa, Uma parte dele queria vingança, queria fazer Ykarus pagar pelo que tinha feito a ele assim como sonhava em ver Xavier de joelhos na sua frente como ele próprio havia ficado, mas outra parte dele achava melhor deixar as coisas como estavam, jurar obediência talvez fosse o melhor a ser feito na sua atual condição, sabia que Xavier observava cada passo dele como um tigre e que não teria nem um remorso em degolá-lo, então ponderou e viu que era melhor estar ao lado do imperador, dirigiu-se a ele e falou:

         --Senhor!

         --O que você quer?

         --Quero que saiba que irei servi-lo e jamais sairei do seu lado, de hoje em diante serei seu servo, pois reconheço sua grandeza e tenciono pagar meus erros com Constancius reverenciando vossa majestade!

         --Ótimo saber disto! Falou Xavier sarcasticamente.

         --Muito bem Amud, agora, comece se retirando deste local onde descansam minha irmã, meu pai e minha mãe, aqui é um local onde você jamais poderá colocar seus pés, resigne-se a atender minhas ordens!

         O traidor baixou a cabeça e se retirou.

         Xavier estava mais distante um pouco, aproveitara para visitar a tumba de Verônica que era ao lado do de seus pais adotivos, levantou depois de colocar algumas flores na frente da lapide e viu Arthur se aproximar dele, depois de um momento o rapaz falou:

         --Xavier, quero te pedir algo!

         --Peça o que quiser Arthur!

         --Quero que me treine, quero aprender tudo o que você sabe sobre a arte da guerra, é que eu sinto um ódio muito grande, eu me sinto culpado e inútil, deixei matarem mamãe praticamente na minha frente, quero matar a todos!

         Xavier olhou para seu irmão, pensou e falou colocando as mãos nos seus ombros:

         --Eu vou te ensinar tudo o que Constancius não teve a chance de te ensinar! Mas a primeira coisa que tenho a lhe passar é, esqueça o ódio, ele te cega, não se culpe, a culpa te enfraquece, e jamais se sinta inútil, pois quando mamãe mais estava sofrendo o único que estava ao lado dela era você, eu passei a maior parte da minha vida achando que o ódio era minha força e veja, na hora em que eu mais precisei de força o ódio me cegou! Quando você tiver a capacidade de lutar com amor então você será um guerreiro infinitamente melhor que eu!

         Os dois ficaram um tempo parados pensando, então viram Integra e Ykarus caminhando abraçados de volta para a fortaleza, Arthur então perguntou para ele:

         --E agora, será que vamos ter finalmente um pouco de paz?

         --Não sei Arthur, vamos deixar isto nas mãos dos deuses, só eles sabem o futuro que nos aguarda!

         Saíram andando atrás dos outros, e em algum lugar uma mente maléfica sorriu das palavras de Xavier.

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