Matteo:Do lado de fora, Carter esperava com as mãos nos bolsos e um olhar sério.— Então, parece que você decidiu não matar a garota — James Carter sussurrou, cauteloso.— Ela entrou aqui, Carter. Sozinha. Invadiu nosso sistema de segurança, entrou na mansão e nos encontrou bem em frente ao bunker. Ela sabia exatamente o que fazer para chamar minha atenção. Você conferiu o histórico dela; sabemos que está falando a verdade. — Mantive a voz baixa e direta.— Tudo o que sabemos é que ela é quem diz ser. Ela pode não ser do FBI, CIA, ou Interpol, mas isso não significa que não seja perigosa. Tem certeza de que ela não é uma espiã de Alessandro? Outro teste? — Carter perguntou, inquieto.— Confie em mim, essa garota não sabe mentir — fa

Giulia:Depois de minha conversa com Matteo e um jantar leve, tirei as roupas e me enfiei na cama. O travesseiro acolheu meu rosto cansado, e o edredom me envolveu como um casulo. Pela primeira vez em dias, meu corpo relaxou. Contra toda a lógica, senti algo próximo de segurança. Porque, por mais louco que fosse, enquanto estivesse sob a proteção de Matteo Romano, sabia que ninguém ousaria me tocar.Adormeci em questão de segundos.Quando acordei na manhã seguinte, estava completamente enroscada nos lençóis, abraçando um travesseiro contra o peito. Um bocejo escapou enquanto meus olhos vagavam pelo quarto, confusos por um momento. A familiaridade não era algo que eu esperava sentir ali, mas já começava a me acostumar. Virei-me lentamente para o criado-mudo e olhei as horas.Quase meio-dia.Eles me deixaram dormir. E muito. O c

Matteo:O escritório, todo feito em mogno, exalava uma elegância decadente que parecia pairar no ar, pesada e cheia de histórias. Os móveis escuros, os livros antigos enfileirados nas prateleiras embutidas, e a imponente mesa esculpida — agora minha — carregavam o charme de um mundo que não existe mais. Quando criança, passava horas brincando debaixo dessa mesa, alheio ao tipo de negócios que meu pai, Enzo Romano, e meu tio Alessandro conduziam ali.Hoje, sentado atrás dela, ainda é difícil aceitar que meu pai tenha escolhido entrar para a irmandade de livre e espontânea vontade. Enzo vinha de uma família operária e pobre. Ele e Alessandro se conheceram enquanto trabalhavam como garçons em um restaurante em Moscou. Para meu pai, Alessandro era a chance de escapar da pobreza.A Blackwood nasceu para dar uma saída aos jovens