Fiquei à espera de Dylon, sentada, olhando para a entrada do auditório. Quando ele entrou me procurando entre as pessoas, mal pude acreditar que aquele homem estava ali, ao meu lado, depois de um pedido de desculpas. Acenei timidamente, meio anestesiada com a noite de hoje. Ele sentou-se ao meu lado, e trocamos algumas palavras, mas eu mal conseguia encará-lo. A palestra começou, e foquei somente na palestrante, que falava divinamente sobre sua história de vida. A cada palavra que saía da boca dela, eu me via ali, nua e crua. Não consegui evitar as lágrimas; elas desciam sem vergonha nenhuma, porque se tem uma coisa que não escondo são as minhas emoções. Sei que, ao meu redor, também havia outras mulheres que se identificaram com a mulher à nossa frente, e só nos restava seguir em frente. Dylon, ao me ver naquele momento, talvez tenha pensado que eu estava triste, pois me entregou o seu lenço. Mas eu me via, cada dia mais, andando para a frente e esquecendo um passado que doeu demais
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