Capítulo 5
Leila narrandoEu sinto que Mauro está estranho e observo ele entrando em seu carro, minha mãe se aproxima com Ravi resmungando.— Mauro está estranho – eu falo me virando para ela.— Você acha?— Acho.— Ele sempre foi – ela fala — Não, mãe você e sua implicância com ele sempre – eu olho para ela – ele está estranho, avoado e parecendo preocupado, eu acredito que tem algo acontecendo com o irmão dele e ele.— Eu nem vou dizer mais nada – a minha mãe fala.— Mãe , para de implicar com ele, Mauro ama a nossa família.— Vai ver a escola vai leila – ela fala saindo com Ravi.Minha mãe colocou na cabeça que Mauro era o tipo de homem colecionava amantes, eu já acho que não, quem o traiu fui eu e ainda fiz ele assumir um filho que nem era dele, eu me crucifico todos os dias por isso, porque eu o engano e toda vez que vejo ele com Ravi, ele cuidando do Ravi e Ravi chamando ele de pai, eu me sentia a pior pessoa do mundo, eu sei que ele ama de mais o Ravi e esse amor não se mede, ele é o pai do Ravi pelo sentimento que ele sente, mas eu o enganei desde o começo.Eu vou até a escola antiga de Alice e consigo matricular tanto ela, como Ravi também, depois passo no supermercado e faço as compras, já que a gente tinha retornado para o Brasil e estava comprando as coisas aos poucos, coloco tudo no porta mala do carro e recebo uma mensagem de Mauro dizendo que está indo para casa.Quando entro no carro, eu coloco o cinto de segurança e saio dirigindo, em Nova York eu mal dirigia porque não tinha a carteira internacional, então estava voltando a pratica de dirigir, eu sempre gostei dessa liberdade e de ter liberdade.O meu trabalho era isso, era a liberdade de ser quem eu quisesse ser na hora que eu quisesse ser, eu cursei direito e conheci Mauro na faculdade e ele que me fez ter gosto por ser delegada, me faz apaixonar, me ajudou a estudar para prova, aliás são 12 anos juntos desde a primeira semana da faculdade.Eu recebo um e-mail e eu vejo o sinal vermelho na frente e um carro parado, eu coloco o pé no freio e abro o e-mail que era da delegacia, é quando sem querer eu aperto no acelerador e o meu carro anda, batendo com tudo no carro da frente.— Merda – eu falo nervosa e dando socos na direção – Merda.Eu saio do carro e vejo o estrago que eu tinha causado, fico olhando para frente do meu carro e pensando que mal tinha pegado ele para dirigir e já tinha batido ele.— Tinha que ser mulher mesmo – a voz em um tom arrogante soa em meus ouvidos e quando eu me viro rapidamente, eu vejo Lucas Kaique na minha frente.— Lucas? – eu questiono— Leila? – ele pergunta sorrindo – não vou mais reclamar de você ter batido no meu carro, foi um sinal.— Porque tinha que ser mulher mesmo? – eu questino de braços cruzados.— VocÊ bateu no meu carro, destruiu a traseira dele – ele fala apontando— Eu posso pagar , podemos chamar a policia para fazer a ocorrência, o que acha? – eu questiono ele e ele me encara.— Quando você voltou para o Brasil? – ele pergunta – achei que iria me ligar?— Fala sério – eu falo rindo – porque eu iria te ligar?— Para relembrar os velhos tempos no motel, em um barraco no morro.Começam a buzinar para que a gente saia do lugar e Lucas me encara.
— Se você quer cobrar o conserto do seu carro, faz um Bo.— Podemos nos encontrar?— Eu e você? Jamais.Eu entro dentro do carro e ele que ainda está parado, eu dou a ré passando pelo lado e tomando o meu rumo, eu não achei que ver Lucas Kaique ao meu retorno do Brasil mexeria tanto comigo e acredito que mexeu ainda mais porque reparando e vendo ele novamente na minha frente, eu vi o quanto Ravi era parecido com ele e que na verdade eu não estava mentindo apenas para um pai, estava mentindo para os dois, enganando.Mas, como eu assumiria que Ravi era filho de um traficante? Que futuro que o meu filho teria sendo criada por um pai que nem o Lucas Kaique? Enquanto dentro de casa, tem Mauro que é um pai excelente, que ama e cuida dele da melhor forma possível, é um pai presente e faz de tudo pelos filhos.