DianaEu sempre quis que meu chá de panela fosse diferente, nada daqueles salões fechados e sufocantes com música alta em que a gente mal consegue conversar. Eu queria algo que tivesse a minha cara, e a do Ethan também. Por isso, quando sugeriram fazer no campo, na casa de veraneio da família, eu não pensei duas vezes. O lugar é lindo: gramado infinito, árvores enormes fazendo sombra e uma varanda de madeira enorme, perfeita para montar mesas e encher de flores.No dia, o céu parecia que tinha sido pintado só para mim. Azul, com algumas nuvens branquinhas de algodão, e uma brisa leve que balançava os guardanapos de tecido que escolhi. Eu queria que fosse algo aconchegante, nada formal demais, mas ainda assim especial. Cheguei cedo, de vestido leve, cabelo solto e sandália baixa, só para acompanhar os preparativos. Quando vi a mesa montada com flores campestres e louças delicadas, quase chorei.Carol foi uma das primeiras a chegar, como sempre com aquela energia que ilumina qualquer lu

DianaAcordei com a luz suave entrando pelas cortinas pesadas do quarto. O ar frio do campo entrava de leve, mas o calor do corpo de Ethan ao meu lado me envolvia por completo. Abri os olhos devagar e a primeira coisa que vi foi ele, deitado de lado, observando meu rosto como se fosse a visão mais importante da vida dele.— Bom dia, meu amor — murmurou, a voz rouca e grave, ainda marcada pelo sono.— Bom dia — respondi num sussurro, com um sorriso preguiçoso. Me aproximei até que meu nariz quase tocasse o dele.Ele deslizou a mão pelo meu cabelo e me puxou mais para perto, até que nossos corpos se encostassem de novo. O abraço dele era meu lugar favorito no mundo. Não havia frio, não havia insegurança, não havia medo. Só a certeza de que eu estava exatamente onde deveria estar.Nossos lábios se encontraram num beijo lento, sem pressa. Senti o gosto dele, quente, viciante, e suspirei contra sua boca. Ele aprofundou o beijo, explorando minha boca com a língua, firme e doce ao mesmo temp

EthanA vara estava firme na minha mão, a linha cortava a superfície calma do lago e o sol da tarde refletia na água como se fosse um espelho dourado. Eu sempre gostei daquele lugar, mas confesso que, depois de tudo que aconteceu, sentar à beira do lago da minha propriedade tinha se tornado mais do que um passatempo. Era quase uma terapia.Ao meu lado, Nolan ajeitava a isca na linha com a concentração de um cirurgião. Ele sempre teve essa calma que eu admiro, uma paciência que eu nunca soube cultivar. Eu sou direto, explosivo às vezes. Nolan, não. Ele parece ter nascido com a habilidade de esperar que o mundo se ajeite sozinho.— Sabe — ele começou, sem tirar os olhos da água —, tem gente que pesca pela diversão. Mas eu acho que você pesca pra não explodir.Ri baixo, balançando a cabeça.— Talvez você tenha razão. Se eu não tivesse isso aqui, já teria quebrado metade da casa.Nolan me olhou de lado e arqueou a sobrancelha.— Metade? Você já quebrou uma vez inteira.Soltei uma risada c

DianaEu nunca pensei que posar para fotos antes do casamento fosse tão intenso. Sempre achei que seria só uma questão de sorrir para a câmera, ficar parada enquanto alguém clicava e pronto. Mas quando vesti aquele robe branco de seda e vi Ethan parado diante de mim, de terno, já pronto para o grande momento, senti meu coração bater tão forte que achei que ia saltar pela boca.O fotógrafo estava ajeitando as luzes e pedindo para que ficássemos mais próximos da janela enorme da suíte. O sol entrava pelas cortinas brancas, criando uma atmosfera quase mágica. Mas, para mim, nada superava a visão de Ethan.Ele estava impecável. O terno preto caía perfeitamente no corpo dele, realçando os ombros largos e a postura firme. A gravata de seda azul-escura combinava com os olhos dele, que me observavam como se eu fosse o centro de todo o universo.— Não fica me olhando desse jeito, vai acabar me fazendo chorar antes da hora — eu disse, rindo nervosa.Ele sorriu, aquele sorriso meio torto que só

EthanNunca pensei que fosse sentir nervosismo pra uma despedida de solteiro. Tipo, é só uma festa, certo? Beber até cair, rir com os amigos, fingir que ainda tenho vinte anos e não boletos, nem responsabilidades. Mas, mesmo assim, tô aqui no quarto, encarando a camisa branca aberta em cima da cama como se ela fosse um dilema de vida.Engraçado… eu vou casar daqui a alguns dias. Casar de verdade, assumir que a Diana vai ser minha esposa. E, mesmo assim, o que tá me dando mais dor de cabeça hoje é escolher entre uma camisa preta justa ou a branca com o primeiro botão aberto. Ridículo.Passo a mão pelo queixo, a barba rala arranhando a ponta dos dedos. Preciso dar um jeito nisso também. Eu sei que se aparecer mal arrumado, os caras vão zoar até o fim da vida. E não é só isso — eu gosto de chegar em qualquer lugar e impor presença. Sempre fui assim.Abro o frigobar, pego uma cerveja e viro metade no primeiro gole. Talvez isso ajude a relaxar. Mas não adianta: meu cérebro continua girando