Capítulo 132 — Prova de vidaNarrador:A tarde caía lentamente sobre a mansão. O jardim estava silencioso, o viveiro vazio e, no banco de ferro forjado, sob a velha árvore de jasmim, Sasha esperava.Não se movia, não falava. Apenas olhava para o gramado, com os braços cruzados e os lábios apertados. Roman chegou sem se anunciar, sem perguntas e sem rodeios.—Você estava me procurando?—Sim.Ele se aproximou, mas não se sentou, esperou. Sasha olhou para ele com os olhos firmes, embora sua voz tremesse no início.—Quero que a gente converse, você já me disse que Julieta é na verdade Miranda e é minha mãe. Não é mais um segredo. Não para mim, não para Aylin, não para ninguém.Roman assentiu lentamente.—Tudo bem, me diga o que você quer saber.—Preciso que você me diga a verdade, pai. Mas não pela metade, não distorcida, quero saber tudo, por mais cruel que seja. Desde antes de eu nascer. Sem enfeites, sem frases doces. Não sou mais uma criança, então não me trate como se eu fosse.Roman

Capítulo 134 — Ridiculamente adorávelNarrador:Aylin estava no quarto, guardando algumas roupas no armário, quando Roman entrou. Sua presença não era urgente, mas preenchia o espaço como sempre fazia. Ela olhou para ele de soslaio, com um leve sorriso.— Tudo bem? — perguntou ela, tentando adivinhar a intenção do olhar dele.Roman assentiu e se aproximou sem rodeios.— Hoje à noite, quero que a gente saia para jantar — disse ele sem preâmbulos.Aylin se virou para ele, um pouco surpresa.— Jantar fora?— Sim. Você e eu. Só nós dois — respondi com firmeza, mas como se fosse a coisa mais natural do mundo.— E por que isso? Aconteceu alguma coisa?— Não — respondeu ele, tranquilo — Só quero ficar com você esta noite.Sem interrupções. Você não quer sair para jantar comigo?— Não, não é isso, meu amor, só que me chama a atenção, pois nunca saímos— É hora de isso começar a mudar, não acha? — e sorriu, mas de maneira terna — tenho uma esposa linda, da qual não me gabo o suficiente, e quero

Capítulo 136 — Você me pertenceNarrador:Aylin não voltou a falar sobre o assunto com Dominic. Não era necessário, seu sorriso, sua evasividade, seu silêncio constrangedor... já diziam tudo o que ela não ousava colocar em palavras.E Roman não diria nada, não ainda. Ela o conhecia bem o suficiente para saber que ele iria protegê-la, sim, mas à sua maneira. Uma maneira que, inevitavelmente, a deixava de fora.Então, ela decidiu agir por conta própria. Não perguntou, não confrontou, apenas observou.Esperou Gabriel Ordoñez sair. Viu pela janela lateral quando ele entrou no carro e memorizou a placa. Depois foi até o pequeno escritório da galeria, aquele onde Roman às vezes deixava papéis que não queria que mais ninguém visse. Não encontrou nada, mas prestou atenção em quais pastas haviam sido movidas. E anotou.Naquela noite, quando Roman disse que precisava fazer uma ligação, Aylin levantou-se sem dizer nada. Andou pela casa em silêncio, até ouvir a voz dele vindo do escritório. Não en

Capítulo 138 — Não espere por mimNarrador:Roman sabia que não podia mais ficar calado. Que continuar protegendo-a com silêncios só piorava as coisas. Aylin não era uma criança nem uma espectadora. Era sua esposa. E o que estava em jogo não era apenas sua liberdade, mas também a dela.Ele esperou até que a noite caísse.A casa estava tranquila. Sasha tinha ido dormir cedo e Amalia não tinha subido da cozinha. Quando Aylin entrou no quarto, fechou a porta suavemente. Roman estava sentado, olhando para a janela, mas sem ver nada. O gesto rígido, o copo de uísque intacto sobre a mesa e aquele ar ausente confirmaram o que ela já vinha sentindo há dias.Ela se aproximou sem falar. Sentou-se ao lado dele, cruzando uma perna sob o corpo.—Posso saber o que está acontecendo?Roman virou um pouco a cabeça. Não parecia surpreso, apenas cansado.—Sim —respondeu em voz baixa— Já é hora de você saber tudo. —Ela não disse nada, apenas esperou. —É sabido que Miranda apareceu.Mas ela não veio para t

Capítulo 140 — O cachecol azulNarrador:O carro parou em frente à casa com um leve barulho na cascalho. Aylin saiu primeiro. Ela estava com os ombros tensos, as mãos entrelaçadas e o estômago revirado. Respirou fundo antes de abrir a porta traseira. Assim que o fez, Eros, seu irmão, saiu primeiro, dando uma rápida olhada na frente da casa, avaliando o local como se procurasse pontos-chave que só ele entendia. Ele não disse nada, mas seus olhos percorreram tudo com atenção. Em seguida, sua avó desceu, com movimentos lentos, sem ajuda, com a mesma atitude que sempre tivera: olhar primeiro, opinar depois.Aylin abraçou os dois. Ela envolveu o pescoço do irmão com força; ele não resistiu, mas também não retribuiu o gesto com efusividade. Ele apenas ficou ali, como se a segurasse sem palavras. Beijou a mulher na bochecha, mais suave, mais consciente. Sentiu nela uma firmeza que não se desgastou com os anos.— Vocês estão aqui — sussurrou ela, afastando-se um pouco para olhá-los nos olhos —