Perdi minha cauda.Em menos de vinte e quatro horas, vinte e quatro míseras horas, eu já consegui perder a porra da minha cauda de sereia. Aquilo que me conecta ao mar, à minha origem, à minha alma. Agora estou aqui, sentada numa cadeira dura demais, num canto mal iluminado de um bar fedendo a álcool e testosterona, sentindo o vazio onde antes havia escamas reluzentes e liberdade.A frustração pulsa em mim como maré alta em dia de tempestade. É quente, densa, sufocante. A raiva dança junto, borbulhando como os vulcões subaquáticos que conheci desde pequena, perigosos, caóticos, intensos. Ela sobe pela minha garganta, esbarra na minha língua, querendo sair em forma de grito, de fúria, de qualquer coisa que quebre esse nó no meu estômago.Fugi de casa para não ter que ficar presa em um casamento diplomático com um homem possessivo, que me via como uma conquista diplomática. Mas agora estou presa a um lobisomem que quer a coisa mais absurda do planeta. Amor.Encaro Romeu, que está no bal
Ler mais