Eu vi Lisandro puxando-a num canto, vi a expressão dela, o corpo rígido, a tensão nos olhos, não era só nada demais Nada naquela cena podia ser nada Abaixei a cabeça, e um sorriso irônico escapou, amargo enquanto me despia Ela acha que me engana Deitei na cama, mas o sono não vinha Cada vez que fechava os olhos, a imagem de Christine desviando o olhar, inventando desculpas, voltava. A mentira pesava mais que qualquer verdade dolorosa, então passei a mão pelo rosto e murmurei sozinho _Se você tem medo de me contar, Christine, quem deveria ter medo sou eu. A raiva era forte, mas por baixo dela havia algo pior, a sensação de que podia perdê-la para segredos que insistia em guardar. Me virei de lado, encostei o braço na testa e fiquei ali, remoendo. Eu a queria toda, sem máscaras, sem metades e se Lisandro estava de novo cruzando nosso caminho, isso só podia terminar mal. Mas ela… ela ainda era minha fraqueza, por mais que me corroesse por dentro, só me restava esp

Sorri Ou melhor tentei, porque o rosto inteiro parecia de gesso _Sim, trânsito… e umas besteiras na faculdade.Menti, e meu coração doía a cada instante que eu respirava, mas essa era a única forma de me manter estável nem que fosse só um pouquinho Joguei minha bolsa para o lado e quando ia me virar para ir a cozinha ele me puxou para um abraço apertado e eu fechei os olhos, quase me desfazendo ali mesmo. Eu bem lá no fundo e tanto em cima estava precisando desse abraço Se ele soubesse… se ele visse…O que ele pensaria? Logo agora que me apaixonei de corpo e alma isso me atormenta? _Você tá gelada - ele murmurou, afastando-se só o suficiente para olhar nos meus olhos e eu me senti a mais mentirosa do mundo_Quer deitar? Eu faço um chá. Engoli em seco _Não precisa… eu só… quero ficar aqui. Me afundei no peito dele de novo, mas a mente não parava de pensar na verdade, Sandra tem as fotos. Sandra vai acabar com tudo. Quando ele inclinou o rosto e me beijou, senti a c

Cada investida era um descarrego de energia, eu a puxava contra mim e o som de nossos corpos batendo ecoava, misturado aos gemidos desesperados dela e meus _Você é minha, Christine - Rosnei em seu ouvido, mordendo sua nuca. - Só minha. _Isso… sou só sua… - ela choramingou entre gemidos, tremendo contra mim. Apertei ainda mais, entrando fundo, até sentir suas pernas fraquejarem e corpo dela estremeceu num orgasmo fazendo-a gritar meu nome Fiquei segurando-a com força contra meu peito, enquanto isso gemendo baixo, dominado por uma mistura de prazer e raiva. Eu ainda tremia, mas sorri contra seu ombro, ela riu fraco, ainda arfando, e virou a cabeça de leve pra me beijar _Eu te provoquei de propósito… Porque eu precisava exatamente disso. Christine saiu e ficou apoiada na pia com o corpo mole e as pernas tremendo então fui atrás e a segurei para que não desabasse, ainda ofegante e soltei uma risada curta encostando a testa em seu ombro _Christine? eu devia te prender por

_Não… - recuei um passo _Deve ter algum engano. _Não tem engano, querida. - ele se aproximou, a voz baixa demais para os outros alunos ouvirem _Ou você recusa e justifica para o professor por quê não pode me entrevistar… ou finge que nada aconteceu e seguimos o protocolo. Senti o estômago embrulhar. A ameaça estava nas entrelinhas, qualquer resistência minha podia levantar suspeitas ou influenciar nas minhas notas, e se ele resolvesse contar? E se mostrasse as fotos? Eu respirei fundo, tentando não tremer. _Tá bem… eu faço essa entrevista! Mas de qualquer forma, vai ser estritamente profissional. Lisandro riu de leve, inclinando-se perto demais _Profissional, claro seu olhar percorreu meu rosto como uma lâmina _Mas sabe, Chris… às vezes passado e presente se misturam… E eu gosto de misturas. Eu fechei os olhos por um segundo, engolindo seco. Tudo que queria era sair correndo dali, ligar para Enzo e gritar a verdade. Mas minha garganta estava trancada, e a

Ele me encarou em silêncio com os olhos parecendo que estavam faiscando, mas logo depois riu baixo, se afastando devagar _Valente - disse, abrindo a porta _Mas cuidado… monstros apenas têm fome! Assim que ele saiu, minhas pernas cederam e finalmente pude cair no chão frio, abraçando os joelhos e chorando em silêncio naquele instante, só um pensamento martelava minha cabeça, que era ”Enzo não pode saber… Nunca!” Saí da universidade arrastando os pés e cada passo parecia pesado depois do que tinha acabado de acontecer. O vento da tarde até parecia mais forte, como se quisesse me sufocar junto com a culpa e o medo de esconder de Enzo essa verdade E enquanto eu caminhava parecendo sem nexo, só o meu celular para me tirar do transe e trazer vida ao meu corpo andante meu celular vibrou no fundo da bolsa e por instinto, o meu coração já disparou pensando que fosse Enzo Mas não… era só Saul, aí não é? É o que acontece quando você faz coisas erradas e tem medo da reprimend