Aurora
— Eu preciso ir. — Desviei o olhar para frente e puxei minha mão.
Por mais que eu sentisse aquele desejo insano por ele, não achava justo trazê-lo para essa loucura. Na verdade, estava com medo dele me rejeitar quando soubesse.
Certamente, ele não vai aguentar a realidade de estar com uma mulher que não é normal, que vira um animal. E, eu o entendo, acho que no seu lugar, faria o mesmo.
Ele está sendo gentil e quer me conhecer, fazer coisas normais… Como eu poderia fazer coisas normais se agora mesmo estou me segurando para não atacá-lo novamente? Como eu poderia ser normal se quero mordê-lo tanto que minha gengiva chega a doer? Como poderia… se eu sinto aquela febre que nunca passa?
Eu não tenho nada além de incertezas para oferecer a ele. Mas sua voz me acalma tanto, seu toque…
— Tem certeza que está bem? Eu posso te acompanhar até em casa.
— Não. Não quero ocupar mais do seu tempo.
— Eu decido o que fazer do meu tempo, Aurora.
Abri a boca, mas sua expressão séria me fez