Capítulo 41 — Só por SashaNarrador:Dias depois...Roman estava sentado em seu escritório, o copo de uísque intacto na mão, a mandíbula apertada com uma tensão perigosa.— Diga-me que você tem boas notícias — sua voz era afiada como uma lâmina.Do outro lado da linha, o contato que ele conseguiu dentro do centro de detenção exalou com desconforto.—Fizemos tudo o que podíamos, Sr. Adler. Usamos todos os nossos contatos, todos os nossos recursos... mas é tarde demais.Roman sentiu um vazio se abrir em seu peito, um vazio que ele odiava sentir.—O que isso significa? —perguntou, embora no fundo já soubesse a resposta.O silêncio do outro lado da linha foi mais eloquente do que qualquer palavra.Finalmente, a resposta chegou como uma sentença.— Significa que ela não está mais aqui. Ela foi levada há dois dias.O uísque derramou-se sobre seus dedos quando Roman apertou o copo com força.— Dois dias, dois malditos dias. — Ele tinha movido céu e terra para tirá-la daquele inferno, e ela ne

Capítulo 43 — Os carros pretosNarrador: O calor pegajoso a atingiu assim que saiu do avião.O ar denso, cheio de poeira e umidade, entrou em seus pulmões com a primeira baforada de realidade. Ela estava de volta. Mas não como imaginava. Não com a cabeça erguida, com sucesso, com um futuro brilhante pela frente. Ela voltava de mãos vazias.Como uma fracassada.Ela caminhou pelo aeroporto sem olhar para ninguém. Só queria sair dali, desaparecer.A bolsa com seus poucos pertences pesava em seu ombro, mas o verdadeiro peso estava em seu peito.O carro de sua família não a esperava. Não havia ninguém para buscá-la.Sua avó estava muito doente para se mover, seu irmão... Ele sabia que ela chegava hoje?Ela cerrou os dentes, avançando entre a multidão. As pessoas conversavam, riam, reencontravam seus entes queridos.Aylin estava sozinha. Ela cerrou os punhos, sentindo a raiva na garganta.Ela não iria chorar, não ali, não naquele maldito aeroporto que a cuspia de volta como se nunca tivesse

Capítulo 45 — Não é vida, é sobrevivênciaNarrador:Aylin sentiu um arrepio percorrer suas costas. O barulho distante da rua, o leve assobio do ventilador movendo o ar pesado do quarto, até mesmo o som de sua própria respiração... tudo se apagou com aquelas duas palavras. Sua língua grudou no céu da boca. Ela não podia ter ouvido direito. Não podia. Engoliu em seco, sentindo sua própria voz tremer quando falou.— O que você disse?Roman acomodou-se na cadeira com aquela calma letal que a desesperava, que a desarmava. Olhou-a diretamente nos olhos e, sem uma pitada de dúvida, repetiu.— Nós vamos nos casar.Aylin levantou-se de repente, quase derrubando a cadeira no impulso.Roman não se moveu. Apenas a seguiu com o olhar enquanto ela começava a andar pela sala, cruzando os braços, apertando os lábios, balançando a cabeça repetidamente.— Você enlouqueceu? — ela soltou, com uma risada nervosa, incrédula. — Casar? Isso é loucura!Roman inclinou a cabeça levemente, apoiando o cotovelo no

Capítulo 47 — Não quero amá-loNarrador:Roman saiu do chuveiro e pegou uma toalha para secar o cabelo. Vestiu-se com calma, optando por calças escuras e uma camisa preta com as mangas dobradas até os cotovelos. Não era um homem de cerimônias, mas também não era do tipo que aparecia desarrumado, nem mesmo em um lugar tão isolado como aquele.Quando desceu para a sala de jantar, seus homens já estavam lá, esperando. A mesa estava cheia de comida caseira, abundante e bem servida, preparada pela esposa de Santiago. Ela, uma mulher de figura robusta e olhar perspicaz, sorriu para ele com respeito e serviu-lhe um prato sem que ele precisasse pedir.—Bem-vindo à minha casa, chefe —disse com cordialidade—. Espero que goste da comida.Roman acenou com a cabeça em um breve gesto.—Com certeza.Santiago sentou-se à sua frente, enquanto os outros homens tomavam seus lugares à mesa. A conversa começou com assuntos triviais, mas aos poucos a atenção se concentrou nele.—É uma honra tê-lo aqui —diss

Capítulo 49 — Seu ReinoNarrador:Os dias se passaram e Roman não se aproximou dela. Ele não olhava para ela, não a provocava, não a procurava.Era como se, depois de comprar a fábrica, ele tivesse decidido simplesmente ignorá-la. E isso estava deixando-a louca.— Esse homem é uma maldita bomba-relógio — murmurou Aylin, mexendo impacientemente o café na mesa da cozinha de Natalia.Sua prima a observava com um meio sorriso, apoiando a cabeça em uma mão.— E por que você se importa tanto quando ele explodir?Aylin apertou os lábios, baixando os olhos para o líquido escuro na xícara.— Porque eu o conheço. E sei que ele não vai ficar quieto por muito tempo.E não era só isso. A cidade tinha mudado. Dava para sentir no ar, nos olhares evasivos, nos murmúrios que percorriam as ruas com cautela. Desde que Roman Adler chegara, as pessoas falavam mais baixo, andavam mais rápido, evitavam fazer perguntas.E o pior de tudo... Estava cheio de rostos novos, homens desconhecidos, de ternos escuros,