Hotel SerramarNarrado por Gustavo Henrique Oliveira AndradeEla se levantou da cama, segurando a toalha frouxa, sem pressa, como se o quarto não estivesse carregado feito um campo minado.— Vira pra lá, Gustavo. — disse, rindo leve. — Vou trocar de roupa. Cavalheirismo, por favor.Virei de costas, obediente. Ou tentando ser.O som da toalha caindo no chão veio como um tiro abafado.Cerrei os olhos. Inspirei fundo.O barulho da mala sendo revirada, a respiração dela, o som do corpo se mexendo...Era demais.Virei o rosto, rápido, sem pensar.E vi.Lorena estava de costas, completamente nua, o corpo desenhado como pecado — a curva da bunda, perfeita, forte, a pele brilhando sob a luz.Ela puxava o sutiã pelos braços, distraída, sem notar nada.O mundo girou.O sangue ferveu.O peito disparou num soco seco.Não pensei. Não respirei. Não raciocinei.Soltei a única coisa que consegui articular:— Preciso ir.A voz saiu seca, tensa.Sem olhar de novo.Sem esperar ela responder.Sem ouvir s
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