ANDY DAVISFiquei em silêncio, observando Ashford andar de um lado para o outro, penteando os cabelos loiros para trás enquanto retesava e soltava os maxilares. Eu podia imaginar tudo o que estava passando pela cabeça dele. Peguei meu celular sem que ele percebesse e procurei a última foto dos meus filhos pequenos antes de levantar o aparelho na direção dele.— São eles — sussurrei. Por um momento, pensei que ele não tivesse me ouvido, mas ele imediatamente se virou, primeiro para mim, sentenciando-me com seu olhar feroz antes de baixá-lo para o telefone e arrancá-lo de mim. Em outro momento eu teria batido nele, mas não podia deixá-lo mais furioso, o medo de que ele morresse aqui de raiva, ou pior, que ele decidisse não me ajudar a salvar León, me fez pensar duas vezes em cada palavra. — Seus nomes são Victoria e León.Ele olhava para a tela com uma combinação de fúria e melancolia. Apertei os olhos, procurando em seus olhos alguma aparência de... humanidade? Seria possível que esse

DAMIÁN ASHFORDSenti uma pontada de raiva subir pelas minhas costas quando vi a facilidade com que esse homem tocava Andy, sua mão subindo e descendo pelo braço dele e a proximidade confortável entre eles era insuportável de tolerar.Andy lhe deu um sorriso, e meu sangue ferveu. Eu não conseguia suportar aquilo. Uma única frase começou a ecoar em minha cabeça: ela pertencia a mim.Isso ia ser um inferno, e estava apenas começando.Eu não gostava da sensação de perder o controle e, no entanto, aqui estava eu, completamente fora de mim, esperando o momento de dar um soco na cara desse cara. Eu estava apenas esperando por uma única palavra, o menor motivo para agarrá-lo pela garganta e destruí-lo com minhas próprias mãos, mas Andy decidiu me empurrar para fora da sala como se tivesse conseguido ler minha mente. Seus dedos se fecharam com força em volta do meu pulso, determinados a me tirar dali antes que as coisas saíssem ainda mais do controle.— Solte-me, Andy — eu o adverti com uma vo

ANDY DAVIS— Você não está sozinho, Andy. Eu não vou deixar você. Eu o protegerei. — Bastián envolveu-me com seus braços, seu calor me confortando, envolvendo-me enquanto sussurrava em meus cabelos. Embora eu me sentisse seguro, não conseguia tirar os olhos de Damián, sua figura alta e imponente, aquela carranca dominante, aquele olhar que parecia querer arrancar sua alma de dentro de você.Escondi meu rosto contra o peito de Bastián, forçando-me a ignorar Damián, que ainda estava ao telefone. Parecia que ele estava recebendo más notícias, pois seu rosto era uma careta de desagrado.Depois de um profundo suspiro, agarrei-me ao tronco de Bastián. Queria acreditar em cada uma de suas palavras, queria me agarrar àquela promessa. Ele era o homem perfeito, doce, atencioso e protetor, que mulher não ficaria feliz em ter alguém como ele ao seu lado? Então... por que meu coração parecia se recusar? Era como se eu o estivesse arrastando diretamente para Bastián, enquanto ele se agarrava com un

MINDY MILLERComo se estivesse em um segundo plano, peguei as fotografias e os relatórios que o detetive havia me entregado. Coloquei-os sobre a mesa em frente à Sra. Ashford. Observei sua expressão mudar de felicidade absoluta para confusão e depois para horror.— Damián está com aquela mulher — eu disse com uma voz melancólica. — E ela não está sozinha. Ela não só está de volta com as crianças... como também tem outro homem ao seu lado.Os olhos da Sra. Ashford se estreitaram. Eu soube disso naquele momento. Eu havia semeado a dúvida. Agora, eu só tinha que esperar que ela germinasse em ódio.Damián era meu. E eu não ia deixar que ninguém o tirasse de mim.Ela examinou cada um dos documentos que o detetive particular havia me entregado: fotos, registros médicos e até cópias de documentos legais. Estava tudo lá, prova de que Damián tinha dois filhos e que sua mãe não sabia de nada até agora.Observei a Sra. Ashford com cautela, enquanto ela virava cada página com a testa franzida. El

DAMIÁN ASHFORDO frio do álcool em minha pele mal conseguia me distrair. Eu não conseguia tirar os olhos da tela da televisão enquanto o médico terminava de colher a amostra. A imagem era nítida, a faixa vermelha anunciando com uma certeza insultante meu suposto noivado com Mindy. Ao lado, uma foto dela com um sorriso angelical e uma minha que parecia ter sido tirada por um "paparazzi", porque claramente não tínhamos nenhuma foto juntos que eles pudessem usar. Senti um nó de fúria em meu estômago. Eu sabia que minha mãe estava por trás disso.O médico estava falando sobre o tempo de espera para os resultados, mas sua voz se tornou um eco distante. Eu já estava com a mão no bolso, puxando o celular para ligar para ele, quando a tela exibiu o nome dele. Atendi com a mandíbula tensa, pronto para exigir respostas, mas ela deu um passo à frente:— Querido, eu adoraria almoçar com você. Acho que temos muito o que conversar — a minha mãe deixou escapar com aquela calma tóxica que sempre a ca