Klaus começa uma vida nova quando é matriculado na Academia Dallacorte, uma escola de música apenas para Garotos. Brayan (seu namorado) e sua turma composta por: Wes, David e os garotos da Casa Bourbon, fazem sua vida, pelo bem ou pelo mal, muito mais agitada do que ele imaginava.
Ler mais— … e eu disse para a sra. Ratiolly que eu não me importava mesmo se tiver que ficar em um dormitório; é muita gasolina e eu simplesmente não posso pedir para meu pai pagar mais do que ele e Claudia já estão pagando… — Klaus abraçou os livros em seu peito e manteve a cabeça baixa.
Brayan considerou essa postura. Klaus se postava com os ombros erguidos e a postura reta como sempre, mas o jeito como ele mantinha a cabeça baixa e se recusava a fazer contato visual com a maioria dos garotos de Dallacorte tornava claro que ele ainda precisava ficar verdadeiramente confortável com as mudanças.
Brayan olhou para Dimitri, que observava de onde estivera previamente estudando partituras de músicas, também com olhos em Klaus. Os dois Hall’s Babbler trocaram um olhar compreensivo em relação ao que ambos tinham notado, e o líder dos Hall’s Babbler voltou-se para o provável novo membro:
— Bom, nós ficaríamos mais que felizes em ter você no nosso dormitório, é claro.
— Ah, você é um aluno interno? — Klaus piscou, voltando a olhá-lo.
— Bourbon. — Brayan assentiu, desviando o olhar da forma mais casual que conseguiu: toda vez que Klaus emanava o poder total do incrível calor em seus olhos (no momento amplificado pelos raios de sol que passavam pelas janelas) para ele, pensar racionalmente tornava-se complicado.
Dimitri fingiu não notar a acentuada queda no intelecto geral de Brayan e apenas revirou os olhos. Mas disse:
— Ainda há alguns quartos livres em Bourbon, sabe.
A Casa Bourbon, que ficava na ala Leste, era um dos três dormitórios de Dallacorte, os outros sendo a Casa Orsini, mais ao longe, na ala Oeste, e a Casa Canossa, na ala Norte. O Sul e a área central eram onde ficavam a maiorias das salas de aulas e instalações.
Brayan assentiu — apenas com uma animação ligeiramente exagerada que não era notável.
— A gente pode falar com o sr. Hélder para você. Ele é o chefe da Casa Bourbon.
— Tem certeza que está tudo bem…? — perguntou Klaus cuidadosamente. Ele só tinha estado em Dallacorte por algumas horas e ainda estava apreendendo o local, mas até ele conseguia entender que haviam certas regras sociais na escola.
Cada dormitório era protetor de seu próprio orgulho fraternal e os garotos às vezes se dividiam como tal quando caminhavam em grupo. Klaus maravilhou-se com o tanto de fofoca relacionada a isso que ele tinha ouvido em um dia e concluiu que garotos geralmente falam tanto quando garotas.
— É claro que está tudo bem. — Dimitri sorriu amigavelmente. — Além do mais, mesmo que o grupo seja uma grande salada mista, tem mais Hall’s Babbler em Bourbon do que em Canossa e Orsini. Nós somos pressionados para treinar o tempo todo, e será mais fácil para você se você estiver praticando com a gente. Isso, é claro, se você conseguir entrar. — Dimitri parecia quase arrependido ao mencionar a última parte.
Klaus engoliu em seco e soltou o ar pela boca.
— Certo. — Ele assentiu. — Eu vou tentar afinal.
— Ei, não se preocupe muito. — Brayan sorriu. — Você vai entrar, tenho certeza.
Klaus sorriu para ele fracamente.
— Obrigado, mas, considerando que você nunca me ouviu cantar de verdade, vou tomar sua profecia como inspiração. — Ele sorriu torto e levantou uma charmosa sobrancelha.
— Ali está Wen. — Brayan olhou então para seu amigo na tentativa de não ser capturado por outra armadilha Klaus-me-dá-uma-expressão-adorável. — E ele ainda está vivo! Ele escapou do assassinato da Madame Saint-Clair.
Encontrando os outros três, Wen caminhou na sua direção, desviando da massa de garotos que tinham acabado de sair do fórum da professora de Francês. Dimitri o cumprimentou com sorriso irônico.
— E como foi? Teve sangue? Seu cérebro pelo menos parece intacto.
— Eu me recuso a estudar mais uma palavra de Francês. — Wen assentiu com um pouco mais de melodrama do que o permitido: ele tinha se manifestado determinado em ajudar Brayan a reinar sobre a loucura de Dallacorte para não assustar o garoto novo tão cedo. — Se eu prometer recusar as viagens anuais dos meus pais para Paris, não vou mais precisar disso, certo?
Os outros riram.
— Eu posso te ajudar, se quiser — ofereceu Klaus com um sorriso.
— Você? — Wen levantou uma sobrancelha. Ele olhou para os outros dois garotos antes de se voltar para Klaus. — Sem ofensa, mas… Meliano era tão difícil para gente do terceiro ano do Francês Avançado?
— Confie em mim, eu posso ajudar — disse Klaus confiantemente. — Eu sempre dei ênfase exagerada para o Francês. — Aquele uniforme vermelho e branco que ainda estava escondido nas profundidades do seu guarda-roupa era uma prova disso. — Se você não passar no próximo teste oral, eu te compro café latte por uma semana.
— Ora, quem diria… temos tanta sorte de ter você. — Wen se virou para Brayan, implicando algo que o outro garoto poderia ter dito antes. Brayan corou apenas superficialmente, mas então ele acidentalmente acotovelou Wen nas costelas enquanto pigarreava e movia-se para manter seu lugar ao lado de Klaus enquanto eles caminhavam. Os outros dois, atrás deles, olharam-se rapidamente e bateram os pulsos com risadinhas precariamente camufladas.
Brayan olhou para Klaus e lhe lançou um sorriso. Klaus retribuiu, ainda ansioso, mas se sentindo melhor.
Meu nome é Klaus. E esta é a Academia Dallacorte.
Como você deve saber, eu acabei de me transferir com o objetivo de evitar certas… Dificuldades em Meliano. Não me leve a mal: eu adoro a Academia anterior —, mas a verdade é, a água começou a subir e agora… aqui estou eu. Sou oficialmente um aluno de Dallacorte.
Meu problema é que meu plano ia até chegar à Dallacorte e ponto final. Agora que realmente estou aqui, percebo que não tenho a mínima ideia do que espero que ocorra comigo aqui.
Felizmente, tenho Brayan, Dimitri e Wen para, pelo bem ou pelo mal, me levar a alguma direção.
— Vamos lá! — chamou Dimitri ao descer os degraus. — Se a gente quer achar Hélder, temos que chegar cedo ao refeitório!
— Por que vocês vão falar com Hélder? — perguntou Wen ao seguir seu amigo.
— Vamos colocar o novato em Bourbon.
A repentina risada zombeteira de Wen foi repreendida pelo olhar furioso de Brayan.
— Ah, quer dizer, claro. Ei, talvez Hélder não mate a gente se pedirmos desta vez. Nossa, boa sorte em chegar à mesa dos professores, Dimitri. Eu não vou me juntar a vocês, mas mandarei flores para os seus túmulos.
— Tem algo sobre o sr. Hélder que eu deveria saber? — perguntou Klaus, empalidecendo ligeiramente. — Eu estou prestes a conhecer o cara e gostaria de continuar inteiro depois disso.
— Não é você, somos nós. — Brayan suspirou. — Essa não é a primeira vez que tentamos colocar alguém em Bourbon.
— Ou a segunda — resmungou Dimitri.
— Ou a terceira — acrescentou Wen.
— Ou a quinta.
— Ou a sexta.
— O que está acontecendo aqui? — perguntou Klaus.
— Gente nova não dura muito em Bourbon… — Wen sorriu fracamente. — E quanto eles duram, não ajuda muito a causa de Bourbon.
— Por quê?
Os outros três pausaram, olhando-se. Klaus olhou para eles e gesticulou expectativamente.
— Então?
Dimitri sorriu.
— Brayan disse pra gente não te assustar ainda.
O líder dos Hall’s Babbler avançou nele — Dimitri se abaixou, virou-se e se levantou de novo —, mas Brayan se voltou para Klaus e respondeu:
— Não escute ele. É que só certas pessoas toleram algumas das loucuras que acontecem em Bourbon. Não apenas na sala comunal. É… geral.
Klaus, um veterano em loucura que tinha sobrevivido mais de um ano de coral em Meliano, onde ele tinha estado bêbado, caminhado vestido de Lady Gaga, jogado no time de futebol americano, participado das líderes de torcida, tinha experimentado alucinações, algumas performances incrivelmente ferozes, lidado com uma treinadora de torcida psicótica, uma conselheira estudantil neurótica, um professor de coral preso nos anos 80, tinha se envolvido em uma estrondosa batalha com robôs sem alma (Euforia), e, mais importante, lidado com as confusões de um grupo de coral e Rute Barbieri (que merece uma citação separada), agora levantou uma sobrancelha.
— Loucuras?
— Não.
Brayan aumentou a potência de seu sorriso.
— Vamos lá, sr. Hélder, sério mesmo. Você não vai ter problemas com o Klaus.
— Foi isso que você disse quando trouxe Duarte.
— E Duarte ainda está em Bourbon! — exclamou Dimitri alegremente.
— Infelizmente, ele ainda está. — O homem jovial e alto olhou para baixo repreensivamente. — Quando vocês me disseram que ele tinha hábitos estranhos, vocês não disseram que ele era ainda mais supersticioso que um construtor de casa de 1800.
— Então ele gosta de pendurar alho nas janelas — disse Wen, tentando adotar um tom indiferente, que, apesar de seu melhor julgamento, decidiu participar da missão de colocar o novato em Bourbon para poupar-se da promessa de vingança infinita de Brayan caso ele se recusasse. — A gente já conseguiu convencer ele de parar de colocar sal nas portas!
— E nós falamos para ele parar de "caçar fantasmas" na velha catedral! — contribuiu Dimitri. — … como está o zelador, por sinal?
— Eu não sei que tipo de corante alimentar Duarte usou, mas eu sei que aquela "marca" no braço do sr. Teodoro ainda está lá! — rosnou Hélder em voz alta. Brayan estremeceu, gratificado que eles tivessem encontrado o chefe da casa quando ele ainda estava no corredor. Eles estavam recebendo olhares estranhos de alguns garotos de Orsini que estavam passando e poderiam saber o que estava acontecendo. Klaus permaneceu em silêncio ao seu lado, aparentemente tentando ignorar o que estava ouvindo.
— E, falando sério, Klaus é mais normal que muitos de nós — disse Brayan com um sorriso. — Ele era parte do coral da sua outra escola. Só isso. Estamos esperando que ele se junto aos Hall’s Babbler.
— Se você quer que ele junte seu grupo, tudo bem, mas ele vai vir reclamar comigo em uma semana, tenho certeza. — Hélder cruzou os braços sobre seu peito.
— Na verdade — Klaus finalmente disse, e todos olharam para ele —, eu tive que aguentar algumas coisas bem estranhas na minha antiga escola. Tenho certeza que vai dar tudo… certo.
Hélder pareceu surpreendido por isso e passou pelos outros três garotos. Ele olhou para Klaus através dos seus óculos. Klaus olhou para cima devido à altura do homem e manteve o olhar firme.
Tobias Hélder era chefe da Casa Bourbon por quase vinte anos. Ter recebido essa posição lhe permitiu observar futuros líderes da nação chegarem e partirem da Casa Bourbon, algum deles retornando para visitar hora ou outra. Nos últimos anos, as coisas não continuaram tão pacificamente como ele gostava. Às vezes até preocupantemente. Bourbon podia ser uma casa muito popular, mas se havia algo que era notável, era que a vida lá nunca era (pelo bem ou pelo mal) entediante. Ter feito uma vida disso ao mínimo lhe permitiu entender o comportamento do garoto de primeira. Ele olhou Klaus dos pés à cabeça.
— Qual o seu nome, filho?
— Klaus Henke, senhor. — Klaus sorriu.
Hélder considerou o pequeno garoto com aspecto de duende.
— Então você canta?
— Sim.
— Só isso?
— Bom… Eu gosto de moda.
— E?
— E o quê?
— Hábitos de dormir incomuns? Alergias alimentícias? Hobbies estranhos? Tendências para destruir propriedade? Compulsão de arrancar magnólias? Andar para trás? Soltar animais de laboratório? Recitar a Summa Teológica por inteiro? Em latim?
I know your type (Conheço seu tipo)You're daddy's little girl (Você é a filhinha do papai)Just take a bite (Apenas experimente)Let me shake up your world (Me deixe balançar seu mundo)'Cause just one night couldn't be so wrong (Porque apenas uma noite não poderia ser tão errado)I'm gonna make you lose control— (Vou te fazer perder o controle...)— É o Raul? — Duarte ficou em completo choque nas arquibancadas enquanto Brayan, a boca aberta de surpresa, inclinou-se sobre a grade.— É o Raul! Eu não acredito! — gritou Wen, rindo junto com o resto do maravilhado time.Os gêmeos estavam gritando com todos os seus pulões, torcendo com todas as suas forças enquanto os garotos de Bourbon enlouqueciam, os Hall’s Babbler de todas as casas jogando suas
— "Os garotos de Canossa acreditam em perícia pura! Os garotos de Orsini são protetores da paz! Os garotos de Bourbon quebram os limites!" — disseram eles, rapidamente recitando a demarcação comum entre as três casas, citando o discurso de Haroldo Dallacorte, o fundador da escola.As arquibancadas explodiram em vivas e cornetas foram soadas enquanto ambos os times entraram no campo. Os Leões estavam em seu uniforme verde com braco enquanto os Reis vestiam suas roupas predominantemente brancas e azuis. Dimitri era o único diferente; seu colete vermelho de goleiro destacava-se no meio dos outros e, depois da conversacom Mandrak, o time entrou no campo.O pontapé inicial foi dado e o jogo começou com a selvagem torcida dos dois lados. Do outro lado, as Banshees começaram a se posicionaram e começaram a dançar, balançando pompons. Seus uniformes abraçavam se
— Por que você tá evitando o Brayan? — perguntou Raul enquanto seguia Klaus até o pátio. Comparado com Meliano, o pátio de Dallacorte era mais ou menos do tamanho de um salão de baile com azulejos que pareciam importados da Europa. Agora, tudo estava frio do lado de fora, com Raul esfregando as mãos nos braços para se manter aquecido.— Não estou evitando o Brayan — respondeu Klaus concisamente ao pegar o celular e começar a digitar.— Mas você não sentou do lado dele — disse Raul, piscando. — Você fez um dos gêmeos ficar.— Não estou evitando o Brayan, Raul. — Klaus suspirou, colocando o celular no ouvido. — Não poderia se tentasse e não quero. Só tenho essa ideia do que deveria fazer antes que a loucura de Bourbon desapareça e eu perceba o que diabos estou fazendo... al&ocir
Klaus virou-se de toda a discussão bem-humorada para ver Brayan aproximando-se deles com sua bandeja de almoço. Como normalmente, Elói levantou-se para trocar de lugar — ele se sentaria com Eliel — para que Brayan pudesse sentar ao lado de Klaus. Mas no momento em que começou a se levantar, ele sentiu Klaus segurar seu pulso e o manter no seu lugar. Elói o encarou, e Eliel virou-se, vendo o que estava acontecendo.Klaus não disse nada, segurando Elói exatamente onde ele estava sentando, comendo com a outra mão como se nada estivesse chegou com um sorriso, não parecendo notar que seu lugar próximo a Klaus estava ocupado por um gêmeo confuso.— Vocês não estão discutindo sobre a partida de novo, estão? — Brayan franziu a testa para os outros. — E daí que St. Patrick tem as Banshees? É só ignorar elas.— F&a
Meu nome é Klaus. E esta é a Academia Dallacorte.Killian veio atrás de mim. Gosto de pensar que foi para o melhor.E então ouvi Brayan e Lorenzo conversando, e percebi que não os conheço tão bem quando deveria.Hoje à noite é o Festival de Inverno. Mas parece que tenho algo para fazer antes disso.Manhãs sempre foram frias, mas pelo jeito com que Klaus estava enterrado debaixo daquele ricamente grosso cobertor fez Raul se perguntar se ele estava se escondendo apenas do frio ou também da luz do sol da manhã. Raul sorriu e pulou no amontoado sob as cobertas com um grande baque. Klaus grunhiu em choque e de dor.— Bom dia, bela adormecida! — disse Raul animadamente, sentando no que provavelmente eram as costelas de Klaus. — Vamos lá, você não pode se esconder aí o dia todo.
Bourbon ainda estava chocalhando até suas fundações, abarrotada de garotos aproveitando a festa. Era como se os outros nem tivessem saído, e não muitas pessoas perceberam que eles não estiveram lá o tempo todo. Jeon Bancroft, o monitor da Casa Orsini, estava esperando na porta quando eles chegaram. Como a casa ainda estava de pé, ele claramente conseguira manter certo nível de controle.— Tudo bem com vocês? — perguntou ele, preocupado. — Ainda preciso chamar a polícia?— Não — disse Lorenzo, balançando a cabeça. — Tudo foi... resolvido.— Henke está bem? — perguntou Jeon, olhando para o rosto pálido de Klaus enquanto Brayan entrava com ele. Os gêmeos os seguiam de perto, como um par de guarda-costas.— Ele parece abatido. — Ele olhou para Lorenzo. — Vocês entraram numa
Último capítulo