A noite chegava, e Patrick se ocupou de mais uma tarefa doméstica. Ele pegou uma das porções de comida pré-preparada pela cozinheira de seu anexo e a colocou para aquecer, o aroma familiar de comida caseira logo invadindo o chalé. Enquanto arrumava a mesa para o jantar, ele sentiu uma presença. Lá estava Isabel, parada na entrada da sala. O queixo de Patrick caiu em um sorriso. O rosto dela estava radiante, os olhos brilhando com uma intensidade que ele não via há muito tempo. Mas ela estava coberta de tinta, na roupa, nas mãos, no rosto e até mesmo em alguns fios de cabelo. Ela parecia um arco-íris ambulante. Ela chegou um pouco constrangida, esfregando as mãos sujas na calça. _ Hum... acho que me empolguei um pouco. Patrick riu, indo até ela e dando um beijo na ponta do nariz, cuidadosamente para não se sujar. _ Sério? Não tinha percebido! Vai lavar as mãos, sua 'Picasso'. Depois do jantar, eu mesmo vou te dar um banho, para ter certeza de que você ficou bem limpa. Isabel so

Lívia estava sentada em um jantar de negócios de Ivan. Fazia uma semana que ele a tinha trazido do campo de volta a Porto Cristal, ele fez questão de exibir ela frente ao homens na sala, esta nao era uma reunião comum, quem estava presente eram homens que estão a margem da lei, traficantes, de armas, drogas, pessoas... Todos ali eram pessoas tão perigosas quanto Ivan Petrov. As taças de cristal tilintavam, o som de risos e conversas polidas preenchia o salão. Ela usava um vestido caro, suas joias cintilavam sob a luz dos lustres. Ivan estava sendo generoso com ela nas últimas semanas. Publicamente, tratava Lívia como uma esposa troféu, o enfeite perfeito para o braço de Ivan, mas a sós, ele a reivindicava como moeda de troca, a segurança de Victor e Fernando no presídio era pago com o corpo de Lívia na cama dele. Internamente, o universo de Lívia era de ressentimento e vazio. Ela precisava agradar Ivan, então se submetia às vontades dele. Sua mente vagou para o momento em que a vida s

Depois de um tempo, Lívia saiu do quarto, em direção ao banheiro, fechou a porta e apoiou-se contra ela. Ela fechou os olhos, mas não pôde se desconectar da cena no quarto. Pelo som, ela sabia exatamente o que estava acontecendo. Ivan abrira outro preservativo e, pouco depois, o gemido de Beatriz, ao ser penetrada de novo, cortou o ar. Lívia sabia como era, a moça era apertada para o tamanho de Ivan. O som de corpos se chocando, a força com que Ivan investia, os gemidos altos de Beatriz... tudo aquilo era terrivelmente familiar para Lívia. Foi então que um pensamento, frio e calculista, a atingiu como um raio. E se ela convencesse Ivan de que ela se excitava com aquilo? E se ela transformasse o voyeurismo em uma ferramenta para reassumir o controle? Um sorriso maldoso se abriu em seu rosto. Sim, era isso. A submissão a Ivan, o tormento de ser um objeto para ele, tudo isso se tornaria uma farsa. Ela inverteria a situação. Ela reassumiria o controle de sua vida. Com uma nova determinaçã