KALEL
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Se tivesse uma janela no escritório, eu a pularia com certeza, é meio absurdo um pai ter que fugir de uma filha da forma como eu estava tentando fazer, mas havia muita coisa em jogo.
Eu respirei fundo tentando manter o controle pra ela não perceber nada.
Eu abri a porta, e sustentar o meu olhar no dela foi um sofrimento, a Valentina conseguia ler as pessoas só com o olhar, era um dom que ela tinha.
— O que foi agora, Valentina?
Perguntei tentando ser o mais natural possível.
Ela entrou no meu escritório e me encarou.
Valentina: Sabe pai, eu fiquei curiosa, porquê um homem como você precisaria ir no quarto da empregada trocar a colcha dela e deixar tudo arrumado e cheiroso?
— Eu fui deitar lá Valentina, eu não queria correr o risco de ser incomodado, eu não queria papo com você e nem com ninguém, e eu sabia que no quarto da empregada era o último lugar que alguém iria me procurar, agora que o meu esconderijo já foi descoberto e você já matou a sua curiosidade, você pode se