Vincent saiu da reunião de família em Chicago afrouxando a gravata. Três dias seguidos de negociações sobre uma rota de contrabando de armas finalmente haviam terminado. O território da família Torrino agora era dele.Ligou o celular, que estivera desligado pelas últimas setenta e duas horas.Incontáveis mensagens não lidas inundaram a tela. Noventa e nove de Isabella, e uma de Sophia.O polegar de Vincent se moveu sozinho, tocando na mensagem de Sophia. [Transferência recebida: US$ 873.000] [Nota: Quitação por despesas médicas, hospedagem e afins.]Nada mais.Vincent franziu a testa. Chegou a rir, um som seco e sem humor, puro desabafo. Seus dedos longos digitaram uma resposta. [Você acha que eu preciso do seu dinheiro? A gente realmente precisa acertar as contas assim?]Ele enviou a mensagem e ficou encarando a tela por dez minutos.Normalmente, Sophia respondia no segundo em que ele mandava algo, às vezes só pra responder com um sinal de pontuação provocador.Dessa vez,

Isabella estava a poucos passos de distância, vestida com uma túnica branca como a neve, parecendo frágil e delicada.Não era Sophia.Antes que Vincent pudesse reagir, Isabella lançou-se contra ele. Ele olhou para a figura vestida de branco em seus braços, o corpo se enrijecendo de forma quase imperceptível.Vincent a afastou com suavidade, a voz impregnada de uma distância cuidadosamente medida:— O que você está fazendo aqui?Isabella ergueu o rosto, os olhos brilhando de expectativa.— Eu pedi ao Marco os detalhes do seu voo. Vim especialmente para te buscar. — Mordeu o lábio, o olhar se tornando ferido. — Vincent, você não está feliz em me ver?— Estou. — Vincent ajeitou os punhos da camisa, evitando a mão que ela estendia. — Mas está ventando aqui fora. Você ainda está fraca; não pode pegar friagem.— Graças à equipe médica que você contratou, eu já me recuperei totalmente. — Isabella girou sobre si mesma, fazendo a saia branca se abrir como pétalas. De repente, agarrou a

Vincent congelou como se tivesse sido atingido por um raio, os dedos se cerrando ao redor do celular. — O que você disse?!Nesse instante, o carro entrou em um túnel, o sinal caiu, e a ligação foi cortada.— Vire! Para a propriedade dos Romano! Agora! — A voz de Vincent era assustadoramente fria, os olhos fervendo com uma fúria que ele jamais havia demonstrado.Marco se assustou tanto que quase perdeu o controle do volante, fazendo um retorno brusco. Nunca tinha visto Vincent daquele jeito, o chefe sempre calmo agora estava com os olhos vermelhos e o maxilar tão tenso que parecia prestes a se despedaçar.A comitiva acelerou rumo à propriedade dos Romano. Vincent arrombou a porta da frente com um chute e invadiu a casa como uma tempestade.Don Romano estava sentado num sofá de couro, tomando uísque. Ficou tão chocado que quase deixou o copo cair.— Vincent? O que está fazendo aqui?— Você casou a Sophia com alguém em Boston? — Vincent cuspiu cada palavra como veneno.Don Romano

— Dez anos atrás, na festa no iate, nos Hamptons...— Você se esqueceu de quem salvou?Sophia ficou imóvel, puxada de volta pelas lembranças de uma década atrás. Naquela festa, ela estava no convés quando ouviu um splash. Um garotinho tinha caído no mar. Antes que qualquer outra pessoa reagisse, ela se jogou na água atrás dele.A água estava gelada como gelo, mas ela nadou desesperadamente até alcançar a figura que se debatia. Depois de engolir vários goles de água salgada, finalmente conseguiu arrastá-lo de volta ao convés.— Você está bem? — Perguntou ela, encharcada até os ossos, mas sem se importar consigo mesma, ajoelhada para prestar os primeiros socorros.O menino tossiu a água e abriu os olhos, os cílios cobertos de gotículas. Ela tirou o próprio casaco e o envolveu ao redor do corpo trêmulo dele.— Ei, garoto. Da próxima vez, tenha mais cuidado.O menino agarrou o casaco dela, os olhos brilhando como estrelas....Sophia voltou bruscamente ao presente, encarando Alexand

Na véspera do casamento, Sophia se sentou diante da penteadeira na suíte nupcial, os dedos percorrendo com delicadeza os diamantes bordados em seu vestido de noiva. O sol brilhava lá fora, e a equipe se movia em ritmo acelerado, preparando tudo para a cerimônia. Tudo parecia perfeito.Uma batida suave soou na porta.— Princesa? — Alexander entrou, segurando uma xícara de chá de ervas quente e uma pequena caixa de veludo elegante. Vestia um terno preto impecavelmente ajustado, e seus olhos estavam incrivelmente gentis.— Você mal tocou no café da manhã. — Disse ele, colocando a xícara ao lado dela.Sophia ergueu o olhar, um leve sorriso nos lábios.— Esse é o jeito de Alexander me disciplinar?— Eu não ousaria. — Ele se inclinou e lhe entregou a caixa. — Só estou preocupado com a possibilidade de você ficar com fome.Sophia abriu a caixinha. Dentro, havia pedaços requintados de chocolate italiano.— Ouvi dizer que você adorava os chocolates dessa loja. — Disse Alexander em voz b