Lucian não saia mais do lado de Ayla, todos os dias era uma tortura para ele, queria acreditar que ela iria voltar, que iria acordar e aquele lindo sorriso iria iluminar tudo de novo. Se passou mais de uma semana e nada. Natan conversou com seu amigo, mesmo que seja algo doloroso e difícil, Lucian não tinha o direito de a prender ali. — Eu não consigo. Não consigo deixar você ir. A voz de Lucian era baixa e dolorosa, ele segurava a mão de Ayla mas não conseguia olhar em seus olhos. Lágrimas se formavam e mesmo tentando respirar fundo para controlar, a dor era insuportável. — Não consigo aceitar que você se foi. Sei que estou sendo egoísta, mas você é tudo o que eu tenho. Por favor, não me deixe. Sentiu seu peito apertar e encostou seu rosto naquelas mãos macias que ele tanto amava. Não poder fazer nada o deixava sem chão, ele via você ali todos os dias, conversava com ela na esperança de que ela fosse o ouvir, na esperança que ela acordaria a qualquer momento. Ele regulou su

Acho que me empolguei e perdi a noção do horário, olhei para aquelas janelas gigantes e pude notar que já estava de noite, melhor eu ir tomar um banho para dormir um pouco.Quando estava a caminho do quarto, ouvi um barulho no quarto de Lucian e a curiosidade foi grande, cheguei levemente perto o suficiente para ouvir. — Eu sei Felipe, acha que sou um idiota?— Você sabe que é né?— Vai se fuder.— Cara, eu gosto muito da Ayla e estou mal com tudo isso como você, ela é a irmã que eu queria tanto quando ainda era criança. Mas não podemos forçar ela a nada, Lucian, eu sei que você está sofrendo mas...— Você não sabe de porra nenhuma, Felipe! Ver que os olhos delas já não me olham como antes, que ela estranha meus toques... Você não sabe como é isso caralho!— Realmente eu não sei, Lucian. Mas me coloco no seu lugar, e eu me sentiria ao ponto de enlouquecer e imagino que esteja assim.E então um silêncio. Corri para o meu quarto e fechei a porta o mais rápido que consegui, meu peito es

Acordo lentamente e quando abro os olhos vejo Lucian ainda dormindo tão calmamente, fico olhando seu rosto por alguns segundos, ele não saiu do meu lado nem mesmo quando dormi. — Pode olhar o quanto quiser minha deusa.Senti meu rosto esquentar e sentei na cama, mas ele logo me puxou me abraçando forte.— Não queria te acordar.— Não acordou, mesmo se acordasse eu iria amar. — Obrigada por ficar do meu lado até agora.— Eu vou estar do seu lado para sempre. Não vai conseguir se livrar de mim nunca. — Precisamos conversar, e preciso que você me entenda. Ouvi ele respirar fundo, sentei na cama e logo Lucian fez o mesmo e ficou do meu lado esperando eu falar.— Mas antes, preciso tomar um banho e estou com fome também...— Claro, vou fazer algo pra você comer. Beijou minha testa, levantou e saiu. Eu levantei ainda sentindo meu corpo pesado e peguei uma roupa qualquer, fui para o banheiro tomar um banho rápido. Durante o banho eu pensei no que iria contar para ele, não sei se a reaç

Desde quando chegamos, eu não saí do meu quarto. Não estava conseguindo lidar com as coisas que eu vi, agora eu lembro do que passei com aquele ser que era para ser meu pai. — Lívia... — Esse nome saiu e enfim eu lembrei dela, fechei os olhos com força quando tudo começou a aparecer na minha cabeça.O ar começou a me faltar e meu choro intensificou. Vi a porta abrir e Lucian entrar correndo em minha direção, sentando do meu lado, me puxou e me abraçou. — Eu lembro dela Lucian... Eu não consegui salvar ela! Ela morreu por minha causa!Eu gritava entre soluços com aquela dor.— Não, minha luz. Não foi culpa sua... Me encolhi nos braços deles procurando conforto, eu sei que escolhi fazer o tratamento, mas isso dói, lembrar de tudo isso dói mais do que eu poderia imaginar. — Não sei se consigo continuar. — Você não precisa continuar, minha deusa. Não precisa passar por isso. Estava com medo, essa dor, essa angústia é sufocante. Mas não quero pensar nisso agora, só preciso descansar

Depois do banho eu só vesti uma calcinha e uma blusa branca grande que eu tenho, peguei o livro que estou lendo e deitei na cama. Dormir? Não... Virar a noite lendo? Sim! Não conseguiria dormir de qualquer forma, minha mente não deixa de jeito nenhum, então o que seria melhor do que ficar lendo a noite inteira? Alguns pensamentos sobre eu ter que continuar o tratamento de hipnose surgiu e eu respirei fundo fechando o livro e olhando para o teto frustrada por não conseguir me concentrar na leitura. Eu não sei que quero continuar no tratamento, mas quero continuar me consultando, ainda quero encontrar uma forma de parar com essas crises horríveis.Não sei se é possível, mas preciso perguntar ao psicólogo o que eu faço nesses momentos, se tem algum remédio que faça parar, qualquer coisa. Às vezes quando estou pensando em algo aleatório eu sinto como se uma tempestade chegasse aos poucos do nada e começasse a tomar conta do meu corpo.É sufocante e sempre que tento pensar que está tu