— Ah, você não sabia dessa parte? — Rosnei. — Achou que ele te escolheu? Ai, amor... você só tava ali, dando sopa.Falei devagar, saboreando cada palavra, como se cada sílaba merecesse seu próprio holofote naquele massacre psicológico que eu tava prestes a causar.Minha voz não tava alta, ainda não, mas era afiada o suficiente pra cortar o grave da música, os sussurros, o próprio ar. Todo mundo na sala virou pra me olhar, como se eu tivesse estalado os dedos e invocado o inferno.Tasha ergueu o rosto pra mim, os lábios tremendo, o rímel borrado, com a alma começando a entender que o cinto de segurança já soltou e o carro ia capotar.Inclinei a cabeça, piscando como se tentasse dar sentido à imagem nojenta que passava atrás dos meus olhos.— Ele falou pros outros que você era fácil — Disse eu, articulando bem cada palavra, com a precisão de uma garota que ficou calada por tempo demais, mas é claro que eu tava mentindo. Só queria ver ela se encolher por dentro.— E também disse que nem p

Ela sabia cada pedacinho idiota de mim. Ela tava lá em tudo... no meu primeiro coração partido, nas cólicas, nas crises de pânico antes das apresentações da escola, naquela vez em que achei que tinha um tumor no cérebro só porque tive dor de cabeça por três dias.Ela me trouxe cupcakes quando o garoto que eu gostava me rejeitou. Segurou meu cabelo enquanto eu chorava. A gente fazia TikToks ridículos de pijama e jurava que ia morar junta pra sempre num apartamento com uma torradeira rosa e canecas combinando.Minha garganta se fechou. O corpo inteiro tremia.— É a Tasha, pela Deusa da Lua. Ela sabe o nome que eu dei pro meu ursinho de pelúcia. Sabe o toque de celular da minha mãe. Já me viu chorando feio por causa de celebridade e dançando feito uma girafa doida no quarto. Eu contei tudo pra ela. Cada medo idiota. Cada fantasia. Cada sonho.Encostei a cabeça na parede atrás de mim, os olhos virados pro céu, mesmo que tudo estivesse borrado e ardendo.— E sim, ela errou. Feio. Me quebrou

Ela levantou os olhos pra mim, arregalados, os lábios entreabertos.— Sim, eu teria ficado furiosa. Sim, eu teria gritado. Provavelmente te bloqueado, te xingado, ignorado suas mensagens, rasgado nossas fotos, talvez até tivesse queimado aquele maldito diário combinando que a gente fez, mas, com o tempo, eu teria te perdoado.Os lábios dela tremeram.— Porque eu te amava mais do que odiava o que você fez. — Continuei, com a respiração falha. — E a diferença é que, se você tivesse me contado — se tivesse confiado em mim — a gente poderia ter enfrentado isso juntas. Eu teria superado. De verdade. Eu acredito nisso com tudo em mim. Porque a nossa amizade era profunda assim. Real assim.Funguei, sentindo o nó na garganta crescer de novo.— Mas agora? Eu já não sei. Não sei se algum dia vou conseguir confiar em você de novo. E sabe qual é a parte mais doida? A parte mais absurda de tudo isso?Ela piscou, o rosto ensopado de lágrimas.— Eu vou ter que olhar pra sua cara o ano inteiro.Ela co

Minhas mãos tremiam enquanto eu afastava o celular só o suficiente pra deslizar a tela pra baixo.Nova foto.Pela Deusa...Minha alma inteira gritou.Era uma foto do pau dele.Duro.Enorme.Veias saltando.Grosso, vermelho, latejando.E ao fundo?Meu nome.Escrito num pedacinho rasgado de papel.Colocado ao lado do pau dele como se fosse uma maldita assinatura.Lyra.Arfei tão forte que engasguei com o próprio ar.Ele tava duro por mim.Tinha tirado aquela foto pra mim.E ele não parou por aí.Outra mensagem chegou depois."Eu estou duro por você.Agora seja rápida.Venha chupar.Não perca a porra do meu tempo, Lyra.A menos que você queira ser punida no segundo em que você entrar por aquela porta."Eu gemi de novo.Eu nem tentei segurar. Saiu alto. Cru. Como se tivesse se jogado para fora do meu estômago e para o céu.Porque a minha boceta estava latejando.A minha boca estava salivando.O meu corpo inteiro estava zumbindo como se precisasse ser usado.Eu levantei o celular de volta a

~Damon~Meus sapatos ecoavam pelo chão. A calça social pendia baixa no quadril. Meu pau ainda estava duro por trás do zíper... grosso, impiedoso, e eu nem tentei esconder.— A corrida de táxi demorou muito? — Perguntei, inclinando a cabeça. — O trânsito segurou minha putinha longe do daddy? Ou você ficou sentada lá atrás de perna aberta, com os dedos tremendo, tentando não gozar porque queria se comportar como uma boa garota?A respiração dela falhou.Eu vi.O jeito como os joelhos cederam. Os lábios entreabertos, como se quisesse mentir, mas as palavras não viessem.Sorri de lado.— Ah, eu sei o que foi.Dei mais um passo.Agora estava perto. A centímetros. Meu corpo pairava sobre o dela como se tivesse sido feito pra a prender em cada parede desta porra de cobertura.— Você já estava molhada antes mesmo de sair de casa, não estava?Ela não respondeu.Me inclinei, a boca roçando no ouvido dela enquanto eu sussurrava:— Você já tava encharcada quando me ligou.Ela estremeceu.— Tava e