Eu arfei ao olhar para a fêmea com os traços quase iguais aos meus. Ela estava sentada em uma cadeira, com um vestido azul e seus olhos serenos. A loba sorria levemente, seus cabelos castanhos longos caindo em ondas ao seu redor. — Mas o que... — Essa é Silvia... Mary, vocês são muito parecidas e até hoje não sabemos a razão. No fundo, eu acredito que seja porque é uma chance da deusa para ele consertar o que fez. Mary eu o vi se apaixonar por você ao longo desses anos, mesmo sem conhecer você. Desviei o olhar. — Eu não o vejo assim. — Sim. Eu sei, não o vê. Mas antes de ajudar você e Darius, Xaylander vivia como um morto vivo. Ele mal falava, sem propósito. Há três anos quando Darius levou você daqui, achei que ele fosse enlouquecer. Acho que Darius via claramente suas intenções. Senti meu estômago embrulhar. — Não. Mary, Xaylander nunca a tocou. Acha que ele estaria vivo se tivesse feito isso? Eu não sabia sequer o que pensar. — Eu começo a entender porque Dariu

POV SARA Meu corpo estremeceu ao ouvir as palavras do príncipe.Mesmo acorrentado, ele possuía uma aura perigosa e poderosa.Meu sangue começou a correr mais rápido a medida que seus olhos azuis mordazes me avaliavam. Kael não parecia se importar com sua posição de prisioneiro, mesmo estando imobilizado, acorrentado com correntes de ouro que queimavam sua carne, seus olhos eram os de um guerreiro temido.Engoli em seco e olhei para a porta.Ninguém da minha alcateia poderia saber que ele era o meu companheiro destinado.Foi uma sorte que apenas eu estava cuidando dele, ninguém havia desconfiado do que a deusa havia feito...— Isso não importa. Agora, não se mexa que preciso fazer um curativo. — Falei e ignorei seu olhar lascivo.Me virei para pegar alguns panos e água limpa em uma bacia, quando destranquei a cela, seus olhos percorreram de modo letal todo o meu corpo.Como um predador.Engoli em seco e me obriguei a caminhar em sua direção, a me ajoelhar diante dele...S

POV MARYMeus olhos ardiam e todo o meu corpo parecia estar dolorido.Sentia minha garganta seca, as lembranças do que havia acontecido retornando com uma avalanche.Abri os olhos em um rompante, enquanto o terror do que havia acontecido me invadia. A primeira coisa que vi foi o teto branco e liso, com uma lâmpada que iluminava tudo.— Mary? — uma voz masculina me fez voltar meu olhar para a porta.Eu estava deitada em uma cama com lençóis brancos, paredes de cores claras em um quarto sem janelas.Havia um macho parado na porta e eu me sentei imediatamente, minha cabeça latejou ao reconhecer o macho que havia me sequestrado.Reconheci imediatamente seus olhos ferozes de antes, mas agora os olhos castanhos estavam calmos.O macho era alto, seus cabelos cortados e escuros.Ele vestia uma camiseta vermelha e calças jeans, o homem estava com os braços cruzados, recostado na parede.— Quem é você? — rosnei para ele e fiquei de pé, Nyra começou a despertar e minhas garras se al

Todo o meu corpo estremeceu. Meu sangue parecia ferver em minhas veias, enquanto eu ouvia as palavras de Xyn, dizendo como Mary decidiu sair. Sozinha. Sem dizer para onde. — Ah, eu não sei se ela foi atrás do irmão. Eu a vi conversando com um macho... Afinal, como ela poderia salvar o irmão sem apoio? — Xyn continuou e eu a olhei nos olhos. Xaylander começou a fazer diversas perguntas a irmã, enquanto a loba em uma clareza de detalhes, contava como Mary se descontrolou pelo desespero e partiu. Sem dizer para onde, se ia diretamente até a alcateia de Isis, ou iria buscar ajuda em outro lugar. E à medida que a fêmea contava, mais meu sangue fervia. Por que eu sabia reconhecer uma mentira quando ouvia. Enquanto o macho fazia planos para ir atrás de Mary, Xyn voltou seus olhos verdes para mim. Não pensei mais. Apenas me movimentar. Minhas mãos alcançaram o pescoço de Xyn antes mesmo dela terminar sua frase, minhas mãos apertaram o seu pescoço e a fêmea caiu ao chão. Meu corpo p

Caminhei a passos largos em direção ao meu quarto. As palavras do Alfa e da minha mãe se repetindo em minha mente. Meus passos pesados sobre o chão de pedra, meu corpo pesado enquanto a voz de minha loba ficava cada vez mais alta. Mellinoe repetia imagens da minha infância tortuosa como se montasse um quebra cabeça doloroso. Todos os castigos cruéis, todas as vezes que passei fome como punição... As surras sem razão. A loba montava tudo em minha mente, e enquanto eu via todas as peças se encaixando, eu não sentia nada. Era como se um buraco tivesse se aberto em meu coração, eu me sentia vazia. Sem qualquer pertencimento. Eu não pertencia a eles, mesmo que eu tivesse me esforçado ao longo de dezoito anos, eu não pertencia a eles. Não é isso que deveria estar pensando, devia estar pensando que eles querem nos matar, Sara. Precisamos fugir. Eu sentia a urgência na voz da loba e entendia suas palavras. Eles não me suportavam mais, não suportavam mais a minha presença e tentari