Pela primeira vez em semanas, senti como se tivesse meu irmão de volta.— Chris — disse quando ele estava se preparando para sair —, como Sebastian estava quando vocês conversaram?— Preocupado com você. Mais preocupado do que um homem sem sentimentos estaria.— Ele tem bom coração.— Tem. E tem bom gosto também, aparentemente.— Chris!Ele riu e me abraçou novamente.— Vou embora antes que Sebastian pense que estou tentando roubar você dele.— Você não pode roubar algo que não pertence a ninguém.— Oliver — Christopher disse, me olhando seriamente —, você pertence a alguém sim. Talvez seja hora de descobrir se essa pessoa sabe disso.POV SEBASTIANOuvi a porta se fechar e saí do escritório para encontrar Oliver na sala, com uma expressão infinitamente mais leve do que eu via há dias.— Como foi a conversa? — perguntei hesitante.— Boa. Muito boa. — Ele sorriu — o primeiro sorriso genuíno que eu via desde aquele dia terrível. — Obrigado.— Pelo quê?— Por conversar com ele. Por explic

— Eu sei — disse ele baixinho, vulnerável. — Eu sei.— Lindos! Perfeitos! Acho que conseguimos tudo que precisávamos!POV SEBASTIANDuas horas depois, estávamos saindo do estúdio.Oliver estava quieto desde que as fotos terminaram, perdido em pensamentos profundos.— Oliver?— Sim?— Sobre o que aconteceu lá dentro...— Eu sei que era só para as fotos — ele disse rapidamente, defensivamente. — Sei que você estava apenas representando o papel.Parei de andar abruptamente.— E se não fosse?Ele se virou para me olhar, confusão clara em seus olhos âmbares arregalados.— O que você quer dizer?— E se... e se algumas daquelas coisas que senti lá dentro não fossem fingimento?— Sebastian, não brinque comigo. — Sua voz tremeu. — Por favor.— Não estou brincando. — Me aproximei dele. — Oliver, estas últimas semanas... algo mudou. Não sei exatamente o que, não sei como nomear, mas mudou fundamentalmente.— Mudou como?— Eu me importo com você. Mais do que deveria, mais do que é seguro. Quando

Oliver ficou progressivamente mais quieto, claramente percebendo que havia algo acontecendo que ele não entendia completamente.— Bem — disse Marina quando terminamos a sobremesa —, foi maravilhoso conhecer você, Oliver. E Sebastian... — ela colocou a mão sobre a minha no braço, possessiva — espero que possamos conversar mais em breve. Tenho tanta coisa para te contar.POV OLIVERA viagem de volta para casa foi silenciosa e sufocante.Sebastian dirigia com aquela concentração intensa que usava quando estava processando algo complicado, e eu ficava olhando pela janela, tentando entender o que havia acabado de acontecer.Marina conhecia Sebastian de uma forma que eu não conhecia.Era óbvio que eles haviam sido mais que amigos, mas Sebastian não havia mencionado nada sobre ter uma ex-namorada em Nova York.— Sebastian — comecei quando chegamos ao apartamento.— Estou cansado — ele disse abruptamente, cortante. — Vamos conversar amanhã.Ele desapareceu no escritório, deixando-me sozinho n

— Oliver, deixe-me explicar...— Não há nada para explicar. Você deixou muito claro onde estão suas prioridades.— Isso não é verdade...— Não é? — Senti lágrimas traiçoeiras picarem meus olhos, mas me forcei brutalmente a não deixá-las cair. — Sebastian, somos dois adultos numa situação complicada. Mas se vamos fazer isso funcionar, preciso que você respeite os limites básicos de um casamento, mesmo que seja falso.— Oliver...— Estamos no trabalho — disse eu, me dirigindo para a porta. — Vamos manter o profissionalismo.Saí do escritório dele antes que ele pudesse responder, voltei para minha mesa e me forcei a continuar trabalhando.Mas por dentro, estava completamente despedaçado.POV SEBASTIANO resto do dia passou numa névoa de frustração e arrependimento.Oliver manteve sua eficiência profissional, mas a frieza era palpável.Cada "sim, senhor" e "claro, Sr. Blackwood" era como uma punhalada.No caminho para casa, tentei conversar novamente.— Oliver, sobre Marina...— Não quero

Algo no tom vulnerável da sua voz me fez concordar.POV SEBASTIANO restaurante Pinnacle ficava no último andar do hotel — um lugar exclusivo para hóspedes VIP, com vista panorâmica da cidade e um ambiente íntimo que tornava cada conversa particular.Oliver parecia desconfortável quando nos sentamos, evitando contato visual e mexendo nervosamente no guardanapo.— Oliver — comecei —, conversei com Marina no final de semana.Ele levantou os olhos, genuinamente surpreso.— Disse a ela para não me procurar mais. Deixei claro que... que o que aconteceu na outra noite foi um erro.— Sebastian, você não precisa...— Preciso sim. — Me inclinei para frente. — Preciso que você saiba que não sinto nada por ela. O que quer que tenha existido entre nós morreu há anos. Quando ela me beijou, foi como... como beijar uma estranha.Vi algo amolecer na expressão de Oliver.— Obrigado por me contar — disse ele baixinho.— Há mais. Ela... Não se preocupe - já está tudo resolvido...Não queria mencionar a