Damien (Aramis) Quando tentei ligar para Clarice e não consegui, mesmo quando ela já deveria ter chegado, fiquei muito nervoso. Nunca havia me encontrado em tal estado de nervos. Estava a ponto de me descontrolar, por eles eu faria qualquer coisa. Como ela disse que buscaria Eros desta vez, não me preocupei, mas o tempo havia passado. Tinha chegado da casa de Aziz depois de passar uma boa parte do tempo vendo os balanços da boate, e nenhum dos dois estava em casa. Liguei para a escola dele. Quando obtive a confirmação de que saíram juntos, só uma coisa passou pela minha cabeça… “Minha mãe deve ter começado de novo.” Tentei vigiá-la por esse tempo, mas sempre tomando distância para não ser percebido por seus guarda-costas. Ela parecia calma, mas insistia em procurar vestígios meus, mesmo acreditando que eu havia morrido anos atrás. Armina Ferri ainda era apegada ao único filho de sangue, mesmo depois de sua suposta morte. Era triste pensar o quanto ela sofreu por alguém que aind

Clarice MartinsQuando acordei, não havia ninguém no quarto. Olhei ao redor e não encontrei Eros. Neste momento, ignorei todas as dores, me levantei e tirei a seringa do soro da minha mãe.“Preciso encontrar Eros!”Me vi muito nervosa, quase ao desespero, tudo porque se tratava do meu filho, porque havíamos passado por um acidente juntos. Aquele era o meu grande medo, assim como pensar que alguém poderia tê-lo sequestrado ou algo parecido.Assim que abri a porta, outra também foi aberta na metade do corredor; um homem vestido de médico, com máscara, saiu de lá primeiro. Pude reconhecer os olhos dele, eram de Damien. Eu tinha passado tanto tempo o observando por assemelhar ele com o próprio Aramis que já o conhecia em qualquer lugar.O que me deixou ainda mais surpresa foi com quem ele conversava… Armina Ferri. Ela estava acompanhada de dois seguranças, os de sempre.Com receio de ser revelada e, por algum motivo, pretendendo ouvir sobre o assunto, permaneci no lugar, mesmo ciente de q

Clarice Martins Naquela manhã saí mais apressada do que nunca, estava quase atrasada e, justo naquele dia, tinha uma missão no primeiro horário. Corri até a porta enquanto ligava para Damien. Ele não atendeu, mas apareceu na porta. — Cuida do Eros para mim! — pedi enquanto já passava por ele. — Bom dia! — ele disse, com um tom risonho. Enquanto corria pelo corredor até o elevador eu gritei de volta: — Bom dia! Ouvi o som do seu sorriso e a porta fechando em um clique. As portas do elevador fecharam também. Esperei ansiosa pelas portas abrirem novamente, então, quando isso aconteceu, saí correndo, quase levando um ombro pela frente. — Sinto muito! — digo enquanto me viro com pressa. Naquele momento me arrependi de ter virado. Armina Ferri estava lá, parada com seus dois seguranças, perto do elevador. Ela me observava. “Ela não está pensando em subir, não é?” Estava quase atrasada, mas não ia deixar meu filho desprotegido. Caminhei de volta até ela. — Senhora Ferri! — (corr

Clarice Martins— Não é isso… eu só estava a disciplinando porque ela fez algo que não deveria. — Começou a se explicar, apontando para os presos. — Isso era mesmo necessário? — O secretário se voltou para mim. — Ele estava tentando me assediar. — Me virei para Renkins; ia piorar sua situação dentro de segundos.Como Renkins já tinha feito algo parecido, o que era do conhecimento dos seus superiores graças ao processo, ele agora estava apenas se colocando em situações desagradáveis.Eu tinha a chance de me vingar dele e de suas ações ruins, e por isso faria isso agora:— Mas parece que, para o delegado, eu deveria apenas ter colocado as mãos aí, para ser considerado um bom trabalho.Não precisou de mais nada. Renkins foi disciplinado com palavras pelo secretário. Desta vez eu era apenas a observadora. Ruan sorriu para mim de forma discreta.No fim, quando pensei que estava dispensada, o secretário se voltou para mim. Ruan já havia saído com outro agente para levar os presos.— Aquel

Clarice Martins Minhas mãos foram parar em minha boca. Dei um passo para trás, mas ele ergueu as mãos para segurar meus braços. Um lado queria se desvencilhar e sair correndo feito uma garotinha assustada. E outro lado queria aceitar logo a situação não tão desvantajosa. Seus dedos mal tocaram em meus braços, eu já baixava minhas mãos abertas para afastar seu toque de mim, mas não dei outro passo atrás. Ele me observou por alguns segundos. Eu o estava vendo pela primeira vez depois de muito tempo; a versão Damien não era real, então o teatro tinha acabado agora e a verdadeira pessoa por trás do ato tinha revelado seu rosto ainda marcado. — Clarice. — ele sussurrou. Só agora eu notava que nada tinha sido ilusão da minha cabeça. A voz era a mesma, o jeito de falar, o corpo, a altura, tudo era o mesmo. Os olhos… agora eu podia vê-los e compreendia por que ele os tinha escondido de mim. Eu reconheceria aqueles olhos. — Anos de terapia… tudo para aceitar sua partida… — ele ficou em