Capítulo 52 — Entre nós não há nadaNarrador:Aylin sentiu o peso das próprias palavras assim que elas saíram da boca.Ela as ouviu no ar, pairando entre eles como uma sentença, como uma corda esticada prestes a se romper.Seu pulso batia com força em sua garganta. Ela não tinha ideia de onde havia tirado coragem para dizer aquilo, nem tinha certeza se havia pensado antes de pronunciar as palavras.Mas lá estavam elas, aquelas malditas palavras.—Se eu me casar com você... ele vai parar de te odiar?Meu Deus... o que ela tinha feito? Sentiu o peito apertar com força.Não conseguia tirar os olhos de Roman, de sua expressão fechada, da maneira como seu olhar escurecia com algo que ela não conseguia decifrar. Não era raiva, não era zombaria, não era triunfo.Era algo mais profundo. Algo que, de alguma forma, a fazia se sentir mais vulnerável do que nunca.Apertou as mãos contra os lados do corpo, como se assim pudesse sustentar sua própria determinação.Estaria enlouquecendo? Ela sabia ex

Capítulo 54 — RoxanneNarrador:Aylin empurrou-o com força, afastando-se dele como se sua própria sanidade dependesse disso.Sua respiração estava descontrolada, seu peito subia e descia rapidamente enquanto tentava ignorar o calor que ainda a queimava por dentro.— Não. — Sua voz soou firme, embora o tremor em seus lábios a traísse. — Não faça isso de novo.Roman estreitou os olhos, com um sorriso torto e sombrio, como se estivesse gostando de sua luta interna.— Não?Aylin cerrou os punhos ao lado do corpo, forçando-se a olhá-lo diretamente.— O que aconteceu entre nós antes... — Ela engoliu em seco, como se as palavras estivessem presas na garganta. — Não importa, não significou nada. — Roman inclinou a cabeça, avaliando-a com aquela calma exasperante, mas não disse nada. — Este casamento será apenas por conveniência. Não há nada entre nós, e nunca haverá.O silêncio que se instalou entre eles foi denso, quase sufocante.Até que Roman falou.— Veremos.O tom foi baixo, quase um suss

Capítulo 56 — A noite de núpciasNarrador:A porta se fecha atrás deles e a atmosfera muda. Há um silêncio carregado, daqueles que anunciam o inevitável. Roman olha para ela como se quisesse devorá-la inteira. Não há pressa em sua expressão, mas sim uma determinação sombria e intensa.Aylin, ainda com o vestido de noiva, sente sua pele arder sem que ele sequer a toque. Ela sabe o que está por vir, o que isso significa, o que ele está prestes a fazer. E, no entanto, ela não se move. Não recua. Ela espera por ele.Roman dá um passo à frente, encurtando a distância entre eles. Com uma mão, ele segura o queixo dela, inclinando seu rosto para cima. Com a outra, envolve sua cintura e a atrai contra si.—Vou tirar esse vestido, senhora Adler. Devagar. Muito, muito devagar.Sua voz é um murmúrio grave, um toque de fogo líquido em sua pele. Aylin sente um arrepio percorrer suas costas. E então ele a beija, devagar, deliberadamente.Um beijo que não é como os anteriores, porque este ele saboreia

Capítulo 58 — RegrasNarrador:Aylin mal recuperava o fôlego quando sentiu a mão de Roman percorrer suas costas com uma lentidão que lhe arrepiou a pele. Não era uma carícia terna, nem doce. Era possessiva. Como se ele ainda não quisesse soltá-la completamente.—Merda... — murmurou ele, com a voz rouca, enterrando o rosto em seu pescoço—. Eu sabia que te desejava, mas nunca imaginei que você me faria sentir assim.Aylin abriu os olhos lentamente, ainda com os batimentos cardíacos ressoando em seus ouvidos.—Assim como? — perguntou com a voz áspera, presa pelo cansaço.Roman sorriu contra sua pele.— Assim, tão fodidamente à beira do abismo. — Ele deslizou os dedos pela coxa dela, onde ainda havia marcas de seu aperto. — Assim, tão perdido.Aylin sentiu sua pele arder.— E isso é bom ou ruim?Roman apoiou-se em um cotovelo, inclinando-se sobre ela, com os cabelos despenteados e o olhar sombrio, fixo em seus lábios.— Depende. — Ele percorreu sua mandíbula com os nós dos dedos. — Se foss

Capítulo 60 — PerfumesNarrador:A luz da manhã penetrava pelas cortinas, banhando o quarto com um brilho suave e quente. Roman piscou algumas vezes antes de se concentrar na realidade.E a realidade era que ele tinha o corpo de Aylin praticamente em cima dele.A perna dela estava entrelaçada com a dele. O braço dela repousava sobre o peito dele. A respiração quente dela acariciava a clavícula dele a cada respiração tranquila. Roman ficou tenso.—Merda. —A última vez que acordou assim com uma mulher foi... Nunca. Suspirou, deslizando uma mão pelo rosto dela e acomodando-se para afastá-la com cuidado. Aylin grunhiu entre sonhos e agarrou-se mais a ele. Roman soltou uma risada seca. —Claro —murmurou.Não tinha paciência para isso. Não depois da noite anterior.Então, ele simplesmente deslizou as mãos pela cintura dela e a afastou sem mais delongas.Aylin grunhiu novamente, se mexeu e, ainda meio adormecida, murmurou com a voz pastosa:—Deixe-me dormir...Roman revirou os olhos.—Se eu nã