CAMILLE ASHFORD— Isso é realmente necessário? — perguntei enquanto caminhava atrás de Damián e Andy, que andavam como o casal perfeito, de mãos dadas, provocando suspiros de admiração de todos os funcionários da empresa que os viam passar. — Lembro que não sou mais dona de nada.— Você continua sendo minha irmã — respondeu Damián com um meio sorriso, tentando me confortar. — Você tem um lugar muito importante em tudo.Eu entendia por que ele fazia isso, sabia que ele queria me confortar e me dar um prêmio de consolação depois de perder tudo, mas eu não gostava disso e não queria. Era como um prêmio por ser perdedora, confiante e manipulável. Sentia que a cada passo me lembraria dos erros que cometi. Só queria me esconder em uma caverna e ficar longe do mundo.— Mãe! — exclamou leãozinho de repente. Quando nós viramos, ele estava com os olhos lacrimejantes e as bochechas inchadas.— O que aconteceu? — perguntou Andy, parando nossa

CAMILLE ASHFORDEntrei apressadamente no escritório de Damián. Só conseguia ouvir o barulho dos meus saltos altos e aquele zumbido nos meus ouvidos, resultado do estresse. A imagem que encontrei lá dentro era muito fofa. As crianças estavam deitadas de barriga para baixo no tapete elegante, usando canetas caras para desenhar em folhas timbradas, enquanto Andy e Damián conversavam bem próximos um do outro, olhando-se com adoração e compartilhando sorrisos cheios de cumplicidade e amor.Era isso que eu queria, uma família bonita, mas... Lucien poderia me dar isso? Aquela voz que parecia ser minha consciência gritava que não, que ele não era o cara certo, que eu só voltaria a sofrer ao lado dele, que não haveria um final feliz.— Camille? — perguntou Damián ao me encontrar paralisada na entrada. — Você está b

ANDY DAVIS— Você não pode simplesmente virar as costas para ela... — disse eu, observando atentamente Damián enquanto ele andava de um lado para o outro pela casa, tirando as coisas de Camille e colocando-as em uma mala que ele pretendia enviar com Shawn para a casa de Lucien.— Eu não virei as costas para ela, ela é que virou as costas para mim — respondeu ele, irritado e, claro, frustrado. — O que mais ela precisa?! Ela tem tudo aqui, amor, teto, comida, eu não me importei que ela estivesse grávida daquele homem, aceitei aquela criança antes mesmo de ela nascer, e mesmo assim ela prefere voltar para aquele lugar.Ela quase abortou enquanto estava com ele! Por que diabos ela precisa voltar para lá?!Aproximei-me dele quando vi que parecia cansado e envolvi sua cintura.— Por quê? Por que voltar? Por que voltar a se torturar? O

CAMILLE ASHFORDNa manhã seguinte, descobri que o outro lado da cama continuava vazio. Fiquei inquieta, pois não era o que esperava. Achei que Lucien não se afastaria de mim, que buscaria meu carinho de forma mais insistente. Ele estava usando psicologia reversa? Esperava que sua ausência me afetasse?Com o coração inquieto, decidi passar um longo tempo na banheira, mergulhando minhas dúvidas e incertezas até que o aroma de jasmim impregnasse minha pele e meus dedos ficassem enrugados. Quando saí do banheiro, encontrei um lindo vestido sobre a cama. Era um vestido de maternidade. O tecido tinha uma estampa floral linda e elegante e, mais uma vez, cheirava a amaciante para bebês. Não pude evitar cheirá-lo profundamente antes de soltá-lo.Mais uma vez, eu queria me rebelar, queria jogar o vestido pela janela e resistir às suas atenções, ma

CAMILLE ASHFORD— Tire tudo... — acrescentou Lucien, aproximando-se de um Damián cansado e arrependido. — Bata em mim até não poder mais. Porque coisas piores estão por vir.O olhar de Damián se ergueu, finalmente encontrando os olhos de Lucien, que pareciam serenos apesar da surra que ele havia recebido.— É mais fácil lidar com um morto do que com um aleijado — sussurrou ele com um tom frio, mas determinado. — Você bateu no dono da empresa Carpentier. Acha que vai sair barato? Agora você terá que ser duas vezes mais inteligente, e às vezes a raiva não nos deixa pensar.Lucien deu mais um passo em direção a Damián, com os braços abertos, convidando-o a continuar com a barbárie.Rangendo os dentes e concentrando todo o seu ódio, Damián voltou a bater nele, desta vez n