POV: HENRY
Parei o carro com um tranco seco em frente à mansão dos Bouvier. O motor ainda vibrava, mas eu já não ouvia nada. Minhas mãos apertavam o volante com tanta força que os nós dos dedos ficaram brancos. A raiva me consumia por dentro, quente, corrosiva, tomando cada espaço do meu corpo. Meu maxilar doía de tanto forçar a mordida. Eu queria sair. Queria entrar naquela casa e arrancar a verdade com as próprias mãos.
Mas o celular vibrou no console.
Número desconhecido.
Franzi o cenho. O estômago revirou. Sabia que só podia ser eles. Os malditos sequestradores.
Atendi.
— Fala. — Eu falei, a palavra saiu seca, carregada de tensão. A garganta parecia feita de cacos de vidro.
— Sr. Carter — disse uma voz distorcida, m