Sophia Martins
Depois que deixamos as crianças na escola, pedi a Sebastião que me levasse até o presídio onde minha amiga estava. Eu precisava conversar com ela. Como eu iria vir aqui, pedi a dona Helena que ficasse com Maria Alice. Quando consegui entrar, uma das carcereiras olhou para mim.
— Está com saudades, Sophia? — Ela perguntou, e eu neguei.
— Vim apenas visitar minha amiga e já estou indo, obrigada.
— A que matou o cara no clube de stripper, né? Olha, manda sua amiga ter cuidado, porque tem gente querendo se vingar.
Meu coração apertou. Minha amiga não está segura, ela precisa sair daqui o mais rápido possível.
Encontrei Letícia na sala de visitas, o rosto dela iluminou-se ao me ver. Ela estava mais magra e com olheiras profundas, sinais claros de que a vida ali dentro não estava sendo nada fácil.
— Sophia! — Ela exclamou, levantando-se e me abraçando.
— Letícia, como você está? — Perguntei, tentando não deixar transparecer minha preocupação.
— Sobrevivendo — respondeu ela,