Capítulo 162 — Noite de confissõesNarrador:Aylin não se moveu. Ela o encarou por um longo segundo que pesou como uma confissão completa. Então ela se aproximou e colocou a mão no ombro dele. Eros nem se atreveu a levantar os olhos.— Não volte a me mentir, Eros. Eu não sou sua mãe.Não sou sua inimiga. Mas também não sou idiota. — Ele assentiu sem falar. — Você acha que ajudando ele fez a coisa certa?— Sim — disse Eros, finalmente levantando os olhos — Porque vi como Sasha chorava por dentro. E vi como ele se destruía sem demonstrar. E porque, embora ele não tenha me pedido diretamente, eu sabia que ele confiava em mim. E eu não queria falhar com ele.Aylin engoliu em seco. Ele parecia tão decidido, tão diferente do adolescente que ela havia deixado para trás, que por um segundo ela teve dificuldade em reconhecê-lo.— Você é muito jovem para carregar esse fardo — disse ela suavemente.— E você acha que o Diabo teria me colocado no meio disso se não acreditasse que você poderia lidar

Capítulo 164 — O primeiro amor sempre dóiNarrador:Aylin olhou para ele por mais um momento, com aquela expressão entre preocupação e ternura que só ele conseguia provocar nela. Então, ela deixou a xícara sobre a mesa e suspirou.— Não vá embora zangado com a Sasha — disse ela em voz baixa — Você vai se arrepender.Eu sei que você gosta muito dela. E ela te adora, mesmo que agora esteja insuportável. Então não vá embora assim. Tente fazer as pazes.Eros não respondeu imediatamente. Ficou olhando para o café, como se pudesse se afogar nele. Finalmente, ergueu o olhar, mas não sorriu. Apenas acenou com a cabeça levemente.—Vou tentar. —Aylin suspirou novamente, sem imaginar nem de longe tudo o que ele não estava dizendo. Ela se levantou e balançou a cabeça enquanto pegava sua xícara. Eros se levantou —Vou falar com a Sasha. Não ouse deixar de se despedir de mim.Saiu da cozinha sem esperar resposta, deixando sua irmã sozinha e ele, com seus pensamentos torturando-o... e um nó na gargant

Capítulo 166 — Camiseta justaNarrador:Sasha continuava abraçada a Eros com força. Não o soltava, como se precisasse confirmar que ele ainda estava ali, respirando. Ele acariciava seus cabelos com uma mão, com o olhar fixo no vazio, ainda sentindo o pulso acelerado.Naquele momento, Aylin apareceu na porta do quarto, com o celular na mão.—Eros —disse ela em tom firme— É Santiago. Ele precisa falar com você. Diz que é urgente.Eros pegou o telefone sem se afastar muito de Sasha e levou-o ao ouvido.—Santiago, sou eu.A voz do outro lado soou clara, tensa, direta.—Acabei de receber uma ligação do Diabo. Temos que organizar uma operação de segurança ao redor da casa. Mas preciso que você siga algumas instruções.—Diga-me o que devo fazer.—Primeiro, certifique-se de que todas as portas e janelas estejam trancadas.Verifique todas. Segundo, desligue o interruptor geral da garagem. Não queremos luzes externas acesas nem sensores ativados. Terceiro, não abra a porta sob nenhuma circunstân

Capítulo 168 — Rainhas não se quebramNarrador:Santiago girou bruscamente o volante, desviando da última rajada que explodiu contra o asfalto a poucos metros do carro. Aylin estava no banco de trás, agachada, cobrindo a cabeça com os braços enquanto o estrondo dos tiros ressoava como um tambor desesperado atrás deles.— Segure-se! — gritou ele, acelerando até o motor rugir com fúria.Ele discou um número no viva-voz, sem tirar os olhos da estrada. Do outro lado, sua esposa atendeu com voz seca, sem necessidade de cumprimentos.— Alô?— Prepare as crianças. Vou buscá-las. Agora.— O que aconteceu?— Tiroteio. Na casa da Aylin. Vamos sair da cidade.— Estou nisso — respondeu ela, desligando na hora.Santiago fez uma curva fechada e cerrou os lábios. Sabia que sua mulher não perguntaria mais nada. Sabia o que tinha que fazer.Minutos depois, ele parou em frente à sua casa. Nem conseguiu sair do carro. A porta se abriu com um estrondo e sua esposa saiu carregando os gêmeos de quatro anos,

Capítulo 170 — O Diabo pisou em terra firmeNarrador:A suíte era ampla, impecável, com uma distribuição pensada para o conforto sem perder a elegância. Uma cama de casal no centro da área principal e, ao fundo, um quarto separado com duas camas de solteiro, ideal para os gêmeos.Aylin levou as crianças direto para o banheiro. A água morna e o aroma do sabonete suave pareciam acalmar seus corpinhos tensos. Ela falava com eles em voz serena enquanto os banhava, usando as toalhas felpudas do hotel e as roupas que a mãe dos pequenos havia deixado em suas mochilas. Roupas limpas, dobradas com cuidado. Como se tivesse pressentido que isso iria acontecer.Pediu algo para comer e comeram em silêncio, cansados, sem soltar a mão dela. Não perguntaram mais pelos pais. Talvez porque não tivessem coragem, talvez porque intuíssem a resposta. Quando terminou de colocá-los na cama no quarto que lhes foi designado, as crianças adormeceram quase imediatamente. Um deles ainda segurava o peluche que Igna