ANDY DAVIS— Você não pode passar a vida batendo em todo mundo, não pode...— Não posso? — ele me interrompeu com um sorriso cheio de arrogância. — Claro que posso! E vou fazer isso. Antes que me tirem tudo, juro que vou fazê-los pagar.E talvez o melhor seja, enquanto tudo se resolve...— Nem pense em dizer uma bobagem... — Eu o repreendi porque sabia onde ele queria chegar.— Você já viu o que acontece quando eu perco a cabeça. Quer acabar com o outro olho roxo? — ele perguntou e, embora se esforçasse, era notório que ainda se arrependia do que tinha feito comigo. Eu poderia perdoá-lo quantas vezes fossem necessárias, mas que ele se perdoasse era uma questão diferente.— Então aprenda a se controlar... porque eu não vou embora — respondi com os braços

CAMILLE ASHFORD— O que aconteceu hoje significa que... posso ver minha família quando quiser? — perguntei em um sussurro, com medo da resposta.Lucien parou e ergueu os olhos para mim. Não insisti, até pensei em deixar a pergunta pairar no ar.— Você é livre para vê-los quando quiser... — ele finalmente respondeu. — Não quero que... você seja minha prisioneira. Pode pedir ao meu motorista para levá-la até eles quando quiser.— Sério? — insisti, surpresa. — Obrigada.— Só não se esqueça de voltar... — sussurrou ele e, quando colocou o último ponto em sua sobrancelha, pegou uma das minhas mãos e a apertou delicadamente. — Camille... sei que você me odeia, mas... se eu te perder, não acredito que serei capaz de lidar com essa dor.Vi seus olh

ANDY DAVISCheguei rapidamente ao hospital, com um nó na garganta e o coração acelerado. Cada um dos meus músculos estava tenso, como se meu corpo estivesse se preparando para lutar. Perguntei pelo quarto de John, esperando que a enfermeira me negasse a visita por não ser da família, mas, curiosamente, meu nome estava na lista de visitantes autorizados e me arrependi.— Sra. Carpentier, por aqui — disse ela com desenvoltura, e meu estômago revirou de nojo. Coloquei minha mão em seu ombro, impedindo-a de seguir em frente.— Ashford... — respondi com os dentes cerrados. — Meu sobrenome de casada é... ou será, Ashford. Não tenho nada a ver com o Sr. Carpentier.— Oh... sinto muito — disse ela, pálida e com os olhos trêmulos. — A indicaram como esposa do senhor. Vou verificar esse detalhe.— De

ANDY DAVIS— Escute-me... John se arrependeu desde que você saiu de casa — ela começou com o sermão, desta vez não como a pobre e abnegada mãe de um homem convalescente, mas como a megera que eu conhecia tão bem, mas ao mesmo tempo contendo a língua o suficiente. Ela sabia que não era bom me irritar. — Eu me esforcei para que ele te esquecesse, mas ele nunca esqueceu. Agora, com essa história da Lynnet, me sinto uma idiota. Eu não precisava ter falado assim com você, não precisava ter incentivado a destruição do casamento dele.Por favor, Andy. Vocês tiveram uma boa vida juntos e você sabe disso.— Recorrer ao passado para tentar me comover não vai funcionar — respondi, cruzando os braços.— Pense nisso... Ele vai aceitar você com as crianças, vai dar o sobrenome dele a

LUCIEN BLACKWELLFiquei por um longo tempo observando a pequena casa à minha frente. Ela tinha aquele estilo suburbano, com cerca branca, paredes em tons pastéis e um jardim bem cuidado. Joguei meu cigarro no chão e, enquanto o esmagava com a ponta do meu sapato, senti o peso da minha arma na cintura das minhas calças.Verifiquei mais uma vez o envelope que Camille me entregara, era o endereço indicado, mas aquele encontro com o passado me incomodava.Avançei com meu motorista me protegendo pelas costas. Bem na porta, foi ele quem tocou a campainha algumas vezes, sem pressa, não queria assustar a verdadeira ruixinol.Então, finalmente, a porta se abriu de maneira relaxada, precedendo a tensão e a surpresa, pois eu tinha vindo procurando uma urraca interessada e me deparei com um rato que parecia ter mais vidas do que um gato.Aston ficou sem palavras, toda a cor desapar