Capítulo 31 — Capítulo 31 — A travessiaNarrador:Aylin mal conseguia ficar em pé. Seu corpo tremia, seus joelhos ameaçavam dobrar e sua respiração estava um desastre. Roman a deixara ali, em pé no meio do escritório, com o pulso descontrolado e a pele ardendo de desejo e raiva em partes iguais.Ele, por outro lado, estava perfeitamente sereno. Calmo. Extremamente seguro de si enquanto terminava seu uísque com a mesma calma com que a deixara tremendo.Aylin tentou recuperar o fôlego, mas foi inútil. Sentia cada palavra dele percorrendo seu corpo como uma queimadura.Roman sorriu levemente, com aquela arrogância que a deixava louca.— Olha para você... — murmurou, quase em tom de zombaria. — Você parece prestes a gemer, linda. — Aylin apertou os lábios com força, querendo fulminá-lo com o olhar. Ele deixou o copo sobre a mesa com um movimento preciso, depois se endireitou e pegou o paletó no encosto da poltrona com total calma. —Vamos —disse então, como se nada tivesse acontecido, como

Capítulo 33 — Eu aviseiNarrador:O trajeto até a mansão foi um inferno de expectativa contida.Roman não soltou a coxa dele em nenhum momento.No início, era apenas uma carícia, lenta, provocante, o toque dos dedos dele deslizando sobre o tecido das calças dela. Depois, a pressão aumentou, os dedos dele afundando na pele dela com uma firmeza que não deixava dúvidas sobre sua intenção.Aylin colocou a mão sobre a dele, não para detê-lo, mas para se afirmar no que estava acontecendo. Roman olhou para ela de soslaio.A maneira como ela o observava, com os lábios entreabertos, a respiração cada vez mais irregular e os olhos acesos pela mesma necessidade que percorria o corpo dele, fez com que ele curvasse os lábios em um sorriso sombrio.Ele apertou com mais força. Aylin sufocou um gemido. Roman sentiu o arrepio percorrer sua pele como uma descarga elétrica.Se não estivessem naquele maldito carro, ele a teria tomado ali mesmo.Cada semáforo vermelho, cada maldito segundo de espera, era u

Capítulo 35 —Na manhã seguinteNarrador:O sol se filtrava através das cortinas, pintando o quarto com um tom quente e preguiçoso. Aylin piscou lentamente, sentindo o peso do sono ainda preso em suas pálpebras. Seu corpo doía nos melhores lugares, sua pele ainda vibrava com a lembrança da noite anterior. Ela se mexeu um pouco e então sentiu. Roman. Seu braço estava em sua cintura, sua respiração lenta contra seu pescoço, sua presença envolvendo-a mesmo dormindo.Aylin engoliu em seco, sentindo seu pulso acelerar sem querer.O caos da noite anterior invadiu sua mente em um turbilhão de imagens. Sua boca, sua língua, suas mãos. Sua maldita maneira de fazê-la perder o controle, de contorcê-la até deixá-la implorando, tremendo, quebrada no melhor sentido possível.E agora... ela estava presa em seus braços.Ela moveu a perna com cuidado, mas mal deslizou um centímetro, sentiu a pressão dos dedos dele afundando mais em sua cintura.— Não — murmurou ele, com a voz pastosa pelo sono.Aylin co

Capítulo 37 — Não estáNarrador:As noites eram mais longas sem ele. Aylin não o via desde aquela vez. Ela não o procurava, não o evitava. Ou talvez sim.A mansão era grande o suficiente para que eles não se cruzassem. E ele, aparentemente, também não fazia nenhuma tentativa de encontrá-la.Mas algumas noites, quando ficava na cama, com o peito apertado e a mente confusa, espreitava pela janela.E lá estava ele. O brilho laranja de um cigarro acendendo-se na escuridão. No seu canto, seu refúgio, seu esconderijo. O banco no jardim que, por um tempo, foi de ambos.Aylin encostava a testa no vidro, sentindo o frio morder sua pele, mas sem desviar o olhar.Mal conseguia vê-lo. Uma sombra entre sombras. Fumando, com o corpo recostado no encosto do banco, uma perna apoiada sobre a outra, o braço pendurado com uma languidez que nele não era descuido, mas cansaço reprimido.— Ele está pensando em mim? — ela se perguntou. — A ideia era absurda. Ilógica. Roman Adler não era um homem que se permi

Capítulo 39 — Dorian LangdonNarrador:O escritório estava na penumbra. Apenas o brilho da cidade, além das janelas, iluminava a expressão severa de Roman.Dominic entrou com o telefone ainda na mão, o maxilar tenso, a testa marcada pelo peso da frustração.— Nada — disse ele de repente. — Nem com todos os meus contatos conseguimos tirá-la de lá. Pelo menos não pelos canais regulares.Roman não respondeu imediatamente. Passou a mão pelo rosto, tentando conter a raiva que ardia sob sua pele.Aylin continuava lá, trancada, sozinha. À espera de um destino que não merecia.Ele não iria permitir isso. Não tinha muitas opções. E odiava isso.Odiava sentir que o controle estava escapando por entre seus dedos, que não havia um único movimento em seu tabuleiro que pudesse ser executado sem arriscar algo.Mas ele não iria perdê-la.Ajustou o paletó, exalou lentamente e pegou o telefone.Dominic observou-o do outro lado da mesa, com a testa franzida.— O que você vai fazer?Roman não respondeu im