A noite havia passado como um sopro intenso, deixando marcas na pele e no coração de Cristina. Ela nem lembrava em que momento havia adormecido, só sabia que havia se sentido leve, segura e envolvida como nunca antes.Alessandro, por sua vez, demorou mais a cair no sono. Ficou por longos minutos apenas olhando para ela, assimilando cada detalhe, cada instante da entrega que viveram. Um sorriso sereno se formou em seus lábios antes de finalmente ser vencido pelo cansaço.O sol começava a se infiltrar pelas frestas da cortina quando Cristina abriu os olhos. Por um momento, não soube distinguir se ainda sonhava. Mas então, ao virar o rosto, viu Alessandro dormindo profundamente ao seu lado. O peito dele subia e descia em um ritmo tranquilo, a expressão relaxada revelava paz.O coração de Cristina disparou. As lembranças da noite anterior surgiram nítidas: os beijos, os toques, a forma como ele a fez se sentir desejada e, ao mesmo tempo, protegida. Por um instante, duvidou de si mesma. Se

Eu conseguia sentir o ar pesado entre nós. Cada olhar de Alessandro parecia incendiar minha pele, cada gesto dele carregava uma intensidade que me deixava sem saída. Eu queria resistir, manter o controle, mas a verdade é que meu corpo já tinha se entregado antes mesmo de ele me tocar. Quando suas mãos fortes deslizaram pela minha cintura, eu perdi o fôlego. A pegada firme, quase dominadora, me arrancou um suspiro involuntário, e isso apenas o fez sorrir, como se soubesse exatamente o efeito que tinha sobre mim. — Você sabe que está brincando com fogo, não é? — sussurrei, tentando esconder o tremor da minha voz. Ele se aproximou ainda mais, sua respiração quente roçando contra meu pescoço. — E você adora o perigo, Cristina. Era verdade. Cada músculo dele contra o meu corpo me deixava em alerta e, ao mesmo tempo, em êxtase. O coração acelerado, o calor que subia em ondas… tudo em mim clamava por ele. Quando sua boca encontrou a minha, não havia mais barreiras. O beijo era urge

Fiquei ali, observando-o de costas, a postura séria, e aproveitei o momento para pegar meu próprio celular. Meu coração deu um aperto ao lembrar que desde a balada eu não tinha dado notícias para ninguém. Tinha sumido de repente, e minha irmã provavelmente já devia estar se perguntando onde eu estava. Procurei o contato da Núbia e apertei o botão de chamada. Não demorou nem três toques para ela atender. — Cristina?! — a voz dela soou entre surpresa e alívio. — Você tá bem? Sumiu, mulher! Sorri, um pouco culpada. — Tô bem, Núbia. Desculpa não ter falado nada… Eu só… precisei de um tempo. Não queria que você se preocupasse. — Claro que eu ia me preocupar! — ela respondeu, mas em seguida o tom dela amoleceu. — Mas pela sua voz, eu já sei… você tá com ele, né? Meus olhos buscaram Alessandro ao longe. Ele ainda falava sério ao telefone, alheio a tudo. Suspirei, com um sorriso tímido. — Sim… estou com Alessandro. Do outro lado da linha, ouvi a risada baixinha dela. — Eu sabia! A

A manhã tinha começado tranquila. Eu estava em minha sala, finalizando alguns relatórios enquanto as equipes Alfa e Zeus cuidavam da manutenção dos armamentos e do inventário dos equipamentos. O som metálico de peças sendo verificadas ao longe era quase uma melodia conhecida, algo que sempre me lembrava da ordem e da disciplina que eu exigia no meu comando. Gostava desses momentos: silêncio, organização, cada coisa no seu devido lugar. Minha mente ficava focada, limpa. Mas a paz nunca dura tanto quanto eu gostaria. A porta se abriu com um leve bater, e antes que eu pudesse responder, Lara entrou. Ela era uma das melhores profissionais da equipe, disciplinada, rápida e extremamente eficiente. Sempre admirei sua capacidade técnica e sua dedicação. Mas junto com essas qualidades vinha também algo que me tirava do eixo: o passado que compartilhamos. Ela fechou a porta atrás de si e se aproximou com passos medidos. — Alessandro… precisa de ajuda com esses relatórios? — perguntou co

Assim que nos aproximamos do perímetro indicado pelas primeiras informações, algo não se encaixava. Eu já havia aprendido, em todos esses anos de operações, que detalhes pequenos faziam toda a diferença. O silêncio da área, a ausência de movimentação suspeita e até mesmo a forma como os pontos de observação estavam dispostos… nada fazia sentido.Meu instinto gritava que havia algo errado. Respirei fundo, olhei para os mapas e depois encarei Fabio e Dante, que aguardavam minhas instruções.— Mudança de planos — falei firme pelo comunicador. — Alfa, Zeus, recuem imediatamente e voltem ao centro de comando. Não é aqui.O silêncio do rádio foi seguido por algumas confirmações rápidas. Fabio me lançou um olhar intrigado.— Comandante, tem certeza? — ele perguntou em tom baixo. — Todo o cerco foi montado com base nesses dados.— Justamente por isso. Está fácil demais — respondi. — E quando está fácil demais, é armadilha.Dante franziu a testa, mas não contestou. Ele também sabia que confiar