- Sim. E a princípio eu não tinha nada contra Mônica, mesmo ela não fazendo nada a não ser ficar grudada em Gabe o tempo todo. E, embora meu irmão nunca tenha sido muito próximo de nós, o tempo que esteve com ela conseguiu ser ainda pior. Gabe sempre se dedicou muito ao trabalho e aos estudos. Foi moldado para isto, por nosso pai. Mesmo garoto, ele nunca pôde se divertir ou fazer coisas de garotos normais de sua idade. Sempre foi um mini adulto. E Jorel só conseguiu ser diferente porque ficou órfão cedo... E mesmo eu não entendendo nada de maternidade, lhe dei liberdade para ser adolescente... E talvez a liberdade tenha sido excessiva, já que ele não criou responsabilidades até hoje – suspirou – Enfim... Gabe não sabe ser diferente... Porque ele nunca teve oportunidade de fazer isto.
- Mas... E as coisas que ele fez com Mônica?
- Viajou
POV GABE Como assim Rowan puxou minha esposa para um beijo? E caralho, demorado demais para o meu gosto! Eu estava tão atento que percebi que quando ele foi soltar a mão de Olívia, ela segurou-a por um tempo enquanto o encarava e notei suas unhas cravando na palma das mãos de meu cunhado. Que porra era aquela? Assim que se soltaram, Rowan deu um passo para trás, sério, e fechou as mãos, a respiração visivelmente acelerada. A governanta abriu a porta e Olívia saiu praticamente correndo, fazendo com que eu fosse atrás, sem tempo para me despedir de Aneliese e Rarith. Olívia pegou o caminho em direção ao portão de saída da propriedade, como se fosse perto o suficiente para ir a pé. A segui: - Ok, se não quer ir comigo embora, posso levá-la ao menos até a rua, para que possa pegar um táxi. Ela continuou caminhando, como se não me ouvisse. Tentei alcançá-la e quando cheguei perto chuchu começou a correr, parecendo totalmente desnorteada. Corri atrás dela, como se estivéssemos numa com
Peguei-o pela gravata e o puxei pelos poucos degraus de escada, levando-o para a área do playground. Ele murmurava algo, mas eu não estava somente cego... Também estava surdo. - Eu esqueci de quebrar o seu nariz, por isto voltei! Dizendo aquilo soquei seu nariz com toda minha força, sentindo o sangue espirrar na minha roupa, atingindo também meu rosto. Rowan começou a gritar e tapei sua boca com força, sabendo que o sangue em breve o sufocaria e o desgraçado morreria nos meus braços, já que o segurei de costas para mim. Sussurrei em seu ouvido: - Nunca mais toque na minha esposa. Se abrir a boca para falar com ela, você morre. Se seus olhos estiverem sobre ela, você morre. Se eu o encontrar no mesmo ambiente que ela, você morre. Entendeu? Como ele não conseguia responder, eu mesmo movi sua cabeça para cima e para baixo, como sinal de afirmação. - Bom garoto! – Soltei-o com força, fazendo com que se desequilibrasse e caísse no chão. Rowan estava de quatro no chão, vendo o própr
Fiz o percurso de volta para casa como se tivesse voltado de um funeral, tamanha dor que sentia por ter feito a escolha de deixar Olívia livre.Eu nem sabia identificar as sensações que meu corpo produzia... Dor, medo, ansiedade, cansaço... Tudo junto e misturado. Assim que parei meu carro em frente à mansão Clifford, observei o lugar. Já fazia um tempo que não tinha graça alguma voltar ali. Aliás, a única vez que senti vontade de pisar os pés naquele lugar foi quando Olívia ainda morava. Desde que ela partiu, tudo acabou. E a construção imponente voltou a ser o que sempre foi, um apanhado de tijolos e cimento frio e sem vida.O amor era uma porra mesmo! E talvez por aquele motivo meus pais nunca deixaram aquele sentimento tomar posse deles. No fim, nos privando de carinho, eles se tornaram fortes e não sofreram. E não sei se o objetivo deles ao final
- Porque um dia eu o chamei na Clifford e o chantageei para casar com ela. E agora... Quero agir diferente.- “Você” quer agir diferente?- O que você sente por ela?- Eu? – ele estreitou os olhos, pensativo – Ela é gostosa! – tentei não me enfurecer ao ouvi-lo falar aquilo a respeito dela – E beija bem... – sorriu, me deixando atordoado – Olie é agradável. Eu... Gosto dela.- Estamos falando da minha esposa! – Deixei claro, entredentes.- Por pouco tempo. – Sorriu.- Tem falado com ela?- Ela me ligou uma vez, para saber como eu estava. Não ficamos muito tempo conversando. Por isto... Não tenho tanta certeza assim se ela gosta de mim.- Estou disposto a deixar que fique com ela.- O quê? – ele meneou a cabeça, confuso – Como assim?- Se chuchu gosta de você, quero que fi
Fui até a porta esperar minha irmã. Assim que ela desceu do carro, veio na minha direção feito um raio, os olhos demonstrando toda sua raiva.- Entre! – Falei assim que ela se aproximou, mas o que recebi foi uma bofetada na cara.Toquei meu rosto, que pareceu queimar devido à força que ela pôs na mão.- Não vou entrar nesta casa... Nunca. Mas vim até aqui para lhe dizer uma coisa: fique longe do meu marido e da minha família!Jorel apareceu ao meu lado, na porta, conduzindo a cadeira de rodas de forma hábil:- O que houve? – Quis saber.- Este filho da puta quebrou o nariz do Rowan. – Ela explicou.- Caralho! Por que fez isto, Gabe?Eu ri, ainda sem conseguir tirar a mão do rosto. Então encarei minha irmã e perguntei:- Por que fiz isto, Ane? Qual foi a explicação dele?- Voc&ecir
Senti a lágrima escorrer dos meus olhos, morna, dolorida feito um canivete marcando minha pele, o sabor levemente salgado absorvido pelos meus lábios. Se doía tanto com ela ainda ali... Como seria quando eu não mais sentisse sua presença? E... Qual seria a dor de perder Olívia para a diabetes, caso um dia acontecesse?- Você está... Chorando, porra? – Ouvi a voz de Jorel do outro lado de nossa irmã, com os dedos entrelaçados nos dela.- Me... Desculpe! – Falei de forma involuntária, limpando o outro lamento que escorria do meu corpo em forma de lágrima. – Não vou... Fazer novamente – Me encontrei dentro da mansão Clifford, ainda criança, sob as acusações do meu pai após ter trazido um cachorro que encontrei na rua, logo depois de encontrá-lo atropelado, com o intuito de fazer da nossa casa seu lar.- Nã
Retirei meu dedo do gatilho, o que fez com que meu pai pegasse a arma e mirasse no cachorro, dando um tiro tão próximo a ele que o fez acuar de forma fraca, demonstrando o quando estava debilitado. Rapidamente peguei o revólver e mirei no animal, fechando os olhos e apertando o gatilho.Não ouvi um gemido, um latido, absolutamente nada. Virei na direção do meu pai, ainda de olhos fechados e quando os abri deparei-me com seus olhos maquiavélicos nos meus, um sorriso nos lábios:- Estou orgulhoso de você, meu filho!Não falei nada. Simplesmente limpei as lágrimas e tentei fingir que aquilo não aconteceu, deixando que a arma caísse no chão.- Passará por coisas muito piores nesta vida, garoto! E será grato por eu tê-lo ensinado a lidar com isto. Este cachorro é como algumas das pessoas que cruzarão seu caminho no futuro... J&aacu
POV OLÍVIADez dias! Sim, faziam dez dias que Gabe não me procurava. Não houve mensagem ou ligação perdida, tampouco aparições na enfermaria. E sim, eu tinha pedido aquele tempo, mas nunca imaginei que pudesse ser tão dolorido.Era como se faltasse um pedaço de mim, uma peça que fazia parte do meu dia, nem que fosse para estimular meu pensamento em busca de revide, o que certamente ele chamaria de vingança.Eu amava aquele desgraçado com cada célula do meu corpo e se doía ficar junto dele, longe era ainda pior.Mas eu sabia o quanto aquilo era necessário. E não porque eu realmente precisava de um tempo e sim para que Gabe pudesse, através da minha ausência, perceber o que realmente sentia por mim.Cheguei ao desespero de perguntar por ele para Rarith, mas a pequena limitou-se a dizer que não sabia, óbvio, e aind