O silêncio dentro do SUV era quase mais insuportável que o barulho do tiroteio que deixamos para trás.Lucas respirava com dificuldade entre nós, a cabeça tombada no meu colo. Cada vez que ele arfava, parecia que seu corpo inteiro desejava não estar mais vivo.— Aguenta, por favor. — sussurrei, pressionando o ferimento no ombro dele com a minha mão.Os dedos de Rafael se fechavam com tanta força no volante que os nós estavam brancos. Ele não olhava para mim, nem para Lucas. Olhava para a estrada, como se pudesse atravessar o asfalto apenas com sua fúria.— Vamos conseguir, Joana. — disse, mas a voz era baixa, rouca, como se tentasse convencer a si mesmo.O bunker nos recebeu com correria. Médicos improvisados já estavam à espera, mas ao verem Lucas naquela condição, hesitaram.— Está muito instável. — murmurou um deles. — Se não levarmos para um hospital, ele não resiste.— Hospital está fora de questão. — Rafael cortou, a voz dura. — Qualquer sala de emergência da cidade está comprom
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