Meus olhos se embaçam, entro no carro e saio acelerando sem nem ter para onde ir. Choro, revoltada, magoada e com ódio.
Como a minha mãe pode fazer isso? Esquecer de tudo que sofremos e na primeira oportunidade perdoá-lo?
Pego o meu celular e tento ligar para a minha prima, mas passo com tanta velocidade num quebra-molas, que meu celular voa para baixo do banco.
— Alô?
Consigo pegar o telefone entre os pés e ouvir a sua voz.
— Darla, eu preciso de você, por favor...
— Noely? Aconteceu alguma coisa? — Percebo ser outra voz diferente, masculina.
E arregalo os olhos, após afastar o celular e ler o nome do Sr. Carter. Desligo na mesma hora, sem acreditar que liguei errado.
Ele volta a chamar, com o seu nome discado na frente.
Droga, o que eu fiz?
Não atendo e ele insiste mais duas vezes.
Sem mais escolha, sou vencida pela sua insistência e atendo.
— Oi...
— Noely, está com voz de choro