Capítulo 91 — Sua filha?Narrador:Roman não reagiu imediatamente. Apenas olhou para ela, com uma expressão impassível, o olhar sombrio fixo nela com uma frieza que faria qualquer um tremer. Mas Miranda não era qualquer um. Ela levantou-se com toda a calma do mundo, ajeitou o casaco com um movimento elegante e lançou-lhe um último olhar, cheio de veneno.— Você tem exatamente vinte e quatro horas, Roman. — Ele continuou observando-a, sem piscar, sem se mover, como se estivesse analisando cada microexpressão em seu rosto. — Ou você me deixa entrar na vida de Sasha como Julieta, a amiga da mãe dela... ou tudo será revelado. — Ela fez uma pausa, certificando-se de que suas palavras penetrassem em sua mente. — Seu casamento com essa babá será anulado em um piscar de olhos. Legalmente, você continua casado comigo, e isso torna Aylin sua concubina, sua amante, a outra. — Roman cerrou os dentes com força. Miranda sorriu. — Claro, você vai resolver isso em questão de horas. Não há problema que

Capítulo 93 — Como doíaNarrador:Roxanne entrou no escritório de Roman com um sorriso que iluminava seu rosto. Seus saltos ecoavam com firmeza no chão de mármore enquanto ela se aproximava dele como se estivesse desfilando em uma passarela.— Você me chamou? — perguntou ela, com um tom de emoção contida que não tentou esconder.Roman ergueu os olhos dos papéis que fingia ler. Inclinou a cabeça levemente e lhe dedicou um meio sorriso que foi suficiente para fazer o coração de Roxanne bater forte.—Sim —disse ele com aquela voz grave que sempre a deixava desarmada—. Preciso que você revise alguns relatórios da galeria. Quero reorganizar parte da coleção, e você tem um bom olho para certas peças.Roxanne piscou, surpresa, mas encantada. Aproximou-se mais, até a beira da mesa, e apoiou as mãos suavemente sobre a madeira.—Achei que você não confiava mais em mim para essas coisas — murmurou, como se fosse uma reprovação disfarçada de ternura.Roman encolheu os ombros com a calma de um pred

Capítulo 95 — De mãos vaziasNarrador:Aylin não conseguia ficar no quarto. O ar estava pesado, irrespirável. Cada canto daquele quarto cheirava a ele, tinha o gosto dele, e cada coisa ao seu redor a lembrava de que, por mais que Roman tivesse lhe prometido algo, no fundo ele continuava sendo o mesmo diabo de sempre.Saiu em silêncio, com os pés descalços e o coração partido. Atravessou o corredor sem rumo, até que seus passos a levaram ao jardim. E lá estava. O banco. Aquele maldito banco onde tudo havia começado.Onde, na noite do seu aniversário, ele a beijou pela primeira vez.Onde, pela primeira vez, ele não tinha sido o mafioso temido, mas um homem destroçado, com um copo de vinho na mão e uma dor que ela não sabia nomear.Sentou-se lentamente, como se a lembrança ainda estivesse no ar, como se aquela Aylin ingênua de outrora ainda estivesse ali, acreditando que poderia mudá-lo.O mesmo banco que havia testemunhado o início de algo que, naquela época, ela nem se atrevia a nomear.

Capítulo 97 — Porque às vezes, papai... o amor não é eterno.Narrador:A manhã passava com uma lentidão insuportável naquela casa silenciosa. Aylin desceu os degraus descalça, com uma xícara de café nas mãos e uma expressão perdida, o cabelo preso de qualquer jeito e um moletom largo pendurado em um dos ombros.Ela não tinha colocado música. Não tinha ligado a televisão. Apenas o leve gotejar da torneira na cozinha e o tique-taque do relógio marcavam o tempo. Aylin passou a noite em silêncio, envolta em uma tristeza profunda que não a deixava dormir. A casa estava vazia, muito silenciosa.Sua avó e seu irmão ainda não tinham chegado e, embora soubesse que logo chegariam, a solidão pesava sobre ela como uma pedra.No meio da manhã, a campainha tocou. Era Dominic.— Bom dia — cumprimentou ele, com um sorriso discreto, enquanto segurava uma sacola com mantimentos. — Não vim incomodar. Só vim ver se você tem tudo o que precisa.Aylin franziu a testa, mas se afastou para deixá-lo passar.—V

Capítulo 99 —3 metrosNarrador:O carro parou em frente à residência, imponente dentro do condomínio fechado, onde a tranquilidade parecia respirar em cada canto. As luzes da varanda já estavam acesas e, na porta, Aylin esperava em silêncio, com os braços cruzados sobre o peito e o coração à beira do abismo.Dominic saiu do carro, deu a volta e abriu a porta traseira.— Chegamos — disse ele suavemente.Sasha desceu sem dizer uma palavra. Seus olhos estavam brilhantes, mas seu rosto estava sereno. Ela apertava a mochila contra o peito como se precisasse segurar algo mais do que seus pertences.Quando seus olhos se encontraram, nenhuma das duas se moveu imediatamente.E então, a menina correu.Aylin não hesitou nem por um segundo. Abraçou-a com força, com a alma, com todo o amor contido que não tinha podido lhe dar nos dias em que esteve ausente. Sasha agarrou-se ao pescoço dela, respirando fundo, como se o simples contato de seus corpos pudesse acalmar o vazio.—Senti sua falta —sussurr