A ultrassonografia reveladoraSe tem uma coisa que vovô Etienne não sabe fazer é esperar, e assim que ouviu a palavra “grávidos”, já decretou:— Vamos agora mesmo fazer ultrassom.Eu e Ryan nos entreolhamos, mas não havia argumento possível contra aquele velho com cara de patriarca italiano em filme de máfia. Pegou o casaco, chamou o motorista e, quando vi, já estávamos no carro rumo à clínica.— Vovô, nós temos que trabalhor, as reuniões não podem ser adiadas… — Ryan tentou argumentar.— Trabalho, o escambau, quero ver meu bisneto em primeiro lugar. — Etienne rebateu, com ares de autoridade. — Esse ovo aí não pode esperar.— Não é ovo vovô, é um embrião. —O corrigi, rindo.— Ovo, embrião ou feto, é tudo a mesma coisa. O importante é que vai nascer sangue do meu sangue. — E bateu a bengala no chão do escritório, satisfeito.Chegamos à clínica, e eu já entrei de peito aberto, porque, convenhamos, adoro armar um espetáculo. A recepcionista mal teve tempo de levantar a cabeça, e já
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