A porta se abriu e Gabe entrou de novo. O olhei de soslaio:
- Não aguentou ficar nem cinco minutos longe de mim?
- Eu não terminei o que ia dizer sobre o meu aniversário.
- Ah, sim... Você já vai fazer 31 anos... Parou aí... – Não olhei na direção dele, ainda focada no quadro.
- Faremos uma viagem.
Não resisti e o olhei, não contendo o entusiasmo:
- Enfim, nossa lua de mel!
- Quero sua família presente.
Arqueei a sobrancelha, confusa:
- A minha família? Mas você os odeia.
- Sim, por isto mesmo os quero presentes. Não é um convite, é uma ordem.
- Não é muito educado obrigar as pessoas a irem no seu aniversário se elas não têm vontade. Mas posso pedir que eles enviem o presente, para que não se sinta chateado por não ganhar nada no seu dia.<